Uma mãe entrou em contato em desespero perguntando cono ajudar o filho ...
"Boa tarde , como posso ajudar meu filho 38 anos, diagnóstico de esquizofrenia paranóide a 4 anos, mas não aceita a doença, não quer se tratar , não trabalha não quer tomar banho, só fuma come toma café e vê vídeos no celular 🙂↕️está a 1 ano na minha casa , vivendo na garagem por (escolha ), dormindo dentro do carro que ele tem fazia Uber antes, já está com busca e apreensão por falta de pagamento, e ele não aceita nada que falemos pra ele, já por 3 vz foi agressivo não a ponto de me bater mas foi perto disso😭"
Para ajudar seu filho de 38 anos diagnosticado com esquizofrenia em uma situação de vulnerabilidade como essa, uma abordagem abrangente e multidisciplinar é necessária. Abaixo estão algumas estratégias baseadas em práticas terapêuticas e recomendações de pesquisa:
Pessoas com esquizofrenia muitas vezes enfrentam grandes desafios em manter estabilidade em vários aspectos da vida, como moradia, cuidados com a saúde e relacionamentos familiares. A situação descrita, com isolamento, potencial agressividade e negligência nas necessidades básicas, exige intervenção urgente e coordenada.
Evidências:
1. Acesso a Tratamento Psiquiátrico: É essencial que o indivíduo tenha acesso a acompanhamento psiquiátrico adequado, incluindo medicamentos antipsicóticos. Medicamentos como risperidona e olanzapina são amplamente usados para tratar os sintomas psicóticos, com eficácia comprovada na redução de sintomas de esquizofrenia (Correll, 2020). Caso o indivíduo não esteja recebendo tratamento regular, a busca por uma equipe de saúde mental local é crucial.
2. Intervenções Psicosociais: Terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), têm mostrado eficácia em melhorar a adesão ao tratamento e reduzir sintomas em pessoas com esquizofrenia (Wykes et al., 2008). Além disso, intervenções que visam melhorar habilidades sociais e a capacidade de lidar com situações de estresse podem diminuir os episódios de agressividade.
3. Assistência Social e Moradia Segura: É urgente buscar uma solução de moradia mais adequada. Programas de assistência social podem ajudar a tirar o indivíduo dessa situação de moradia precária. Estudos sugerem que intervenções em moradia, como programas de "Housing First", têm sido eficazes para pessoas com transtornos mentais graves, fornecendo segurança e melhorando a adesão ao tratamento (Tsai et al., 2017).
4. Suporte Familiar e Cuidados: Envolver a mãe em um programa de suporte familiar é essencial. Programas de psicoeducação familiar têm mostrado reduzir a carga dos cuidadores e melhorar o bem-estar tanto do paciente quanto da família (Chien & Norman, 2009). Agressividade pode ser resultado de frustrações não resolvidas e da falta de um ambiente estruturado, sendo necessário mediar essas questões com a ajuda de profissionais.
5. Abordagem para Dependência: O uso excessivo de cigarro, café e isolamento com vídeos no celular pode indicar um problema com dependências. A integração de um tratamento voltado para o manejo do uso de substâncias é importante, pois o consumo de nicotina pode agravar os sintomas da esquizofrenia e interferir nos medicamentos antipsicóticos (McClave et al., 2010).
O apoio para seu filho deve incluir tratamento psiquiátrico, suporte social para a moradia, envolvimento da família em terapias de suporte, e gestão de dependências. A colaboração entre equipes de saúde mental e assistência social é essencial para mudar o quadro atual.
Sou Abilio Machado Psicoarteterapeuta, Arteeducador, Neuropsicopedagogo ICH e Avaliador Psicológico, Docência em Artes Cênicas e Plásticas, Filosofia e Teologia.
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