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sexta-feira, 16 de maio de 2025

As fases fálica e genital — elas são fundamentais nesse estudo.

 As fases fálica e genital — elas são fundamentais nesse estudo.

🔑 1. Fase Fálica (3–6 anos) — o núcleo da identidade de gênero para Freud

Aqui, Freud propõe que a criança começa a reconhecer e se identificar com os genitais como zona erógena central. É nessa fase que surge o famoso:

  • Complexo de Édipo (nos meninos): desejo pela mãe e rivalidade com o pai.

  • Complexo de Electra (nas meninas, segundo Freud): desejo pelo pai e inveja do pênis (controversa e hoje muito criticada).

🔍 Por que é importante?
Segundo Freud, é nessa fase que se estrutura o "núcleo" da identidade de gênero: o menino se identifica com o pai para "sobreviver" ao medo da castração, e a menina se identifica com a mãe após a "renúncia" ao pênis.

✔️ Se falarmos de autodeterminação de gênero, a fase fálica é essencial para debater como se forma a identificação com papéis de gênero na infância.


💞 2. Fase Genital (adolescência em diante)

Essa fase marca a maturação sexual, o direcionamento do prazer para relações afetivo-sexuais fora do núcleo familiar, e a integração das zonas erógenas em uma sexualidade adulta.

🔍 Por que é importante?
Segundo Freud, é o ponto final de um “desenvolvimento bem-sucedido”. Mas se há fixações anteriores (como na oral, anal ou fálica), a sexualidade adulta pode carregar resquícios dessas fases — o que pode influenciar comportamentos, preferências e expressões identitárias.


🧩 0rganizando o raciocínio:

Fase PsicosexualZona ErógenaImplicações na Identidade / Sexualidade
OralBocaDependência, prazer passivo
AnalÂnusControle, ordem ou desorganização
FálicaGenitaisFormação da identidade de gênero, Complexo de Édipo
LatênciaNenhumaSublimação do desejo
GenitalGenitaisSexualidade adulta integrada, expressão relacional

🧠 Resposta direta à pergunta:

“Deveria eu ter mencionado a fálica e a genital?”

✅ Sim, especialmente a fase fálica, pois é ali que Freud localiza os primeiros traços do que hoje chamamos de identidade de gênero.
✅ E a fase genital também é importante, pois marca como o sujeito vive sua sexualidade na vida adulta, podendo refletir ou compensar fixações anteriores.



Quais são as críticas centrais à visão tradicional de Lacan?

 As críticas contemporâneas à visão tradicional de Lacan sobre gênero e sexuação são fundamentais para o debate psicanalítico atual — especialmente no diálogo com a teoria queer, os estudos trans e as epistemologias feministas. Abaixo, apresento as principais críticas centrais, organizadas de forma clara e embasada:

🧠 1. Crítica ao Binarismo de Gênero (homem x mulher)

📌 Lacan:

Define a sexuação com base em dois lados: “lado homem” e “lado mulher”, usando fórmulas lógicas (∃x, ∀x, Φx) para representar modos de gozo e relação com a castração simbólica.

❌ Crítica:

Essa estrutura reproduz um binarismo rígido e excludente que não contempla experiências não-binárias, queer ou trans. A lógica do “todo” (homem) versus “não-todo” (mulher) ignora a pluralidade das vivências de gênero.

🔎 Ambra e Irigaray apontam que a fórmula “não-toda” transforma o feminino em uma ausência ou falha do universal, o que é politicamente problemático.


🔍 2. Exclusão da experiência vivida das mulheres e pessoas trans

📌 Lacan:

Fala de “A Mulher” como um significante que não existe no simbólico — ou seja, como uma figura mítica fora da linguagem.

❌ Crítica:

Isso foi interpretado por autoras como Luce Irigaray e Judith Butler como uma negação do lugar político e discursivo das mulheres reais. Além disso, não há espaço para sujeitos trans se inscreverem nas fórmulas.

📣 Irigaray: "A mulher não existe" é uma manobra que impede a representação discursiva e política das mulheres como sujeito coletivo.


🧬 3. Redução da identidade de gênero ao gozo e à lógica fálica

📌 Lacan:

Associa as posições de sexuação ao tipo de gozo e relação com o falo (por exemplo, o homem está todo submetido à função fálica; a mulher não-toda).

❌ Crítica:

Essa lógica não capta os aspectos sociais, históricos, afetivos e culturais que constituem gênero. A experiência de ser mulher, homem, trans ou não-binárie não pode ser reduzida à posição de gozo fálico.

🔁 Pedro Ambra defende uma psicanálise que reconhece que gênero é também uma questão de “nomeação” e “autorização subjetiva”, não apenas de estrutura lógica.


🗣️ 4. Desconsideração do processo de nomeação como constitutivo

📌 Lacan:

Foca na entrada do sujeito na linguagem via o Nome-do-Pai (inscrição fálica, lei simbólica).

❌ Crítica:

A psicanálise tradicional ignora que o sujeito também se constrói através de processos coletivos de nomeação e reconhecimento. Isso é essencial, por exemplo, no caso da transição de gênero.

🧩 Ambra: o sujeito “autoriza” seu lugar de gênero ao nomear-se e ser nomeado — isso exige uma escuta psicanalítica atualizada e politicamente sensível.


🔐 5. Universalização da experiência masculina

📌 Lacan:

Apesar de criticar o falocentrismo, ainda estrutura seu sistema simbólico com base em uma lógica “masculina” do todo e da exceção (como o Pai primevo de Totem e Tabu).

❌ Crítica:

O feminino aparece como um ponto-limite da estrutura masculina, e não como uma posição própria, múltipla e positiva. Isso repete a centralidade do masculino como medida universal da subjetividade.


🔄 6. Inadequação clínica diante das experiências trans e queer

A psicanálise lacaniana tradicional pode patologizar vivências trans ao considerá-las “desvios” da estrutura simbólica padrão (Nome-do-Pai, falo, castração etc.).

❌ Crítica:

Diversos psicanalistas contemporâneos (ex: Ambra, Stiegler, Dunker) argumentam que a clínica deve abandonar a ideia de norma como ideal e adotar uma escuta aberta à pluralidade dos modos de ser sexuado, reconhecendo que:

A transição pode ser uma forma legítima de tratamento do sofrimento, e não um sintoma a ser corrigido.”


Síntese das Críticas em Tabela

Crítica PrincipalResumoAutorias
Binarismo rígidoIgnora identidades não-bináriasIrigaray, Ambra
Invisibilidade transFórmulas não contemplam vivências transButler, Ambra
Redução ao falo/gozoIgnora cultura, afetividade, linguagemButler, Preciado
Falta de nomeaçãoDesconsidera o valor simbólico de ser nomeadoAmbra, Dunker
Masculino como normaO feminino como limite do masculinoIrigaray, Cossi
Clínica normatizantePode patologizar experiências transAmbra, Preciado, Dunker

Explicando o impacto clínico dessas críticas...

O impacto clínico das críticas à visão tradicional de Lacan transforma a forma como a psicanálise lida com questões de gênero, desejo e sofrimento na clínica atual, especialmente diante de sujeitos queer, trans e não-binários. Abaixo explico de forma detalhada e rigorosa os principais efeitos clínicos dessas críticas:


🧠 1. Abandono da norma como referência clínica

Antes:

  • A psicanálise clássica, especialmente a lacaniana ortodoxa, operava com base em uma estrutura normativa de sexuação (o binômio fálico homem/mulher).

  • Gênero divergente era muitas vezes visto como desvio, recusa ou sintoma.

Agora:

  • Com as críticas contemporâneas, há um afastamento da noção de “cura como normatização”.

  • O foco clínico passa a ser:
    👉 “O que é esse corpo para esse sujeito?”
    👉 “Como esse sujeito autoriza sua existência?”

🧭 A clínica deixa de "corrigir" e passa a sustentar a diferença.


🧬 2. Reconhecimento da identidade de gênero como construção subjetiva válida

Antes:

  • A identidade de gênero divergente (ex: pessoas trans, não-binárias) era frequentemente enquadrada como negação da castração, resistência simbólica ou defesa psicótica.

Agora:

  • Com autores como Pedro Ambra, Christian Dunker e Laura Dalla Vecchia, entende-se que:

    • A transição pode ser uma forma de tratar o sofrimento.

    • O sujeito trans não está recusando o simbólico, mas reconstruindo uma posição simbólica singular.

💡 Isso permite legitimar a vivência de gênero como uma inscrição subjetiva estruturante, e não como "falha" edipiana.


📣 3. Escuta da nomeação e da “autorização subjetiva”

Um dos maiores impactos clínicos das críticas contemporâneas é a valorização da nomeação como gesto fundante da subjetividade:

“Eu sou trans”, “Eu sou mulher”, “Eu não sou homem”:
essas afirmações são entendidas não como sintomas, mas como atos de nomeação, que organizam o desejo, o gozo e a existência.

Na clínica:

  • O analista precisa escutar o processo de subjetivação pelo nome, e não impor uma estrutura pronta.

  • A identidade de gênero torna-se um campo de invenção subjetiva, muitas vezes fora da norma simbólica fálica.


🏥 4. Evita intervenções patologizantes ou repressivas

Antes:

  • A psicanálise, especialmente em sua vertente mais estruturalista, era acusada de contribuir para práticas transfóbicas, como:

    • recusar atestados para transição;

    • classificar como “negação da realidade sexual”;

    • ver o transgênero como acting out psicótico.

Agora:

  • Críticas contemporâneas reivindicam uma clínica não repressiva, acolhedora da diferença, e consciente de sua função ética e política.

Exemplo:

Em vez de tentar "curar" a identidade trans, o analista pode perguntar:
🗣️ “Qual é o sentido dessa nomeação na sua vida?”
🧠 “Como isso organiza seu desejo e alivia seu sofrimento?”


🔄 5. Redefinição do tratamento: da cura à invenção singular

  • O processo analítico passa a ser visto como um caminho para a invenção de soluções subjetivas — como a transição, a travessia de gênero, ou a recusa de categorias fixas.

  • O foco muda de "restabelecer a norma" para viabilizar um lugar possível para o sujeito no laço social.

📌 Pedro Ambra chama isso de:

“Uma psicanálise politicamente implicada, onde o analista autoriza a diferença sem exigir retorno ao padrão fálico.”


📊 Impacto clínico resumido em tabela

Elemento clínico tradicionalCrítica contemporâneaImpacto clínico atual
Norma fálica bináriaDesconsidera experiências trans e queerEscuta da multiplicidade de posições de gozo e gênero
Diagnóstico estrutural rígidoRotula o diferente como sintomaReconhece a singularidade de cada subjetivação
Nome-do-pai como centralDesconsidera a nomeação subjetivaValoriza a autorização simbólica própria do sujeito
Clínica “reparadora”Reprime invenções singularesClínica como espaço de criação e validação
Silenciamento da políticaNeutralidade como opressãoEscuta clínica politicamente sensível

Conclusão: uma clínica da invenção, não da correção

O impacto clínico dessas críticas é libertador:
Ele permite que a psicanálise não apenas acolha, mas legitime novas formas de existência, reconhecendo que o sofrimento não vem do “erro de estrutura”, mas da falta de lugar simbólico para existir.

O Ser Sexual e Seus Outros – Gênero, Autorização e Nomeação em Lacan - resumo

 

O Ser Sexual e Seus Outros – Gênero, Autorização e Nomeação em Lacan

Autor: Pedro Ambra
Editora Blucher, 2022 – 512 páginas


🧠 Tese Central do Livro

Pedro Ambra propõe uma leitura inovadora da teoria da sexuação de Jacques Lacan, desafiando a visão tradicional da psicanálise sobre gênero e sexualidade. O autor articula conceitos lacanianos clássicos (como Nome-do-Pai, gozo, sinthoma, sexuação) com aportes da teoria queer, epistemologias críticas, e as experiências trans e não binárias contemporâneas.


🔍 Principais Conceitos e Contribuições

1. Sexuação como processo psíquico e político

  • Ambra critica as “fórmulas da sexuação” de Lacan, mostrando que elas não podem mais ser interpretadas como estruturas rígidas de “homem” e “mulher”.

  • Defende que a identidade de gênero é construída a partir da autorização subjetiva e da nomeação, não apenas da função fálica.

2. Nomeação e autorização

  • Introduz o conceito de "autorização sexual", um passo subjetivo onde o sujeito se reconhece e se nomeia dentro das coordenadas de gênero e gozo.

  • Isso desloca o foco da “anatomia” ou do “nome do pai” para a responsabilidade do sujeito frente à sua inscrição simbólica.

3. Crítica ao binarismo fálico

  • Lacan é reinterpretado de modo a abrir espaço para formas de gozo e de existência sexual que não se encaixam no binarismo homem-mulher.

  • A sexuação torna-se uma questão ética e política, e não apenas lógica.

4. Subjetividade queer e trans

  • Ambra dá centralidade à experiência de sujeitos trans e não binários como formas legítimas de subjetivação, mostrando que elas desafiam a concepção clássica de normatividade psicanalítica.

  • Ressalta que o sujeito se constitui frente ao desejo do Outro, mas pode renomear-se fora da norma simbólica pré-estabelecida.

5. Impasses clínicos e políticos

  • A obra não é apenas teórica: ela reflete sobre a clínica psicanalítica contemporânea, propondo escutas que contemplem o sofrimento e o desejo sem patologizar a diferença de gênero.


💬 Frase-chave do livro (de Christian Dunker):

“Chegou o momento de questionar o lugar da norma frente à autorização sexual que cada qual deve conquistar perante si e suas alteridades.”


📚 Estrutura do Livro (resumida)

CapítuloTema Central
1. Realizando a sexuaçãoLeitura crítica das fórmulas lacanianas; novos modos de pensar gênero e gozo.
2. Impasses do simbólicoRelação entre norma, cultura, desejo e constelações familiares.
3. Dos outros à nomeaçãoA importância da nomeação e do sinthoma como fundamentos da assunção de gênero.

Importância da Obra

Pedro Ambra oferece um releitura ética, política e clínica da psicanálise lacaniana, alinhando-a com as discussões contemporâneas sobre gênero. Ele propõe uma psicanálise não repressiva, plural e atualizada, capaz de acolher os sujeitos em sua diversidade e singularidade.

Artigos e textos fundamentais

 Vários artigos e textos fundamentais para explorar a questão da minha inquietação: a identificação com a mãe no modelo lacaniano, e como isso se articula com gênero, subjetividade e transexualidade na psicanálise contemporânea. 

Abaixo estão os principais destaques e seus respectivos links.

🧠 Síntese Geral: Lacan, identificação com a mãe e identidade de gênero

Na teoria lacaniana, a identidade de gênero não deriva diretamente do corpo biológico, mas da posição do sujeito no campo do desejo do Outro (geralmente a mãe) e da entrada na ordem simbólica via o "Nome-do-Pai".

Vários autores contemporâneos têm expandido esse modelo para explicar que:

  • Uma identificação precoce com a mãe — não apenas como objeto de desejo, mas como modelo afetivo ou ético — pode gerar uma estruturação de gênero que não se alinha com o binarismo tradicional.

  • Isso pode resultar, por exemplo, em vivências femininas ou transgênero em sujeitos designados homens ao nascer.

  • Em alguns casos, a recusa simbólica do pai e o desejo de "fazer o papel da mãe" (como no seu exemplo, para poupá-la do sofrimento) pode gerar formas singulares de subjetividade.


📚 Principais leituras recomendadas:

1. Paulo César Junqueira – “Identidade de Gênero e Psicanálise”

Discussão sobre a identidade de gênero como identificação primária com a mãe, incorporando Lacan e Robert Stoller.
📄 PDF – SPCRJ


2. Araújo, FM – “Racismo, psicanálise, Lacan”

Trata diretamente de identificações fora do modelo tradicional edipiano, e como elas podem gerar experiências de gênero dissidentes.
📄 PDF – ANPOF


3. Marlene Arán – “Subversões do desejo: Butler e Lacan”

Integra Lacan e Judith Butler, discutindo como a identificação com a mãe pode se tornar um gesto de subversão da norma de gênero.
🌐 HTML – SciELO


4. Jornal Caderno PAIC – “Imagem Corporal e Narcisismo na Construção da Identidade de Gênero”

Explora o papel do narcisismo e do olhar da mãe na formação da identidade de gênero.
📄 PDF – EMnuvens


5. Teixeira, MC – “Mudar de Sexo: uma prerrogativa transexualista”

Analisa a identificação precoce com a mãe como elemento central na construção de uma subjetividade trans.
📄 PDF – BVS-PePSIC


6. Gabriel, LC & Souza, M – “Subjetividade e Diferença Sexual”

Faz uma leitura crítica do falogocentrismo na psicanálise, incorporando perspectivas feministas e queer.
📄 PDF – Interamerican Journal


7. P. Ambra – “O Ser Sexual e seus Outros” (Livro)

Reinterpreta Lacan para tratar da nomeação e autorização de gênero, incluindo casos em que a feminilidade é uma identidade primeira.
📄 PDF – Amostra do livro


8. Vaz & Chaves – “Multiplicidade Feminina e Transgressão em Irigaray”

Artigo que insere Lacan numa crítica mais ampla ao binarismo sexual, centrando a mãe como foco do desejo e da identidade.
📄 PDF – Analytica


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Dimensão Ecológica: Exercício em Saúde Ambiental




NUCLEO INTEGRADOR EM SAÚDE I Dimensão ecológica

PROFª. Sônia bakonyi

EXERCÍCIO EM SAÚDE AMBIENTAL


Psicologia I

Abilio Machado

100600848




“O direito à cidade se baseará na gestão democrática, assegurando a função social da propriedade e da própria cidade, em seu espaço público, no sentido de promover políticas inclusivas de desenvolvimento e melhoria da saúde e da qualidade de vida.”

Exercício em Saúde Ambiental






Discuta a importância do saneamento.

O saneamento reflete-se ao tratamento de água e seu fornecimento, bem como à coleta e ao tratamento do esgoto sanitário, domestico e industrial, urbano e rural, devendo oferecer estes serviços a contento e com qualidade, promovendo assim uma melhora nas condições de saúde e qualidade de vida, mas infelizmente se prima mais ao lado econômico que ao lado operacional com resultado. A má distribuição do fornecimento caminha desde à falta de planejamento ou falta de diálogo com os outros órgãos municipais e estaduais, vão à submissão aos valores de mercado que usam a tendência de superfaturamentos e com isso acarretam menos investimentos e à falta de educação e cultura da própria população que criou em si uma conduta com os seu lixo não sabendo ou ignorando o prejuízo de onde e como se desfazer de seus resíduos. Quando falamos de sanitarismo, falamos em políticas públicas da Saúde Ambiental. que deveria contribuir para proteger e promover a saúde humana por meio de um conjunto de ações integradas com instâncias de governo e da sociedade civil para fortalecer atores sociais e indiví­duos no enfrentamento dos determinantes socioambientais e na prevenção dos agravos decorrentes da exposição humana a ambientes adversos. Até pouco tempo atrás as próprias estações de tratamento de água e esgoto descartavam seus resíduos nos arroios e outros lugares, contaminando e até mudando o curso natural, hoje já temos algumas leis proibitivas e que oferecem esta conscientização e melhor atuação.




2) Por que o saneamento deve estar associado à saúde?

Pelo simples fato que a saúde deve ser prevenida... "Segundo a Organização Mundial da Saúde, para cada dólar investido em saneamento ambiental, economiza-se de US$ 4 a US$ 5 em saúde. Não investir em saneamento é mau uso do dinheiro público."

DOENÇAS CAUSADAS POR ÁGUA CONTAMINADA

Doenças Causadas por Parasitas
Amebíase: O contágio se dá através de água contaminada com cistos provenientes de fezes humanas.
Esquistossomose: O contágio se dá através do contato direto com água onde há larvas provenientes de caramujos.
Ascaridíase: O contágio se dá com o consumo de água onde há o parasita Áscaris Lumbricoides.

Giardíase: O contágio se dá com o consumo de água onde há o parasita Giárdia Lamblya.

Doenças Causadas por Vírus

Hepatite Viral tipo A e Poliomielite: O contágio se dá ao contato ( consumo ou banho) com água contendo urina ou fezes humanas.

Doenças causadas por Bactérias

Meningoencefalite: O contágio se dá pelo contato (consumo ou banho) com àguas contaminadas.
Cólera: O contágio se dá com o consumo de água contaminada por fezes ou vômito de algum indivíduo contaminado.
Leptospirose: A água contaminada por urina de ratos é a principal causa da doença, cuja incidência aumenta com chuvas fortes e enchentes. Apresenta maior perigo em águas próximas a depósitos de lixo e em áreas sem esgotamento sanitário.
Febre Tifóide: O contágio se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados( a contaminação de alimentos ocorre ao se lavar alimentos com água contaminada).
Gastroenterites: a ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes causam muita variedade de distúrbios gástricos, geralmente associados a fortes diarréias.
Desinteria Bacilar: Uma série de bactérias causam, através da ingestão de água sem tratamento, severas formas de diarréias, formando um quadro de febre, dores e mal estar geral.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere três tipos para acompanhamento da qualidade das águas:

A) MONITORAMENTO

B) VIGILÂNCIA

C) ESTUDO ESPECIAL

Suporte Institucional Legal

- INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE – IBAMA

- CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA

- POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – LEI FEDERAL Nº. 6.938/81

- ÓRGÃOS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO E LEGISLAÇÃO ESTADUAIS.

Resolução Nº. 6 (ANA) - “PROGRAMA NACIONAL DE DESPOLUIÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS” regulamenta:

- o pagamento pelo esgoto tratado e estimula a construção de ETEs

- Introdução do conceito de “POLUIDOR-PAGADOR”






Por que o saneamento é sempre tema de segundo plano no Brasil?

Os mecanismos tradicionais de governo são insuficientes para a consecução deste novo inten­to. Os desafios que devem ser enfrentados permeiam toda a organização social, desde a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços até as formas de estruturação do Estado e seus apare­lhos em suas relações com a sociedade, inclusive a sua cultura. A idéia de crescimento se transforma tendo em vista uma nova concepção de desenvolvimento. A incorporação de temas no trato da saú­de pública, como a degradação ambiental – a poluição das águas, do ar e do solo –, as radiações ioni­zantes e não-ionizantes, os desastres naturais, os acidentes com produtos perigosos, as substâncias químicas e seus efeitos à saúde da população apontam a capacidade de ativar e acelerar as mudanças pretendidas.


Explique o processo convencional de esgoto, detalhando as diferentes etapas:

Tratamento do esgoto tem como objetivo:

Remover as impurezas físicas, químicas e biológicas, principalmente os organismos patogênicos.



Classifica-se em função do tipo de impurezas retiradas e o do seu grau de remoção.


Preliminar: O esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais grosseiros (sólidos suspensos: trapos, escovas de dente, tocos de cigarro e excretas) e os sólidos decantáveis (como areia e gordura).

  

Sistema de gradeamento peneira autolimpante caixa de gordura


Primário: Método físico

Objetiva remover o material em suspensão, não grosseiro, que flutue ou decante, mas que requer o emprego de equipamentos com tempo de retenção maior que no tratamento preliminar.







Decantador circular. Flotação (injeção de ar).


Secundário: Método biológico

- Após tratamento primário, o esgoto contém sólidos dissolvidos e finos sólidos suspensos que não decantam;

- Para remover essas partículas utilizam-se microrganismos que se alimentam dessa matéria orgânica suspensa ou solúvel;

- Os microrganismos mais importantes para o tratamento dos esgotos são as bactérias;

- Fornecer condições para que as bactérias sobrevivam e utilizem o esgoto da forma mais eficiente possível;

- Exemplos de tratamento: lagoas de estabilização.



ETE Atuba Sul – Curitiba - PR








Terciário: Método químico

Empregado para a obtenção de um efluente final de alta qualidade ou quando é necessária a remoção de substâncias específicas do efluente líquido gerado na linha de processos de indústria;



-Desestabilização das partículas coloidais (0,1 – 1 mm).

-Coagulação por neutralização da carga.

Exemplos:


Cloração;


Remoção de nutrientes;


Absorção em carvão ativado;


Filtração em areia;


Resinas trocadoras de íons;


Osmose reversa;


Eletrodiálise.





Diagrama aplicado I



A) Coagulação e floculação - transforma as impurezas que se encontram em suspensão fina, ou em solução, em películas maiores (flocos), para que possam ser removidas por sedimentação e filtração. A coagulação é obtida pela aplicação de sulfato de alumínio ou cloreto férrico, que reage com a alcalinidade natural da água. Se esta alcalinidade não for suficiente, ela é aumentada acrescentando-se cal hidratada à água. A floculação é uma fase posterior à coagulação, que permite a formação de flocos (resultantes da aglutinação das partículas nos coágulos) no floculador.




B) Decantação - é um processo dinâmico de separação de partículas sólidas suspensas na água. Estas partículas, sendo mais pesadas que a água tendem a depositar-se no fundo, clarificando a água e reduzindo em grande percentagem as impurezas.




C) Filtração - consiste em fazer a água passar através de substâncias porosas (areia, carvão antracito) capazes de reter flocos em suspensão e demais materiais que não decantaram, permitindo que a água se torne límpida.




D) Desinfecção ou Cloração - como os processos de purificação (A,B e C) não são considerados suficientes para remoção completa das bactérias existentes na água, assim como para dar mais segurança ao processo de tratamento, há necessidade de fazer também a desinfecção do produto. Para tanto, aplica-se cloro ou hipoclorito de cálcio na água.




E) Fluoretação - nesta etapa do processo adiciona-se flúor na água. O objetivo é a prevenir a cárie dental infantil, utilizando-se sal de flúor, conforme determinação da OMS Organização Mundial da Saúde.



F) Correção de acidez - como todos esses processos se passam em meio ácido, a acidez deve ser corrigida. Isto se obtém adicionando-se cal hidratada na água filtrada e consumo.











Explique o processo alternativo de esgoto, citando as diferentes soluções:

Historicamente, os processos de tratamento de efluentes têm sido direcionados para remoção de sólidos suspensos totais (SST), matéria orgânica biodegradável (DBO) e remoção de organismos patogênicos (presença de coliformes).










sistema anaeróbio

Este tipo de processo é realizado no Reator Anaeróbio de Manto de Lodo e Fluxo Ascendente (Ralf), com tecnologia desenvolvida pela Sanepar. Apresenta uma série de vantagens em relação ao sistema aeróbio. Entre elas, não precisa de outros tipos de energia suplementar, e produz biogás, que pode ser utilizado como combustível, além de não requerer amplo espaço físico.



Modelo Ralf







wetland

Wetland – vegetação e microorganismos associados para tratamento de esgoto por fluxo constante do efluente.

Alternativas:






ELETRÓLISE = visando principalmente remoção de matéria orgânica.

IRRADIÇÃO ULTRAVIOLETA = visando principalmente desinfecção. Comprimentos de onda de 260 – 265 nm têm função germicida. Ação: material genético dos microrganismos (ácido nuclêico).

FUNGOS FILAMENTOSOS = Aspergillus niger, Aspergillus flavus e Drechslera.

OZÔNIO = oxidação de microrganismos (desinfecção) e de compostos como fenol, cianeto, metais pesados e orgânicos.

PROCESSOS DE OXIDAÇÃO AVANÇADOS = (iniciativa do IPEN e indústrias) – utiliza radiação ionizante proveniente de feixe de elétrons de alta energia, gerados em aceleradores industriais. (PROCESSO USADO PARA DEGRADAÇÃO QUÍMICA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS INDUSTRIAIS E DESINFECÇÃO DE ESGOTOS E LODOS DOMÉSTICOS).




Tratamento e Disposição do Lodo

adensamento: remoção de umidade (redução de volume);

estabilização: remoção da matéria orgânica (redução de sólidos voláteis);

condicionamento: preparação para a desidratação (principalmente mecânica);

desidratação : remoção de umidade (redução de volume);

disposição final : destinação final dos subprodutos (aterros ).




Sistemas Simplificados




Com fossas sépticas e disposições no solo.

































Antes de serem descritas as principais alternativas para tratamento de esgotos sanitários é interessante que sejam destacadas algumas observações sobre o tratamento primário e sobre alguns parâmetros utilizados para o dimensionamento.

Como já foi descrito anteriormente, o tratamento primário visa a remoção de sólidos grosseiros, óleos e graxas, e de sólidos em suspensão, com eficiência tal que permita o bom funcionamento das partes seguintes que compõem uma estação de tratamento. Dependendo do tipo de tratamento adotado, os componentes do tratamento primário podem variar, conforme as alternativas destacada a seguir, sendo, porem, a caixa retentora de areia uma unidade que raramente pode ser dispensada.





Alternativa 1: Grade

Caixa retentora de areia

Medidor de vazão

Decantador primário





Alternativa 2: Grade

Caixa retentora de areia

Medidor de vazão

Peneira elástica





Alternativa 3: Grade

Caixa retentora de areia

Medidor de vazão




BAMBU E AREIA NA LIMPEZA DE ESGOTO




Um sistema de tratamento de esgoto barato e eficaz que utiliza areia e bambu e pode ser instalado em cidades pequenas, áreas rurais e condomínios foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O principal equipamento do sistema é um cilindro preenchido com bambus cortados em pequenos pedaços.

Nesse reator ocorre o metabolismo anaeróbio (sem oxigênio) de degradação, um sistema que propicia a ação de bactérias que consomem a matéria orgânica presente no esgoto. Associados ao reator estão os filtros de areia que complementam a limpeza de compostos poluentes. A análise da água resultante do sistema indicou que ela não é potável, mas pode ser empregada em hortas e na lavagem de carros e de pisos.

Ela também pode ser despejada nos rios sem problemas de poluição. "As vantagens do bambu são a leveza e a resistência. Depois de três ou quatro anos, ele se mantém intacto e serve de suporte para as bactérias que atuam no sistema"







Conclusão:

É NECESSÁRIO BUSCAR ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR A DISPONIBILIDADE DE ÁGUA, VISANDO:





Ações de Conservação dos Recursos Hídricos





Incentivo a pesquisa científica e tecnológica





Fortalecimento dos meios de controle e responsabilidade social através de processos PARTICIPATIVOS – concepção de um PACTO SOCIAL





Fortalecimento da gestão integrada dos Recursos Hídricos buscando a distribuição eqüitativa e universal – acesso para todos os seres vivos







Referências: http://video.globo.com Sanepar. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA. Educação popular. Sistemas urbanos.


PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...