terça-feira, 31 de janeiro de 2023

A separação e a custódia dos filhos

 



A separação do casal é, na maior parte dos casos, um processo complicado e doloroso, especialmente para os mais pequenos. As crianças são a parte mais vulnerável da família e uma separação mal orientada pode colocá-las numa clara situação de risco, comprometendo seriamente a sua estabilidade emocional e o seu processo de maturação. 

Os adultos são responsáveis por evitar tais consequências, enfrentando o processo sem nunca esquecer que os bens mais importantes são os filhos. Com o fim da relação, todos os membros da família enfrentam novas situações e diversos problemas (emocionais, económicos, de organização, ...) que fazem parte de uma nova vida à qual se deverão adaptar o quanto antes.

A custódia dos filhos 

Os pais nunca visitam os filhos porque ser pai ou mãe não pode ser exercido numa visita. Os pais partilham tempo e espaços com os filhos; por este motivo, quando a custódia não é partilhada, falamos de pais com que as crianças vivem e de pais com quem não vivem. As crianças passam a maior parte do tempo com o progenitor com quem vivem e tem a sua custódia e uma menor parte com o outro progenitor, normalmente tardes durante a semana e fins-de-semana alternados. 

Em todo o mundo a tendência é adoptar, com a separação, a custódia partilhada dos filhos, o que se organiza com a partilha equilibrada do tempo por ambos os progenitores, procurando que ambos continuem a ter uma presença relevante na vida dos seus filhos. Em Espanha, por exemplo, várias Comunidades Autónomas elaboraram leis para pôr esta situação em prática. As vantagens deste modelo de custódia estão precisamente em apoiar a manutenção das ligações emocionais com ambos os progenitores e favorecerem as condições para afastar o conflito da vida dos filhos. 

Estar contínua e amplamente na vida dos filhos permite aos pais envolverem-se, acompanhá-los nos trabalhos, nas suas atividades académicas ou desportivas, dar-lhes banho, deitá-los e ter uns minutos para que lhe contem as suas preocupações antes de dormir. Assim, a qualidade da relação com os filhos aumenta. Aqui os pais não acompanham apenas, mas vivem a vida dos filhos, permitindo-lhes ser um modelo com o qual aprenderão. O segundo problema contra o qual este modelo luta é o próprio conflito. Um conflito surge quando existe uma hipótese de ganância. Os filhos não podem ser algo que se ganha ou perde em tribunal. Se permitirmos isto, alguns pais, cegos pelo seu ressentimento, podem adoptar comportamentos prejudiciais para às crianças. Os filhos devem ser afastados da guerra pela casa ou pelo dinheiro. 

"Nenhuma criança poderá ser dividida em dois e, por melhor que queira fazer, nenhum juiz poderá decidir o que é melhor para uma criança pelos próprios pais."  

Por fim, este modelo de custódia equilibra a partilha das responsabilidades entre homens e mulheres, permitindo e obrigando ambos a exercer as suas responsabilidades como protetores e educadores. Os homens têm as mesmas capacidades para tomar conta de um filho que as mulheres, independentemente da idade daquele. 

Em determinada altura, as crianças quererão esta mais com um, noutra com outro. Às vezes preferirão o colo da mãe, outras um abraço do pai. São as crianças que devem escolher; não devem ser obrigadas a escolher um ou outro. porém não devem ser tolhidas ou influenciadas a estas escolhas através da alienação parental, ato que se tornou comum  em um querer o afastamento do outro, sem saber os danos de construção física-mental-social e comportamental da criança e ou adolescente. Neste caso diferente do poeta Cazuza :"Mentiras sinceras não interessam" e não cabem.



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