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terça-feira, 8 de julho de 2025

PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

 


Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa frase, proferida com a leveza da verdade, carrega consigo o peso das experiências compartilhadas, das lágrimas represadas e dos segredos murmurados na escuridão da alma.


De um lado do espectro emocional, paira a figura do psicólogo, um profissional treinado nas artes sutis da mente. Ele é o guia habilidoso que desvenda os labirintos do ser, que lança pontes sobre os abismos do desconhecido. Sua presença é um farol de clareza em meio à neblina das confusões internas. Com técnicas refinadas e uma escuta compassiva, ele oferece um espaço seguro para a expressão das dores mais profundas, para a exploração dos cantos mais sombrios da psique. Suas ferramentas são afiadas como bisturis, capazes de dissecar os traumas, as neuroses e os padrões autodestrutivos que assombram o indivíduo.


Do outro lado da moeda relacional, surge o amigo, esse ser de carne e osso, permeado pelo calor humano e pela empatia genuína. Ele não possui um diploma em psicologia pendurado na parede, mas carrega consigo o título honroso de confidente, de ombro amigo, de companheiro de jornada. Sua presença é um bálsamo reconfortante nos momentos de aflição, um eco de risadas nos dias de bonança. Ele não tem técnicas especializadas para desvendar os enigmas da mente, mas oferece seu coração aberto e sua escuta atenta como antídotos para a solidão e o desespero.


Entre esses dois polos, há uma diferença crucial que define suas respectivas contribuições no universo do cuidado emocional. O psicólogo, além de oferecer apoio emocional, possui um arsenal de conhecimentos teóricos e práticos para ajudar na compreensão e na resolução dos conflitos internos. Ele é treinado para identificar padrões disfuncionais, para sugerir estratégias de enfrentamento e para acompanhar o processo de transformação pessoal de forma profissional e ética.


Já o amigo, embora possa não ter as mesmas habilidades técnicas, oferece um tipo único de suporte: o amor incondicional e a camaradagem. Ele não está preocupado em diagnosticar ou em prescrever tratamentos, mas em simplesmente estar presente, em compartilhar risos e lágrimas, em caminhar ao lado do outro nos altos e baixos da vida.


Portanto, quando a angústia aperta o peito e a solidão se faz presente, a escolha entre um psicólogo e um amigo não precisa ser excludente. Ambos têm seu lugar sagrado no vasto espectro das relações humanas. Um oferece as ferramentas da ciência e da técnica, enquanto o outro empresta seu coração e sua alma. E no encontro harmonioso desses dois mundos, encontramos o verdadeiro alívio para as dores da existência: um abraço afetuoso e uma escuta cuidadosa, unidos em uma dança de cura e compaixão.


Acho que o texto consegue equilibrar bem os dois aspectos. Ele destaca a importância tanto do profissionalismo do psicólogo quanto da camaradagem do amigo. Embora haja uma ênfase na distinção entre as habilidades técnicas do psicólogo e o suporte emocional do amigo, ambos são retratados como essenciais e complementares no cuidado emocional das pessoas. O texto reconhece a necessidade de ferramentas específicas para lidar com questões psicológicas, ao mesmo tempo em que valoriza o apoio emocional e o vínculo interpessoal proporcionado pela amizade.


Por Abilio Machado - Psicoarteterapeuta, Psicanalista e Neuropsicopedagogo

sábado, 28 de junho de 2025

Sobre respiração... Índia secreta!

 


"–A natureza concedeu ao homem para cada dia 21 600 movimentos respiratórios. A respiração tumultosa, rápida ou ruidosa excede essa medida e, consequentemente, encurta a vida. A lenta, profunda e tranquila economiza a quantidade prefixada e, consequentemente, a prolonga. Toda ex ou inspiração que se poupa forma uma grande reserva, da qual o homem pode obter anos extraordinários de vida. Os yogis não respiram ao mesmo ritmo que os outros homens; também não precisam fazê-lo, mas ai!... Como eu poderia dizer mais sem quebrar meus votos de silêncio?


A reserva do yogi é para mim como o suplício de Tântalo. Não haverá muitas coisas valiosas nesse conhecimento que dá tanto trabalho a esconder? Se assim for, você entende por que esses estranhos homens apagam seus rastros e escondem os tesouros dos seus ensinamentos para afastar os curiosos superficiais, aqueles que não estão mentalmente preparados e talvez aqueles que não são dignos no espiritual. Estarei incluído eu mesmo dentro de uma dessas últimas classificações e eventualmente sairei deste país sem nenhum prêmio além dos meus trabalhos? Mas Brama fala de novo:


- Os nossos mestres não possuem a chave para o poder da respiração? Eles sabem quão estreito é o laço que existe entre o dia e o sangue; eles entendem o mecanismo pelo qual a mente também segue o mesmo caminho; eles possuem o segredo de despertar a consciência animada, agindo sobre a respiração e o pensamento. Eu direi que o metabolismo do oxigênio e do anidrido carbônico é apenas a expressão neste mundo de uma força mais subtil que realmente mantém a vida? Reside nos órgãos vitais, embora invisível. Quando sai do corpo, a respiração pára e advém da morte. Mas dominando-a é possível, em certa medida, prevalecer sobre a corrente que nossos olhos não veem.


Há uma lição que podemos tirar dos animais, o método favorito de ensino do meu professor. Um elefante respira muito mais devagar que um macaco e ainda assim vive mais tempo. Algumas das grandes cobras respiram mais devagar que um cão e ainda assim são mais longevas. Portanto, existem criaturas que demonstram a possibilidade de prolongar a vida pela sua respiração lenta.


Se você me seguiu até aqui, a próxima etapa será ainda mais fácil de entender. Nos Himalaias há morcegos que hibernam. Penduram no teto das cavernas durante semanas sem respirar nem um pouco até acordarem. Também os ursos dessa mesma região, por vezes, dormem durante toda a estação fria, ficando seus corpos como se não tivessem vida nenhuma. Em tocas profundas do norte da Índia, onde não conseguem encontrar comida durante o inverno, há ouriços que passam alguns meses nesse estado durante o qual os pulmões não funcionam. Se esses animais param de respirar por um tempo e ainda assim vivem, por que os seres humanos não podem fazer o mesmo? "


Paul Brunton, a Índia Secreta. 

domingo, 8 de junho de 2025

Segredos da Kundalini...

 


"Há muitas pessoas que, enquanto praticam diversas formas de meditação com ou sem pranayama ou outros exercícios próprios do Hatha-Yoga, experimentam vários tipos de sensações na região de Kundalini ou Kanda, começando um pouco abaixo do umbigo ao períneo, ambos na frente ou atrás. Estas sensações vão desde o simples batimento cardíaco ou a sensação de uma corrente que se move para cima até um formigueiro agradável ou comichão erótico na região reprodutiva com flashes intermitentes de luz de vários tons na cabeça. Todas estas sensações e impressões de luz, se forem reais e não as criações de fantasia em indivíduos sugestionáveis, podem definitivamente ser rastreadas até a estimulação do Poder da Serpente. No entanto, eles não são indicativos de uma atividade sustentada do mecanismo que é absolutamente necessária para o funcionamento dos processos que conduzem à transformação da consciência.


De acordo com os manuais clássicos de Hatha-Yoga, o sadhaka é forçado em sua prática diária a imaginar todo o processo de ativação do Poder Divino desde Muladhara, o centro raiz na base da coluna vertebral até Brahma-randhra, o lótus de 12 pétalas atrás do teto do palato, passando pelos seis lótus no eixo cerebro espinal que se encontram no caminho. A visualização será feita de acordo com as descrições fornecidas pelo tutor sobre a formação dos lótus, sua cor, número de pétalas, as letras do alfabeto são mostradas em cada pétala e outros acessórios, como também na natureza da própria Energia Divina. Tem que ser imaginado como um relâmpago, com o brilho de milhares de sóis, derramando no cérebro com o brilho branco leitoso da lua, assumindo cores divergentes em diferentes lugares, como, por exemplo, os tons de um arco-íris na testa, o brilho do sol no coração, aparecendo como uma fibra de lótus colorida em sua passagem através da bainha mais interna (Brahma-nadi) da medula espinhal. O praticante também tem que se concentrar nos sons que ocorrem na excitação do Poder, como a música feita por um enxame de abelhas em voo ou uma cascata distante, uma concha, uma corrente murmurante, um tilintar distante de sinos ou um tilintar interminável.


Nesta era da velocidade do raio e das ideias de fácil realização aplicadas a quase todas as empresas, incluindo a iluminação, é extremamente difícil imaginar a vida de alguém que se dedicou à formidável tarefa de despertar o Poder da Serpente no passado. Dia e noite, com apenas breves intervalos para refeições e outras necessidades básicas da vida, consagrou-se em ermitas e ashrams solitários à empresa, submetendo-se a diversas práticas e disciplinas, algumas delas extremamente perigosas e dolorosas, sem pensar no mundo, a lesões corporais, distúrbios mentais ou até mesmo a morte. Passaram-se anos e até toda a vida desta forma, com este objetivo antes do seu horizonte mental, indiferente ao corpo e ao conforto físico, até que o seu melhor momento foi gasto sem realizar o sonho. Isso acontece mesmo agora e milhões de ascetas na Índia passam vidas de extrema austeridade e trabalho duro até o fim sem alcançar o estado beatífico.


Uma vez que o despertar do Poder depende de uma série de fatores biológicos, um dos quais é a herança favorável mais importante, pode-se supor com certeza que uma grande proporção dos pretendentes tem que descansar satisfeitos com sensações corporais, flashes aleatórios de luz ou experiências visionárias de sonho, em parte reais e em parte imaginárias, evocadas pela sua constante preocupação com o tema. Vemos que isso realmente acontece com os buscadores contemporâneos que se dedicam a diversas práticas e disciplinas religiosas no nosso próprio tempo. Entre os milhões e milhões de pessoas que praticam diversos tipos de yoga ou outras práticas de meditação, existe uma tendência geral para atribuir uma importância exagerada a sinais subjetivos como, por exemplo, flashes de luz diante dos olhos, sons nos ouvidos ou sensações sentidas em várias partes do corpo, sob a impressão de que eles são os precursores do sucesso na empresa. Este tipo de ilusões tem, não raramente, o efeito inverso de aumentar o ego e incutir ideias de importância pessoal. Os únicos sinais seguros de consciência iluminada são iluminação interior, pensamento e dicção inspirados, amor abundante, humildade e percepção alterada do mundo alvo. "


Gopi Krishna, Antigos Segredos de Kundalini Escondido no Panchastavil 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

COMO FAZER UMA RESENHA CRÍTICA

 


COMO FAZER UMA RESENHA CRÍTICA

Por Abilio Machado


A resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:


1. QUAL O TEMA TRATADO PELO AUTOR?


2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE COLOCA?


3. QUAL A POSIÇÃO DEFENDIDA PELO AUTOR COM RELAÇÃO A ESTE

PROBLEMA?


4. QUAIS OS ARGUMENTOS CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS

PELO AUTOR PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO?


No entanto, para se fazer uma RESENHA CRÍTICA ainda falta “A CRÍTICA”, ou seja, A SUA ANÁLISE SOBRE O TEXTO.

E o que é esta ANÁLISE? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está sendo analisado.


Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:


- INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR, SUAS OUTRAS OBRAS E SUA RELAÇÃO COM OUTROS AUTORES;


- ELEMENTOS PARA CONTRIBUIR PARA UM DEBATE ACERCA DO TEMA EM QUESTÃO;


- CONDIÇÕES DE ESCREVER UM TEXTO COERENTE E COM ORGANICIDADE.


A partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:


NOS PARÁGRAFOS INICIAIS, UMA INTRODUÇÃO À OBRA RESENHADA, APRESENTANDO:


- O ASSUNTO/ TEMA;


- O PROBLEMA ELABORADO PELO AUTOR;


- E A POSIÇÃO DO AUTOR DIANTE DESTE PROBLEMA.


NO DESENVOLVIMENTO, A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DA OBRA, ENFATIZANDO:


- AS IDÉIAS CENTRAIS DO TEXTO;


- OS ARGUMENTOS E IDÉIAS SECUNDÁRIAS.


POR FIM, UMA CONCLUSÃO APRESENTADO SUA CRÍTICA PESSOAL, OU SEJA:


- UMA AVALIAÇÃO DAS IDÉIAS DO AUTOR FRENTE A OUTROS TEXTOS E AUTORES;


- UMA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO TEXTO, QUANTO À SUA COERÊNCIA, VALIDADE, ORIGINALIDADE, PROFUNDIDADE, ALCANCE, ETC.


OBS: Nunca se esqueça de conferir se sua resenha está de acordo com essas exigências:


Exigências de conteúdo


_ Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação das principais idéias do autor;


_ Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista;


_ Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no item acima.


Exigências de forma


_ A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até três laudas de papel A4 com espaçamento duplo;


_ A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por exemplo);

_ A resenha deve sempre indicar a obra que está sendo resenhada.


Seguindo as dicas apresentadas, certamente você fará uma ótima resenha. Então vamos lá meus psicolegas...



Abraços fraternais!

Poetha Abilio Machado

PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...