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domingo, 8 de junho de 2025

O PENSAMENTO SISTÊMICO EM PSICOLOGIA

O PENSAMENTO SISTÊMICO EM PSICOLOGIA

por Abilio Machado 





INTRODUÇÃO




Ser Sistêmico...



Quando aprendemos a pensar sistematicamente, já temos o resultado de um processo que envolve liberdade, escolhas, ética, ecologia, amor e paz.

Pensar sistematicamente é contar uma nova narrativa sobre nós mesmos. “Pensar sistematicamente é desenvolver uma atitude ética baseada no amor.

Telma P Lenzi




RESUMO




No final do século XIX, a família brasileira recebeu grande influência da família



burguesa européia da qual era remanescente do capitalismo e das relações sociais vigentes na época. Destacava-se na classe média urbano o modelo de família ideal, com o homem provedor da casa e a mulher responsável pelos filhos, excluindo-a da produção.

Em meados da década de 1950, surgiu o movimento de atendimento conjunto à família, sendo esta considerada e pensada como uma unidade. Foi por volta dos anos 60, nos Estados Unidos, que este modelo de terapia familiar teve início. Levando assim, a Psicologia a utilizar o pensamento sistêmico, que advém da física quântica nas suas ultimas forças da Psicologia Humanista e Psicologia Transpessoal.

Pensamento sistêmico, refere-se a uma nova visão de mundo que enfatiza o interesse pelas relações. Como ciência a Psicologia estuda o comportamento humano e este inserido numa grande rede relacional. O individuo nasce faz parte de sua família primária, que educa, influência, transmite crenças e valores, etc., logo a escola vai fazer parte de outra relação que é a escola onde sofre influência de grupos de amigos, lazer, grupos religiosos, o que amplia sua rede de relações. Envolvido o indivíduo neste meio de alguma forma será influenciado para estruturar sua personalidade. Dependerá das relações onde o indivíduo está inserido o comportamento do mesmo.

Diante dessas afirmações o pensamento sistêmico é um novo paradigma da ciência, uma idéia que já vinha sendo cogitada e trás implicações revolucionárias e profundas no âmbito científico e também repercute no âmbito pessoal.



Neste novo paradigma o universo então, é visto como uma teia dinâmica de eventos inter- relacionados com um objetivo comum. A concepção sistêmica vê o mundo em termos de relações e integração. Os sistemas são totalidades interligadas, cujas propriedades não podem ser reproduzidas a unidades menores.

Outra característica desse pensamento é o princípio do diálogo que articula e une conceitos focaliza possíveis relações entre disciplinas e efetiva contribuições entre elas o qual é denominado de interdisciplinaridade. Para embasar o pensamento sistêmico, deve-se fazer uma retrospectiva histórica.

Os primeiros estudos da psicologia remontam a Grécia em torno de 500 anos a.C. através de Sócrates, Platão e Aristóteles. Esses filósofos enfatizaram a racionalidade do homem e a imortalidade da alma. Na idade média a psicologia foi evidenciada através de Santo Agostinho e São Tomas de Aquino. Porém foi no renascimento, através de Descartes que foi enfatizado o conceito de dualidade do corpo e mente que favoreceu o nascimento da psicofisiologia, no século XIX. O que veio a influenciar a visão do homem dando enfoque mecanicista na ciência através de uma metodologia determinista com pretensões explicativas, o que gera o método analítico.

No período de 1832 a 1860 na Alemanha a psicologia se desvincula da filosofia e se torna uma ciência tendo como objeto de estudo o comportamento, a vida psíquica e a consciência.

Durante o século XX, a psicologia havia adquirido varias escolas com linha de pensamento controversas, como o estruturalismo, o funcionalismo, o behaviorismo, a psicanálise e a psicologia humanista.

Para podermos discutir a forma com que estas escolas viam o homem, é necessário voltar ao discurso analítico de Rene Descartes, que influenciou todas as ditas ciências modernas, colocando como importante aquilo que poderia ser provado e visto, e descartando os conteúdos que não eram possíveis de ser experimentados e reproduzidos.

Dentro disto tínhamos a escola behaviorista, que via o homem formado por estímulos que eliciavam respostas, moldando o ser dentro destas relações, e a psicanálise, onde eram analisados pensamentos de forma racional para todos os processos da psique. Estas duas linhas tinham visões diferentes do homem, mas ao serem analisadas apenas levavam em consideração um lado do homem, usando de uma visão fragmentada e, portanto insuficiente para a compreensão deste.



O homem é um ser biopsicosocial e espiritual, e a cisão sistêmica trás a importância desta visão como um todo. Não podemos analisar as situações que envolvem os indivíduos de uma sociedade sem entendermos como as situações psicológicas alem a parte biológica deste ser, como a sociedade em que ele vive influencia estas relações psicológicas, atribuindo valores e metas para o individuo, e como a espiritualidade dele ajuda na visão de mundo, alem de muitas outras relações.

A Teoria Sistêmica tem suas origens na física quântica, a partir da mudança na visão de mundo, onde passou-se da concepção linear-mecanicista de Descartes e Newton para uma visão holística e ecológica. O termo holístico, refere-se a uma compreensão da realidade em função de totalidades integradas, cujas propriedades não podem ser reduzidas a unidades menores.

A partir da nova ciência a família passa a ser considerada um sistema aberto, devido ao movimento dos seus membros dentro e fora e de uma interação uns com os outros e com sistemas extrafamiliares (meio-ambiente, comunidade, etc). As ações e comportamentos de um dos membros influenciam e simultaneamente são influenciados por comportamentos de todos os outros.

Para física quântica o universo é considerado um organismo que vive pulsando denominada respiração cósmica, semelhante ao corpo humano. O cosmo é um sistema em movimento, vivo orgânico, espiritual e material. A noção de espaço e tempo como também causa e efeito perde seu significado. A natureza humana é vista na sua totalidade, interdependentes, sistêmica em conexão com o cosmo.

Voltando a Psicologia o que verificamos que a inserção do pensamento sistêmico surge na terceira força denominada de Psicologia Humanista que enfatiza

a compreensão da existência humana, a busca do sentido de vida, o homem inserido numa teia de comunicações repleto de possibilidades. Enfatizando uma visão holística do ser humano. Daí surge à quarta força denominada de Psicologia Transpessoal, considerada um desdobramento da Psicologia Humanista tendo como principal preocupação às experiências dos indivíduos em outros níveis de consciência que transcendem o ego. Possuindo como embasamento toda a visão sistêmica que se origina da física quântica. Gerando então o método sintético.

O método sintético oriundo do pensamento sistêmico serviu com embasamento para a consolidação da quarta força em psicologia denominada Psicologia Transpessoal. Para os cientistas transpessoal o desenvolvimento espiritual vai fornecer novas opções de vida para o individuo, mas não despreza o caráter interativo do ser humano com o



seu ambiente. Apenas amplia essa visão para uma natureza macro que vai além do planeta, mas ao cosmo. A visão de homem é de um ser multidimensional formado pela mente, corpo, interação social e espiritual. Isso de uma maneira integrada, orgânica e total.




CONCLUSÃO




Dentro da ótica de uma terapia sistêmica encontram-se hipóteses que os seres humanos, no intercâmbio uns com os outros, realizam adaptações mútuas: exemplos, uma reunião entre amigos, faz convites para momentos retrospectivos, como lembrar tempo de infância, juventude.

O encontro terapêutico é um processo onde o passado deixa de ser um dado histórico para ser uma construção subjetiva, na qual é possível reescrever e reinventar repetidamente cada história, tornando possível a construção de vínculos mais saudáveis e satisfatórios com outras pessoas. A história de um olhar A metodologia da psicologia sistêmica não pode ser passada como uma receita, pois depende muito da habilidade do profissional de articular o grupo, levantar questões válidas e, sobretudo saber que cada sistema é único. Circunspecto por pessoas únicas. Isto traz a precisão de conhecer sempre coisas novas, novas possibilidades, novas idéias, o que torna importância para estreitamento terapêutico visando abrigar todo este método.

O deslocamento do foco de atenção do intrapsíquico para o relacional no campo das práticas terapêuticas com seu papel social. Conceitos com práticas, terapias de grupo e psicodrama se esquematizam nessa época. 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

A multideterminação do homem.

 


A multideterminaçao do homem. Grupo 01


Síntese.



O homem sobre seus mitos filosóficos que coloco como sendo fruto da crença popular: natural que diz que todo homem é bom e o meio lhe desvirtua. Isolado que diz que seu princípio é ser um lobo solítário e aos poucos vai ascendendo ao relacionamento. Abstrato quando é visto de modo generalizado. Na psicologia ele não é considerado por nenhum deles, não natural porque é histórico, nem isolado por ser social e tampouco abstrato porque é o conjunto de suas relações.

O homem é um produto físico-social e que ele aprende a O ser, tudo que possui é subtraído do seu meio, pois ele aprende a utilizar suas aptidões, seus instrumentos (Guerra do fogo) e sua linguagem (13º guerreiro).

O homem é então um ser mutante, pois esta característica lhe oferece um constante avanço cultural.

Que lhe torna possível gerar sua própria história,e posso definir a característica no homem como um ser de trabalho, linguagem, observador e insatisfeito com suas condições (na cultura a insatisfação causa a busca).


Somos ímpares, mesmo quando estamos “in”pares ...Luís Poeta.



Trocando as bolas. Analise:

L.Winthorpe III (Dan Aykroyd) é um executivo de sucesso que, assim como o negro marginalizado e arrogante Billy Ray (Eddie Murphy), que vive de pequenos golpes, tem sua vida muito mudada quando dois riquíssimos corretores, Randolph Duke (Ralph Bellamy) e Mortimer Duke (Don Ameche), apostam U$ 1,00 sobre qual o fator preponderante que determina o sucesso de uma pessoa. Mortimer crê que é o genético, enquanto Randolph acredita que seja o meio social. Assim fazem acontecer desgraças com Louis, enquanto Billy Ray tem uma mudança tão brusca de status que inicialmente se desconcerta, sem imaginar que agora tem a casa, o carro e o emprego de Louis, mas como todo filme holliwdyano, a essência americana surge, Louis se reorganiza com a ajuda de uma prostituta e os três se unem e ganham alguns milhões em ações quebrando a corretora dos dois irmãos.

Diga-me, e eu esquecerei.
Mostre-me, e eu lembrarei.
Envolva-me, e eu entenderei

(Confúcio (551 - 479 A . C))



Profº José Neivaldo

Psicologia I – diurno

Abilio Machado

segunda-feira, 29 de maio de 2023

"Me sinto castrado pela minha igreja"

 


"Me sinto castrado pela minha igreja"

texto Abilio Machado

"Me sinto castrado pela minha igreja" é um tena que evoca uma análise psicológica profunda sobre a influência da religião na vida de uma pessoa e o impacto emocional que pode surgir quando há um sentimento de restrição ou limitação imposto pela instituição religiosa.


Do ponto de vista psicológico, esse tema nos leva a explorar o conflito interno e a sensação de restrição que uma pessoa pode experimentar ao se sentir castrada pela sua igreja. A castração, nesse contexto, não se refere apenas à dimensão física, mas sim a uma perda de autonomia, liberdade ou expressão pessoal que pode ser imposta pelas crenças e normas da instituição religiosa.


Quando uma pessoa se sente castrada pela sua igreja, isso pode gerar um conflito entre suas próprias necessidades, desejos e valores individuais e as expectativas e restrições impostas pela religião. Essa tensão pode resultar em sentimentos de repressão, culpa, inadequação ou até mesmo uma crise de identidade.


A análise psicológica desse título nos convida a explorar as dinâmicas psicológicas e emocionais envolvidas nesse conflito. Pode ser um momento de questionar as crenças e valores pessoais em relação àqueles transmitidos pela igreja, bem como examinar as razões subjacentes para se identificar com essa instituição religiosa em primeiro lugar.


É importante lembrar que a experiência de se sentir castrado pela igreja pode variar de pessoa para pessoa. Algumas podem se sentir oprimidas pelas regras rígidas e moralidades estabelecidas, enquanto outras podem sentir que sua individualidade e autonomia estão sendo suprimidas pela hierarquia e pela estrutura institucional. Cada experiência é única e merece ser respeitada.


Um exercício psicológico relacionado a esse título é a prática da autorreflexão e do questionamento. Reserve um tempo para refletir sobre sua relação com a igreja, suas crenças e os sentimentos que surgem ao se sentir castrado. Pergunte a si mesmo: "Quais são os valores e crenças que são verdadeiros para mim? Em que aspectos sinto uma restrição pela igreja? Como posso encontrar um equilíbrio entre minha identidade pessoal e minha prática religiosa?".


Além disso, buscar apoio psicológico de um profissional especializado pode ser benéfico para navegar esse conflito interno, fornecendo um espaço seguro para explorar suas emoções e ajudando a desenvolver uma compreensão mais clara de suas necessidades e desejos individuais.



"Me sinto castrado pela minha igreja" explora a tensão entre a liberdade pessoal e as restrições impostas pela instituição religiosa. Esse processo de autorreflexão e busca por autenticidade pode ser apoiado pelo aconselhamento profissional para uma maior compreensão e bem-estar emocional. É essencial respeitar e honrar as experiências individuais de cada pessoa ao enfrentar esse desafio emocional e psicológico, reconhecendo a importância da autenticidade e do autocuidado na busca por um senso de identidade e propósito que seja verdadeiro para si mesmo.


Além disso, é válido ressaltar que cada pessoa tem o direito de encontrar sua própria espiritualidade e conexão com o divino de uma forma que seja significativa para ela. Se sentir castrado pela igreja não implica necessariamente em uma rejeição completa da espiritualidade, mas sim em questionar e buscar uma expressão mais alinhada com sua essência e valores.

É fundamental também considerar o impacto social e cultural da religião na vida de uma pessoa. A igreja pode ter um papel central na estruturação da identidade individual e comunitária, e se afastar dela pode resultar em uma sensação de isolamento, perda de pertencimento ou julgamento social. Essas questões sociais devem ser levadas em conta durante o processo de análise psicológica e tomada de decisões.

O suporte de um profissional da área de saúde mental pode ser extremamente valioso nesse processo de análise e transformação. Um psicólogo ou terapeuta pode ajudar a explorar os sentimentos de castração, trabalhar a autoaceitação, fortalecer a autoestima e desenvolver estratégias para lidar com as possíveis consequências emocionais e sociais desse desprendimento da igreja.

Este tema nos convida a uma análise psicológica profunda sobre a influência da religião na vida de uma pessoa e os sentimentos de restrição, conflito e busca por autenticidade que podem surgir. Através da autorreflexão, apoio profissional e cuidado consigo mesmo, é possível encontrar um equilíbrio entre a busca espiritual individual e a reconciliação com a própria identidade. É uma jornada de autodescoberta, empoderamento e liberdade para viver de acordo com os valores e propósitos pessoais.

E você que acabou de ler  tem ou teve pensamentos assim, de que está sendo castrado nos pensamentos, ações e funções... Se sim, comente, deixe a sua impressão... se gostou do texto, siga, deixe seu like, comente, compartilhe...


quinta-feira, 18 de maio de 2023

A verdadeira libertação

 pôs Abilio Machado




A verdadeira libertação é um conceito que transcende as fronteiras da psicologia e da teologia, combinando elementos das duas disciplinas para explorar a busca pela liberdade em um sentido mais profundo e holístico.


Na psicologia, a libertação é frequentemente associada à libertação das amarras mentais e emocionais que nos impedem de viver plenamente. É um processo de autoconhecimento e cura, onde buscamos identificar e confrontar nossos medos, traumas e padrões de pensamento limitantes. Através desse trabalho interno, podemos encontrar a liberdade de sermos nós mesmos, de expressar nossas emoções de forma saudável e de viver de acordo com nossos valores e propósitos.


Já na teologia, a libertação está relacionada ao conceito de redenção e salvação espiritual. É a busca pela liberdade das correntes do pecado, da separação de Deus e das estruturas opressivas que limitam a plenitude da vida. É um chamado para romper com as amarras do egoísmo, da ganância, do ódio e da injustiça, e abraçar o amor, a compaixão e a justiça divina.


Quando combinamos esses dois campos, a psicologia e a teologia, encontramos uma abordagem abrangente e poderosa para a verdadeira libertação. É reconhecer que a liberdade não é apenas uma questão individual, mas também uma busca coletiva e espiritual. É a jornada de cura interior, ao mesmo tempo em que nos conectamos com algo maior do que nós mesmos.


A verdadeira libertação começa quando nos abrimos para a possibilidade de uma transformação profunda e duradoura. É ter coragem de olhar para dentro, enfrentar nossos medos e desafios, e buscar ajuda quando necessário. É também ter uma visão mais ampla do mundo e se engajar ativamente em causas justas e solidárias.


Essa jornada de libertação nos leva a reconhecer a nossa interconexão com os outros seres humanos e com o universo. Compreendemos que a busca pela liberdade não deve ser egoísta, mas sim inclusiva e empática. É o despertar para a compaixão, o perdão e a reconciliação.


A verdadeira libertação não é apenas um objetivo final, mas um processo contínuo de crescimento, aprendizado e evolução. É um convite para nos tornarmos pessoas mais autênticas, compassivas e conscientes, que contribuem para a transformação positiva do mundo.


Portanto, a verdadeira libertação vai além das amarras individuais, alcançando a dimensão coletiva e espiritual. É uma jornada de autoconhecimento, cura interior e conexão com algo maior. É o caminho para vivermos uma vida plena, livre das correntes que nos aprisionam, e em harmonia com nós mesmos, com os outros e com o divino.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Tudo sobre fobias

 

Quais são os tipos, quem sofre e como tratá-las?

Levar um susto ao ver uma aranha ou uma cobra, sentir frio na barriga ao olhar pela janela do vigésimo andar de um prédio ou ficar desconfortável falando diante de uma plateia são reações comuns quando nos deparamos com situações inesperadas ou pouco habituais.

Porém, quando o medo e a ansiedade tornam-se excessivos e persistentes, pode ser um sinal de desenvolvimento de fobias — um tipo de transtorno de ansiedade que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está no topo da lista de países com o maior percentual de pessoas com transtornos de ansiedade: 9,3% dos brasileiros sofrem desse problema de saúde mental, incluindo as fobias gerais.

Quando não tratada, a fobia pode gerar sofrimento e afetar diretamente a rotina e as relações sociais do indivíduo, trazendo limitações no trabalho, na escola ou nas atividades do dia a dia. Isso acontece porque quem sofre desse transtorno costuma evitar situações em que se expõe à causa do medo.

Por ser um assunto complexo e que gera muitas dúvidas, escrevemos abaixo um guia completo para que você saiba como identificar as fobias mais comuns, conheça os principais sintomas e entenda quais são os tratamentos mais eficazes e adequados.

O que é fobia?

A fobia é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo irracional de uma situação, atividade, lugar, objeto ou animal, mesmo que isso não represente qualquer perigo. Ou seja, a ansiedade que uma pessoa fóbica sente é desproporcional à circunstância em si.

Existem tanto fobias específicas, como medo de animais, de altura, de ferimentos ou de sangue, quanto complexas, como medo de interações sociais. Geralmente, os transtornos simples se manifestam quando uma pessoa tem um senso de perigo exagerado ou irrealista sobre algo e evita os gatilhos específicos.

O desenvolvimento de fobias pode estar ligado à interação entre fatores genéticos e ambientais, a condicionamentos, a eventos negativos relacionados a uma situação ou objeto, a mudanças no funcionamento do cérebro ou a experiências traumáticas vividas na infância. Por isso, crianças e jovens são suscetíveis a apresentar esse tipo de transtorno.

Segundo uma pesquisa realizada por Fernando Asbahr, professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), aproximadamente 10% das crianças e adolescentes preencherão critérios diagnósticos para algum tipo de transtorno de ansiedade. Nessa população, a prevalência de fobias específicas é em torno de 2,4 a 3,3%, e de fobia social, de 1%.

Qual é a diferença entre medo e fobia?

O medo é considerado uma emoção básica, ou primária, de adaptação do homem frente a situações de ameaça ou perigo enfrentadas ao longo de sua história evolutiva. Esse estado emocional é universal, ou seja, é compartilhado entre indivíduos de todas as culturas.

Essa resposta imediata a eventos ambientais ou pensamentos internos desencadeia mudanças de raciocínio e comportamento. Isso acontece porque a emoção é formada por três componentes: resposta fisiológica, como taquicardia e sudorese; resposta comportamental, como olhos arregalados; e sensação, em que a pessoa interpreta essas respostas corporais como “estou com medo”.

Já a ansiedade é uma mistura de emoções, em que o medo é predominante. Esse sentimento ajuda as pessoas a anteciparem eventos futuros e a buscarem novas formas de enfrentar os desafios, sendo também parte normal e benéfica na vida diária. Os níveis de medo e ansiedade variam de pessoa para pessoa, podendo aumentar ou diminuir de acordo com a circunstância.

Em situações de ameaça ou perigo, o medo e a ansiedade se relacionam, gerando um estado de apreensão e tensão e comportamentos de proteção, defesa, fuga e esquiva. Porém, quando a ansiedade ou o medo é angustiante, persistente ou incontrolável na ausência de perigo real, é um indício de que a pessoa está sofrendo de fobia.

Portanto, a grande diferença entre o medo e a fobia é a intensidade dos sentimentos e das emoções e as consequências negativas que esse distúrbio traz para a vida da pessoa.

Quais são as fobias mais comuns no Brasil?

O estresse e as pressões da vida moderna têm levado cada vez mais pessoas a desenvolver transtornos mentais, que muitas vezes passam despercebidos ou são ignorados, podendo evoluir para problemas de saúde mais sérios. Muitas fobias são vistas como “medos bobos” e acabam não recebendo a atenção merecida, o que faz com que a pessoa sofra calada ou isole-se do convívio familiar e social.

Conforme informações do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), indivíduos com fobia específica têm até 60% mais probabilidade de cometer suicídio do que pessoas sem o diagnóstico. Porém, essas taxas elevadas podem estar ligadas principalmente à comorbidade com transtornos de personalidade ou outros transtornos ansiosos.

Milhares de fobias já foram descritas, classificadas e documentadas, mas algumas delas são mais comuns, como as listadas abaixo.

Acrofobia

A acrofobia é caracterizada pelo medo irracional de altura e pode ser causada por diversos fatores, como instinto de sobrevivência exacerbado e experiências traumáticas. Uma pessoa que caiu de um lugar alto ou presenciou um acidente envolvendo queda livre, por exemplo, tem grandes chances de desenvolver esse tipo de fobia.

Os indivíduos que sofrem desse transtorno costumam apresentar sintomas físicos e emocionais intensos quando estão em locais altos, como vertigem, tremor e pânico. Nos quadros mais graves, o acrofóbico não consegue subir escadas, morar em prédios, entrar em elevadores ou dirigir sobre pontes.

Aerofobia

Diferentemente do que muitos pensam, uma pessoa que sofre de acrofobia nem sempre terá medo de andar de avião. Por isso, há um nome específico para o medo irracional de voar, que é aerofobia. Geralmente, a pessoa que desenvolve esse transtorno de ansiedade se restringe ao uso de transportes terrestres ou marítimos.

A aerofobia pode limitar a vida do indivíduo tanto em questões de lazer quanto profissionais, pois muitos acrofóbicos deixam de viajar para outros países nas férias, de participar de congressos internacionais ou de ir a reuniões em filiais estrangeiras da empresa devido à ansiedade incontrolável que esta situação causa.

Agorafobia

A palavra agorafobia é usada para designar o medo irracional de lugares abertos, fechados ou de multidões devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que não terá ninguém por perto para receber auxílio caso apresente sintomas incapacitantes, como pânico ou crises agudas de ansiedade.

Normalmente, quem sofre desse transtorno fica muito dependente de outras pessoas, pois precisa ter uma companhia sempre por perto para ter a sensação de segurança. A falta de independência e de confiança em si mesmo pode trazer muito sofrimento emocional para o indivíduo com agorafobia.

O simples fato de sair de casa para ir ao supermercado ou à farmácia, por exemplo, pode se transformar em uma experiência terrível e ameaçadora. Apesar de saberem que seus medos são irracionais, os agorafóbicos não conseguem deixar de pensar que estão em constante perigo.

Aracnofobia

Uma das fobias mais comuns está relacionada à aranha, um aracnídeo de oito pernas que pode ou não ser venenoso para o ser humano. Apesar da aparência assustadora, muitas espécies são inofensivas e quase invisíveis a olho nu. Porém, isso não impede que várias pessoas sintam medo excessivo desse animal.

O condicionamento na infância é uma das principais causas da aracnofobia. Muitas crianças são ensinadas por seus pais ou responsáveis a temer ou a evitar o contato com aranhas por causa da possibilidade de serem picadas. Quando chegam à idade adulta, não conseguem controlar o medo e a ansiedade diante desse bicho, mesmo que não represente um perigo real.

Claustrofobia

Permanecer por muito tempo em um lugar fechado e pequeno é o maior temor dos claustrofóbicos. Esse transtorno muitas vezes é confundido com a agorafobia, mas apresenta características distintas de diagnóstico. Quem sofre desse transtorno sente medo do confinamento em ambientes fechados.

Entrar em elevadores, trens do metrô e aparelhos de ressonância magnética, por exemplo, pode paralisar ou causar pânico em indivíduos que desenvolvem essa fobia, dificultando suas relações sociais e atividades do cotidiano. Estima-se que a claustrofobia atinja cerca de 4% da população.

Coulrofobia

O medo irracional de palhaços é denominado coulrofobia e, na maioria dos casos, é desenvolvido devido a experiências traumáticas na infância. Embora sejam coloridas e alegres, essas criaturas mascaradas típicas do circo transformaram-se no pesadelo de muitas pessoas.

As expressões faciais desconhecidas e os gestos exagerados dos palhaços são alguns dos atributos que causam pânico em quem sofre desse transtorno de ansiedade. Além disso, muitos filmes e seriados de terror têm o palhaço como protagonista, o que pode ter contribuído para o aumento dessa fobia entre adolescentes e adultos.

Fobia social

O transtorno de ansiedade social, ou fobia social, é caracterizado por uma ansiedade ou medo irracional de situações sociais corriqueiras. A pessoa teme ser rejeitada, humilhada ou avaliada negativamente pelos demais, por isso esquiva-se de falar em público, de conhecer novas pessoas, de ir a festas, de comer na frente dos outros, de conversar com figuras de autoridade ou até mesmo de sair de casa.

Com frequência, esse tipo de transtorno se desenvolve na infância ou início da adolescência, podendo permanecer até a vida adulta se não for tratado. A fobia social causa diversos prejuízos na vida de um indivíduo, pois afeta suas relações sociais, profissionais e amorosas, podendo evoluir para outros problemas de saúde mental, como depressão e abuso de drogas.

Glossofobia

Apesar de ser um grande desafio, muitas pessoas conseguem vencer a ansiedade de apresentar trabalhos ou fazer apresentações na frente de uma plateia. Mas, quando essa situação é paralisante e causa um medo persistente, é um alerta para o diagnóstico de transtorno mental.

Glossofobia é o termo usado para designar o medo irracional de falar em público. Um estudo publicado no International Journal of Research indica que aproximadamente 75% das pessoas sofrem dessa fobia. Esse transtorno traz diversas complicações para a vida social do indivíduo, já que essas situações ocorrem com frequência na escola e no ambiente de trabalho.

Hematofobia

Hematofobia, ou hemofobia, é o nome dado à patologia psicológica apresentada por pessoas que têm medo exagerado e irracional de ver sangue. O sintomas mais comuns são desmaio, enjoo, tontura, calafrio e falta de ar. Porém, esses sintomas podem variar de pessoa a pessoa dependendo do grau do transtorno.

Alguns hematofóbicos também podem desenvolver medo de objetos cortantes e perfurantes, como facas e agulhas, que podem estar associados ao sangramento. Por isso, muitas vezes deixam de fazer exames médicos que necessitam da retirada de sangue e uso desses instrumentos médicos. Como qualquer distúrbio exagerado, a pessoa precisa ser tratada para que não afete sua qualidade de vida.

Ofidiofobia

O medo irracional de cobras ou serpentes é chamado de ofidiofobia. Assim como a aracnofobia, esse é um dos transtornos de ansiedade mais comuns envolvendo animais. As pessoas que desenvolvem essa patologia começam a passar mal e a apresentar sintomas de pânico ao se depararem com esse tipo de réptil.

Em casos mais graves, somente a menção ou a visualização de uma imagem de cobra pode levar a pessoa a uma intensa reação de pavor, calafrios e, em alguns casos, problemas cardíacos.

Um dos motivos que tornam essa fobia uma das mais prevalentes na população geral é o fato de que algumas espécies de cobras são peçonhentas, ou seja, injetam seus venenos nas vítimas, sendo, muitas vezes, mortais. Mesmo sem nunca ter tido contato direto com esses animais, as pessoas podem desenvolver esse tipo de transtorno de ansiedade.

Para alguns neurocientistas, o medo de cobras é uma herança ancestral, pois esses animais representavam uma grande ameaça à sobrevivência, principalmente para os povos primitivos. Ao longo da evolução, as pessoas começaram a detectar os répteis que conseguiam se camuflar facilmente entre o mato e as árvores, reconhecendo o perigo.

Tripofobia

Apesar de parecer inusitado, a aversão a padrões irregulares ou a agrupamentos de pequenos buracos ou saliências atinge cerca de 15% da população. Segundo uma pesquisa realizada na Universidade Emory, nos Estados Unidos, a tripofobia está mais relacionada à emoção de nojo do que de medo.

Os dados da pesquisa mostram que a reação das pessoas frente a um conjunto de furos ou buracos está relacionada a um mecanismo visual primitivo presente em todos os seres humanos. Ao contrário da resposta de luta ou fuga própria do medo, os voluntários do estudo tiveram uma resposta que retardou a ação, emitindo um alerta de cautela.

Existem também fobias específicas incomuns, como a amaxofobia — medo de estar em um veículo em movimento —, a araquibutirofobia — medo de que comidas pastosas grudem no céu da boca —, a barofobia — medo da gravidade —, a geliofobia — medo de risadas —, e a gnomofobia — medo de gnomos de jardim.

Quais são os principais sintomas?

Pessoas que apresentam fobias geralmente conhecem as causas dos seus medos e evitam ao máximo entrar em contato com o que temem, não apresentando sintomas expressivos no dia a dia. Porém, em alguns casos, o simples fato de pensar na origem da fobia já desencadeia uma série de manifestações adversas.

Apesar de variarem de acordo com o tipo e o grau do transtorno, alguns sintomas são comuns a maioria das fobias e aparecem de forma repentina, principalmente quando ocorre um ataque de pânico. Entre os sintomas físicos, podemos destacar:

  • tontura e vertigem;
  • náusea;
  • tremores;
  • calafrios;
  • formigamento pelo corpo;
  • sudorese intensa;
  • dor de cabeça;
  • tensão muscular;
  • diarreia;
  • aumento da frequência cardíaca e palpitações;
  • boca seca;
  • dificuldade para respirar.

Há também sintomas psicológicos, como preocupação excessiva, fixação nos problemas, irritabilidade, dificuldade para dormir, desorientação, confusão mental e medo de perder o controle, de enlouquecer ou de morrer.

Em alguns casos, dois ou mais problemas de saúde mental acometem o mesmo indivíduo, como transtorno de ansiedade e depressão, podendo levar ao aparecimento de outros sintomas. Por isso, é importante procurar orientação de profissionais para receber um diagnóstico completo e preciso.

Como tratar as fobias?

As fobias são transtornos mentais incapacitantes que devem ser tratados por especialistas a fim de trazer mais qualidade de vida ao indivíduo e evitar o desenvolvimento de outros problemas de saúde, como depressão, isolamento social e pensamentos de morte.

Como visto, o medo irracional e incontrolável pode gerar sofrimento e trazer limitações relevantes no dia a dia das pessoas, por isso o diagnóstico e o tratamento precoces das fobias é fundamental para a manutenção da saúde do indivíduo, evitando constrangimentos e limitações.

O tratamento de uma fobia deve ser iniciado após um diagnóstico minucioso, que abranja aspectos físicos, cognitivos e psicossociais. Essa avaliação clínica detalhada serve como ponto de partida para a escolha das técnicas mais eficazes para atender às necessidades específicas de cada paciente.

Os principais tratamentos para esse tipo de transtorno são os medicamentosos e os psicoterapêuticos, que podem ser indicados pelos médicos de maneira isolada ou conjunta, dependendo das causas do problema e do grau de incapacitação da pessoa atendida.

Tratamento não medicamentoso

Algumas abordagens psicoterapêuticas têm sido eficazes no tratamento de fobias, principalmente a terapia de exposição e a terapia cognitivo-comportamental. Essas modalidades baseiam-se na aplicação de técnicas psicológicas para entender as causas do transtorno e fazer com que a pessoa confronte as situações causadoras da ansiedade ou do medo.

As sessões de psicoterapia devem ser regulares para chegar aos objetivos traçados. Nesse processo, o papel do profissional é fazer com que a pessoa compreenda que é possível enfrentar seus medos e temores mais profundos de forma a superar sua fobia e aumentar sua autoestima.

A escolha da psicoterapia mais adequada depende de vários fatores, como evolução do transtorno, sintomas apresentados, histórico clínico e colaboração do paciente atendido. Esse tipo de tratamento visa desde a solução de problemas até a modificação de comportamentos, para que o indivíduo conheça a si mesmo e o mundo a seu redor.

Tratamento medicamentoso

O uso de medicamentos normalmente é indicado na fase inicial do tratamento psiquiátrico nos casos mais graves ou avançados de fobia, nos quais há sintomas associados ou mais expressivos.

Os antidepressivos e os tranquilizantes têm mostrado resultados positivos na diminuição da ansiedade e da agitação típicos dos quadros de fobia, mas devem ser usados de maneira controlada e por um curto período para que não causem reações adversas ou problemas secundários.

A prescrição de fármacos deve ser feita por um médico especialista, mediante uma avaliação clínica completa e detalhada, que deve incluir exames laboratoriais, histórico familiar e de dependência de álcool ou drogas e testes físicos e psicológicos.

Tratamento de fobias com hipnose funciona?

A terapia com hipnose, ou hipnoterapia, é uma modalidade terapêutica alternativa que utiliza técnicas hipnóticas para descobrir as causas dos problemas apresentados pelo indivíduo e ajudá-lo a resgatar memórias e a enfrentar seus medos e traumas por meio do transe.

A hipnoterapia tem sido empregada no mundo todo como ferramenta auxiliar no diagnóstico e no tratamento de problemas de saúde física e mental. No Brasil, essa abordagem é reconhecida pelos Conselhos Federais de Medicina (CFM), de Psicologia (CFP), de Odontologia (CFO) e de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

Assim, como nos demais tratamentos, a pessoa deve passar por uma avaliação prévia de um hipnoterapeuta certificado. É importante ressaltar que a hipnose é uma alternativa terapêutica e coadjuvante aos tratamentos convencionais realizados por profissionais especialistas da área da saúde.

O ideal é contar com uma equipe multidisciplinar capacitada para dar assistência aos pacientes e seus familiares em todas as etapas de diagnóstico e tratamento. O atendimento deve ser realizado por psiquiatras, clínicos gerais, psicólogos e terapeutas, com foco na recuperação e na manutenção da saúde integral do paciente.

Em todo esse processo, o incentivo e o apoio de amigos e familiares é essencial, já que muitas pessoas diagnosticadas com fobias acreditam que seus medos são passageiros ou não precisam ser tratados. Entre as principais recomendações para ajudar uma pessoa a lidar com o problema, estão não reforçar as causas da fobia, comemorar os progressos e dar suporte nos momentos de crise.

A busca por informações e orientação profissional nos casos de transtorno de ansiedade é de extrema importância para garantir bem-estar, autonomia e independência a quem sofre desse transtorno. Para que mais pessoas entendam sobre as fobias e procurem ajuda especializada, compartilhe este artigo nas suas redes sociais.


fonte:www.hospitalsantamonica.com.br  

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

RESENHA : PSICOLOGIA DAS HABILIDADES SOCIAIS

 RESENHA

PSICOLOGIA DAS HABILIDADES SOCIAIS
(Professora Mestre Roseli Hauer)

Del Prette, A. & Del Prette, Z.A.P. (2001). Psicologia das Habilidades Sociais – Terapia e Educação. Petrópolis. Vozes Editora.

Lima Filho, Abilio Machado . Maio/2010

 

Quando minhas ações são contraditórias, meu sentimento se submete e acaba aceitando uma ação por ter sentimentos que me colocam em embate comigo mesmo.
Meu colega de classe me pede o único material de estudo que possuo emprestado para que possa ele estudar sendo que dele vou ter falta para meu próprio estudo mesmo com toda esta efusão de sentimentos acabo por alguma desculpa qualquer aplicada em mim cedendo e fazendo o empréstimo a ele.
Isso com certeza me causará danos, não ficarei sossegado enquanto não reavê-lo e se possível antes da avaliação.
E que dizer de quando estou na fila do ônibus, o nosso famoso ligeirinho curitibano e alguém tenta burlar esta lei natural que é quase um acordo silencioso entre os indivíduos, a fila. O sangue me sobe, o coração avança o ritmo, me sinto automaticamente na obrigação de falar, de me manifestar ante aquela situação e é muito comum a irritação ser plena de palavras exigindo respeito e educação.
Ou que dizer de pedir algo no restaurante ou na lanchonete e o garçom simplesmente esquecer-se do que pediu e atender a outros que chegaram depois, ou até mesmo em sala alguma professora deixar quase em clara evidência que tudo que disser mesmo estando certo será errado aos seus ouvidos, oferecendo sempre atenção a este ou aquele outro aluno.
Note-se que cada situação, cada momento com seus achaques e reações vêm corroborar ao comportamento suas possibilidades que se apresentam dentro destes quadros apresentados, necessitam de atenção e de habilidades para que haja consenso e maneiras de se abordar cada situação, observando qual foi o estimulo e como se aplicará em si a ação.
Esta pequena introdução vem falar de Habilidades Sociais, uma das disciplinas do Curso Superior de Psicologia da Faculdade Evangélica do Paraná e aplicada pela Professora Mestre Roseli Hauer que me induziu a procurar e ler o livro “Psicologia das Habilidades Sociais – Terapia e Educação” (2001) de Del Prette e Del Prette.
Este livro é considerado como o primeiro de autores brasileiros sobre o tema de Treinamento de Habilidades Sociais (THS) dispostos em nove capítulos, destinados a profissionais de educação e saúde, contendo duas artes distintas.
Uma (1) faz discorrer sobre a conceituação, fundamentos, a história e o desenvolvimento dos estudos das habilidades sociais e a outra (2) se refere à avaliar e a promover as habilidades.
Nas suas páginas se vê a proposta em demonstrar que as dificuldades encontradas nas relações pessoais e nas ações interpessoais não são de caráter patológico ou oriundo de algum distúrbio, mas que vêm a atrapalhar a vida em sociedade, em determinado ambiente, por isso necessita de ações que previnam e manejem estas ações, para uma melhora de qualidade de vida.
Os autores criaram uma disposição bem fundamentada para demonstrar o tamanho de abrangência que é a THS em suas ocorrências, trazendo as indefinições e faltas que fazem parte da área, da necessidade de organizar os conceitos certos, as ações mais susceptíveis ao sucesso e modelos para que tudo aconteça de maneira coerente e mais efetiva.
Assertividade, Competência social e Habilidades são os fundamentos e cada um cria um conceito chave.
No primeiro capítulo é levantada uma discussão sobre características, o que é herdado e o que é aprendido. Como acontece este desenvolvimento e assim dá uma atualizada quanto ao ser biológico que é o dono das potencialidades e aprender a domá-las é crucial, discutem-se as chamadas predisposições genéticas que encaminharão a interatividade do homem e seu ambiente, bem como todo o processo desta aprendizagem e construção de um repertório pessoal de um comportamento social.
No segundo remonta à história da área e seus fundamentos, a assertividade proposta por Wolpe e outros autores americanos, a divulgação da aplicação do termo Habilidade Social (HS) em Oxford, por Argyle e outros, na Inglaterra. Hoje já é largamente reconhecido que a assertividade é apenas uma subárea de todo um contexto acadêmico amplo da HS.
A abordagem conceitual e explicativa vem no terceiro capítulo a THS e apresentada por modelos: assertividade, percepção social, aprendizagem social, cognitivo e até um modelo teorizando os papéis. Neste capítulo se concede discussão a explicar algumas dificuldades que o indivíduo encontra em suas relações interpessoais como déficit de repertório, a inibição que vem ser mediada com a ansiedade, a inibição cognitivamente resolvida e os problemas de percepção do onde e por quê.
Ao quarto capítulo dá definição e conceito e é onde encontramos os conceitos: Assertivo, Não Assertivo e Agressivo. Aqui é onde se estabelece padrões de identificações das características que lhes compõem o comportamento a cada situação que venha a ocorrer.
Já ao quinto somos apresentados aos elementos formadores da HS como os comportamentais, os cognitivo-afetivos, os fisiológicos e mais alguns, todos apresentados de maneira sistematizada por classes e subclasses e cada um definido e conceitualizado.
No sexto há uma dedicação ao treinamento e avaliação das habilidades como fator interventivo. É sugerido que haja planejamento para a aplicação correta decorrente de uma avaliação que vem achar os nós problemáticos deste aprendizado já absorvido e parte do indivíduo e que depois de identificados poderão ser trabalhados na procura de melhorar este repertório mal arquivado restabelecendo novos procedimentos para que haja superação nestes déficits sociais.
Há de se observar três itens: condições antecedentes, condições conseqüentes e o comportamento em si. Neste último são atentados sobre o que é déficit e o que é excesso, ansiedade, cognição e sentimento, contexto de situação e de cultura, e prima pela busca de objetivo e meta. Os autores mostram que se deve dar atenção à técnica de avaliação para que sejam consideradas e assim sugerem algumas abordagens como: entrevistas, inventários, desempenho e observação, anotações como auto-registro ou por observadores.
Alcançando o sétimo vemos as técnicas distintamente divididas por Técnicas Comportamentais e Técnicas de Reestruturação Cognitiva.
As primeiras foram destaques por Wolpe e Lazarus em seus estudos de Análise Experimental do Comportamento (AEC). Sendo as técnicas: ensaio comportamental, reforçamento, modelagem, modelação (real e simbólica), realimentação (verbal e videofeedback), relaxamento, tarefas de casa, dessensibilização sistemática.
As Técnicas de Reestruturação voltadas à cognição são as que mais agem nas relações como as crenças irracionais, os diálogos inibitórios, a expectativa equivocada de auto-eficiência, suposições negativas e estilos de atribuição inadequados e incertos. E está na Reestruturação cognitiva visar a valorização dos direitos próprios e do outro (interlocutor), identificar o que é inadequado e si e no outro, trabalhar outras maneiras de identificação e avaliação e principalmente os próprios estilos de atribuição e buscar ser mais real e efetivo.
No oitavo surgem propostas e algumas sugestões na formação e criação de estratégias de THS com alguns exemplos já formatados de ações individuais e de grupo, considerando o que de homogêneo e de heterogêneo há em cada problema, formação de grupo e seus tamanhos, atuação de papéis, a dinâmica de uma sessão, como estruturar o programa e seus itens como: duração, local e equipamento. Todo baseado na ética desta condução interventiva.
Enfim chegamos ao último capítulo onde os Del Prette falam da aplicação do THS e sua amplitude principalmente na are clínica e de educação, na primeira são as intervenções terapêuticas aplicadas a mais variadas patologias como: transtornos de afetividade e ansiedade, à esquizofrenia, manejo da timidez, o isolamento pessoal e social, os problemas em familiares e matrimoniais entre tantas. Na área da educação são levadas mais como preventivas, em ensino específico e ao ensino regular, onde pode ser aplicado a todos os indivíduos envolvidos, administrativo e funcionários, corpo docente e alunos.


publicado https://redehumanizasus.net/12029-resenha-psicologia-das-habilidades-sociais/

sábado, 2 de outubro de 2021

Diversidade Sexual

 

Refletir a diversidade para entender...




Desde há muitos anos a humanidade tem buscado razões ou causas, para definir e desvendar o desejo e a atração entre pessoas do mesmo sexo, ou ainda, precisar ou catalogar as múltiplas e diferentes facetas da sexualidade humana. Em diversas culturas e países, o amor ou afeição entre pessoas do mesmo sexo, assumiu formas sociais diversas e, por vezes, bastante distintas de como a percebemos na atualidade.

No passado, na Grécia Antiga, por exemplo, o costume da época determinava que os homens jovens deveriam viver parte de sua vida com um homem mais velho, que o ensinaria os segredos da filosofia, da guerra e do amor. O amor era considerado um privilégio apenas dos homens. Mas é importante destacar que nessas culturas antigas, o afeto, desejo ou amor entre pessoas do mesmo sexo não tinham a mesma importância da atualidade e nem mesmo recebiam o mesmo nome ou eram alvo do mesmo preconceito.
 


 

Durante muito tempo, a heterossexualidade foi entendida e tratada como natural aos seres humanos. Isto se deve, especialmente, pela compreensão de que a sexualidade de qualquer individuo (e suas manifestações), resumem-se à função reprodutiva. Essa compreensão (de que a heterossexualidade seria a forma “natural” de viver a sexualidade) empurrou para a marginalidade, toda e qualquer manifestação de afeto, desejo ou carinho não heterossexual. Assim, na maioria das sociedades, pessoas cujo afeto se dirige a outra pessoa que não é do sexo biológico oposto, são frequentemente alvo de violências e tratadas como seres sem dignidade e não merecedoras de respeito e dos mesmos direitos.

Para pensar a Diversidade Sexual é preciso reconhecer que, apesar da semelhança biológica, a vida social de cada um(a) é diferente uma das outras, assim como as famílias, a turma da escola, os(as) amigos(as), vinhos(as), crenças religiosas, ou ainda todas as questões sócias e culturais de um pais inteiro.  Reconhecer a complexidade das relações entre as pessoas, suas diversidades e costumes, línguas, culturas, etnias e a própria diversidade de vivências é o primeiro passo para entender a diversidade sexual. 
 



 

Portanto, podemos entender a Diversidade Sexual não somente como as práticas sexuais, mas como todos os elementos que compõem a sexualidade humana, de forma ampla, ou seja, nossas vivências – sexuais ou não; nossas práticas habituais que aprendemos e incorporamos ao longo da vida, nossos desejos e afetos, nossos comportamentos e maneiras como vemos a nós mesmos e nos mostramos para os outros.
 


sábado, 25 de setembro de 2021

Ejaculação precoce... Que mal seria esse?

 

Ejaculação precoce... Que mal seria esse?


                     
Por Abilio Machado, lendo artigo ‘Ejaculação precoce: como não passar por embaraços?’de Amaury M. Jr, sexólogo.


Hoje se encontra à disposição medicamentos e tratamentos dos mais variáveis para tentar dar auxílio a quem tem essa disfunsão sexual, são injetáveis ou drágeas.
Desde o começo do estudo antropológico se definia uma liberalidade à sexualidade masculina, e a grande importância que sua capacidade de ereção produzisse uma relação normal, de nada se falava sobre a precocidade, já que não tinha nenhum significado, a importância era realmente dado apenas ao estado intumescido e que oferecesse a ele, homem, o prazer, e à mulher nem mesmo era dado o orgasmo, que fora ensinada a ser apenas mulher e reprodutora.
Para ele só causava embaraço se tal rapidez o impedisse a penetração e com isso a fertilização, com a chegada do tal controle contraceptivo, as mulheres ganharam alguns passos ao tão sonhado orgasmo, começaram a exigir mais qualidade, mais prazer, mais  momentos de resposta sexual, e foi aí que veio a despertar o problema daqueles que não conseguiam manter-se em guarda por mais que o mínimo de sempre...
A busca do orgasmo perfeito traz a discussão o imperfeito, esse descontrole que mina toda a harmonia sexual que requer uma certa habilidade para manter a convivência, pois há de se valorizar a adequação, o relacionamento como o todo do que um ato rapidíssimo e falso desempenho causada muitas vezes não pelo fator físico mas pela emoção, ‘todo o homem é construído por suas emoções segundo palavras de meu prof. Juliano Amuí.
Essa emoção vem carregada de repertório sobre seu ato sexual sempre rápido, no que é mal feito quando pequeno, na masturbação para se ejacular, nas tensões do dia no trabalho e nas responsabilidades, no medo de ter medo em falhar, nas repressões de quando se é menininho:
__Tira essa mão daí...
__Isso é feio...
__Que coisa pequenininha...
Mas também pode ter sua patologia, doenças que afetem as vias nervosas e na irrigação dos centros cavernosos podem vir a admoestar o ato eretivo e o ato ejaculatório, diabetes, alcoolismo e outras drogas...
A maior inimiga e praticamente a rainha má desta história é a ansiedade, fazendo o homem bailar entre ser o protagonista e o assistente no seu diálogo com a parceira ou parceiro deste espetáculo que visa agradar, satisfazer, realizar a troca dos fluídos mágicos do relacionamento.
Em geral é levado assim meio que empurrando com a barriga, sempre sob um pretexto ou desculpa até que a esposa, ou amante, venha a cobrar a sua parte daquele momento, aquela cara de ‘e eu como é que fico?’ E vai emergir algumas conseqüências como o desgaste do matrimônio, fuga dos momentos íntimos, e o surgimento da disfunção em si, sexual. Pois no início até se é tolerante colocado sob alguns aspectos, como a inexperiência, o nervosismo, o afoitismo, muita sede ao pote. Mas logo, vem o sentimento de rejeição, do uso, das acusações, e outros melindres que podem também fazer aparecer as agressões e até a traição.
A terapia sexual é promissora, auxilia a combater a ansiedade com controles pessoais e ao ambiente, aumentar a auto-estima faz parte do currículo através de exercícios que modelem o comportamento levando o homem a procurar em si as respostas, identificando cada sinal que provoca a ejaculação e através destes exercícios ensiná-lo a encontrar modos de adiar o processo.
Outros casos, porém são através de medicamentos injetáveis, intrapenianos, que acabam por causar mais dependência ao medicamento e menos confiança em si e no pênis.
A psicodinâmica emprega grande auxílio ao esclarecimento de causas possíveis e é a que mais resultados positivos tem alcançado, baseado em exercícios a sós e entre o casal com o único objetivo de identificar e reconhecer os padrões que antecedem a ejaculção.
Poetha Abilio Machado
Enviado por Poetha Abilio Machado em 11/08/2011
Código do texto: T3153877
Classificação de conteúdo: seguro

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO “Primo Basílo”

 ABILIO MACHADO 

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO 

Análise de uma interação social em uma obra literária:

“Primo Basílo”

...de Eça de Queiroz.

Análise apresentada pela EQUIPE 03 A, à disciplina

de AEC - Analise Experimental do Comportamento II,

ministrada pelo Professor: Ms. Felipe G. de Oliveira ao

4º Período de Psicologia da Faculdade Evangélica do

Paraná.

Curitiba, 11 de novembro de 2011


“Primo Basílo... de Eça de Queirós.”


Questionar, levantar possibilidades sobre a vida de uma personagem, a AEC,

mostra sua aplicabilidade no contexto do cotidiano, na vida de nós mortais, que em

minha visão traz uma compreensão melhor sobre o estudo comportamental, pois as

figuras fictícias usadas pelo autor são sempre frutos de uma observação, de um

entendimento pessoal e que ele alude criando ou assemelhando situações para

demonstrar aqueles comportamentos que lhe chamaram a atenção.


Neste trabalho, específico sobre a obra de Eça de Queirós, O Primo Basílio

(1878), os recortes dos diálogos para estudo dizem respeito à personagem Luísa e sua

auxiliar doméstica e seus comportamentos. Traz na sua essência um comportamento

da época, um romantismo dentro do movimento literário que ficou conhecido como fase

realista, que como seus outros contos mostram e muito as peripécias da sociedade

portuguesa do sec. XIX, que não deixa de ser atual, pois seu trato é sobre uma esposa

jovem que se vê dentro de um casamento, até que em alguns momentos feliz, mas que

com o retorno ao país de seu primo Basílio, seu primeiro amor, o qual teve de

negligenciar pelo arranjo matrimonial da época. Luísa, é apanhada num turbilhão,

adultério e refém de sua empregada, que acaba interceptando sua correspondência.

Às vezes na sua consciência achava Leopoldina "indecente"; mas tinha um fraco por ela: sempre

admirara muito a beleza do seu corpo, que quase lhe inspirava uma atração física. Depois a

desculpava: era tão infeliz com o marido! Ia atrás da paixão, coitada!

E aquela grande palavra, faiscante e misteriosa, de onde a felicidade escorre como a água de

uma taça muito cheia, satisfazia Luísa como uma justificação suficiente: quase lhe parecia uma

heroína; e olhava-a com espanto como se consideram os que chegam de alguma viagem

maravilhosa e difícil, de episódios excitantes.

Só não gostava de certo cheiro de tabaco misturado de feno, que trazia sempre nos vestidos.

Leopoldina fumava. (descrição dos pensamentos de Luísa (Cap.01, p.11).

Como exposto no trabalho realizado na última aula, dia 09, para que haja

possibilidade de um estudo comportamental se precisa ter o conhecimento do histórico

daquela vida, do que o indivíduo viu ou presenciou que veio a estimular determinada

resposta, por isso no início citei os pensamentos da personagem, pois sua amiga dos

tempos de solteira e vizinha lhe promove certa inveja pelos prazeres e libertinagem,

não só verbais quanto de relacionamentos.


De acordo com Ernesto Guerra da Cal (1953, p. 27), estudioso das obras de

Eça:

Visto que segundo as anotações de Maria Amélia Matos (1991,p.2) pensar é

aqui entendida como uma classe de operantes verbais pré-correntes encobertos

(principalmente tatos e ecóicos) relativos a um assunto ou problema, cujos efeitos

principais são sobre o repertório comportamental do próprio emitente, e que, nesse

sentido, não produzem alterações no ambiente físico ou social do ambiente. Contudo,

alteram a probabilidade de ocorrência de outros comportamentos do emitente, e estes

sim, que alteram seu ambiente físico e/ou social.

Este romance carrega características psicológicas próprias através destas

quadras de diálogos que vem auxiliar ao nosso estudo e principalmente ao profissional

de investigação comportamental.

O estilo literário vai muito mais além do meramente verbal. Ter estilo

não é possuir uma técnica de linguagem, mas ter uma visão própria do

mundo e ter conseguido uma forma adequada para a expressão dessa

paisagem interior.

As palavras são, pois, mais alguma coisa do que o veículo de

comunicação, por meio do qual o artista nos faz chegar a sua

mensagem. Por detrás delas, implícita, misteriosamente presente, está

uma apreensão total da realidade; uma atitude vital, uma concepção

subjetiva do mundo, uma particular maneira de o simplificar, de o

transformar, adaptando-o à personalidade, à própria maneira de o

sentir, de “o pensar” por assim dizer.

Pois, podemos compreender e entender os comportamentos individuais, os

reforçadores que os antecedem e os estimulam, bem como o reconhecimento do

contexto em que acontecem os comportamentos, neste estudo são as categorias

verbais que nos auxiliarão.

A análise da página 16 é de mando, pois subentende-se que Juliana não

obedeceu ao trabalho e acabou sendo lembrada pela patroa da necessidade da roupa

arrumada na mala, através desta descrição verificamos a diferença funcional da ouvinte

e da emitente.

A página 17, traz uma situação de tato, pois é devido ao desejo do marido, que

acha Leopoldina uma má influência, e portanto, não é bem vinda. É tato, por estar sob

a visão do controle, sensações e lembranças.

Na página 21, existindo uma partilha da informação, e como acima uma

discriminação e identificação social caracteriza-se como tatear.

Na página 24, vemos claramente que há um confronto situacional entre ambas,

uma querendo revitalizar o valor e os conceitos do marido e a outra ameaçadora

demonstrando que é cumpridora de que pode ser bem mais perigosa que

simplesmente comentar sobre a visita de Leopoldina... Característica ecóica, em

reforçar e fazer lembrar, demonstração de necessidade perceptiva.

Sobre a página 45, Juliana pede para sair, mas é lembrada de suas funções, dizse doente e é parte de seu aprendido a lamentação da sua doença causa comoção e

liberação, porém um controle verbal, entraria o mando e o ecoar, pois aparece as

características necessárias.

Na página 55, Luísa está perdida em pensamentos quando é abordada, aqui

existe a presença de encobertos, que estão ali, na lembrança de Luísa, onde ela

retrocede em si na busca daqueles momentos, fato este que a faz ter uma reação

brusca com Juliana quando esta lhe traz luz, é o mando.

Leopoldina era filha única do Visconde de Quebrais, o devasso, o

caquético, que fora pajem de D. Miguel. Tinha feito um casamento

infeliz com um João Noronha, empregado da alfândega. Chamavamlhe a “Quebrais”; chamavam-lhe também a “Pão-e-queijo”. Sabia-se

que tinha amantes, dizia-se que tinha vícios. Jorge odiava-a. E dissera

muitas vezes a Luísa: Tudo, menos a Leopoldina!

Na página 66, o mando entra novamente, através da cobrança da atitude da

doméstica, a qual se esquiva de sua função, e também por que se trata de Basílio a

bater na porta.

Na página 69, a uma intenção fora do contexto original, em primeira visão sobre

as perguntas seria uma verbalização poética, como há uma compreensão da situação

coloco-a como ler, a ouvinte conseguiu reconhecer e verbalizar uma resposta

adequada.

Na página 77, o ecoar vem atroz através das palavras, que retumbam uma

ameaça sobre o fato de que Luísa se encontrava ausente.

Na78, vem o mando através da ordem expressa.

Na 81, vem um pedido consensual de que entrará mais uma personagem no

ambiente, seria este que tipo de reforçador? Para mim mais negativo que positivo para

a situação, de ver Basílio e Luísa à casa sem a presença do marido.

Na 88, o arrumar a cama, o ter ouvido barulho, há o mando e o ecoar, bem que

tal estímulo, não interferiu naquele momento nos amores do casal, só depois Luisa vem

saber de quem se tratava.

Na 97, o mando de novo, a colocação dos papeis, a bem que a presença da

empregada parece mais como uma tentativa de interrupção e coação, buscando

informações para um emparelhamento.

Na 111, a empregada volta a usar a comoção da patroa, pois aprendeu que se

passar mal, acaba ganhando liberação para sair a perambular e ter com a tia.

Na página 135, uma presença negativa da empregada que é surpreendida na

sua tentativa de ouvir a conversação, um estímulo negativo que causa aversão à

patroa.

Na 139, existe um vislumbre de perigo sobre a chegada da carta e

reconhecimento do emitente, o tato aparece, no cuido do ato.

Na 146, a presença do marido causa uma reação impulsiva e Luisa se desfaz da

carta, mas presa à imagem amorosa retorna par tentar recuperar, porque aquelas

palavras lhe satisfazem, são um perigo mas que se transforma em reforço positivo ao

seu sentido romântico, deste sonhar.

Na 148, Luisa tenta demonstrar controle sobre o controle, dizendo que a

chegada da carta não irá proporcionar nenhum desconforto, coisa que não é a verdade.

Na pagina 189, Juliana faz tremer as estruturas do ambiente ao revelar o que

antes Luisa achava encoberto, faz ela ecoar seus propósitos que questiona a

autoridade antes exercida e que acaba por ter agora uma afronta.

Nas 212-214, Juliana questiona a fuga de Basílio, que tenta se afastar pelo caso

das cartas sumidas mas este acaba sendo um estímulo a mais para ela que exige uma

paga de 600 mil contos de réis, e também verbaliza toda a diferença social que as

separa, numa verdadeira apresentação histérica dos fatos.

Na página 221, existe o ecoar de novo com outras presenças de verbalizações

subjetivas, mas a empregada deixa de ser naquele instante um aversivo.

Na 223, é um diálogo estranho pois ao mesmo tempo que há o medo,negativo e

aversivo, existe uma procura de se fazer passar por auxiliadora, ou seja, positiva.

Nas 224 e 229, novamente as cartas, o uso de um objeto, só o fato de

mencionar, causa tamanho furor e ganhos, através de um subjetivo que causa mal

estar à senhora, ante a ameaça.

Nas páginas seguintes o retorno do marido a não funcionalidade da doméstica

acabam trazendo outra vertente que é o ecoar e o mando de Jorge, o marido, se vendo

sob ameaça de ter de sair da casa, Juliana se submete e acaba retornando as suas

funções, e assim mesmo sem deixar de lembrar à Luisa que se comporte. Acabam

traçando um contrato social, de relacionamento nestas últimas, pois se encontra a

articulação, que é o manejo coerente buscando a ambas uma auto-conscientização

comportamental.

Acabei por ler um artigo sobre O Primo Basílio que traz pormenores sobre toda a

elaboração de condução, estrutura e personalidades das personalidades e enredo

desta obra de José Maria, realizado por Élica Luiza Paiva (2006) ‘Da obra literária à

minissérie televisiva: um estudo da transcodificação da decadência moral da

personagem Luísa do romance O Primo Basílio de Eça de Queirós’, que indico aos

colegas e professores.


Referências bibliográficas:

QUEIRÓS, Eça. (1997).O Primo Basílio. 18. ed. São Paulo: Ática.

PAIVA, Élica Luiza (2006). Da obra literária à minissérie televisiva: um estudo da

transcodificação da decadência moral da personagem Luísa do romance O

Primo Basílio de Eça de Queirós. Dissertação apresentada como requisito

parcial para obtenção do Grau de Mestre, no Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Comunicação, Área de Concentração: Mídia e Cultura, Linha

de Pesquisa: Ficção na Mídia, da Faculdade de Comunicação, Educação e

Turismo da Universidade de Marília, Marília – SP

PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...