terça-feira, 29 de abril de 2025

Vicio em analgésicos para Dor...

 



Vício em Analgésicos para Dor: Um Problema Emergente no Brasil

Abilio Machado - Psicoarteterapeuta ICH, Neuropsicopedagogo ICH,  Avaliador Psicológico 

Introdução


O uso de analgésicos opioides, como Tramal (tramadol), gabapentina e codeína, tem aumentado significativamente no Brasil.  Embora eficazes no tratamento da dor, esses medicamentos apresentam alto potencial de dependência quando utilizados de forma inadequada.  Este artigo aborda os riscos associados ao uso desses fármacos e destaca a necessidade de atenção por parte de profissionais de saúde e pacientes. 


O Crescente Uso de Opioides no Brasil


Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indicam um aumento expressivo na prescrição de analgésicos opioides no país.  Entre 2009 e 2015, houve um crescimento de 465% na venda desses medicamentos, com a codeína representando mais de 90% das prescrições  . Esse aumento levanta preocupações sobre o potencial de abuso e dependência. 


Tramadol, Gabapentina e Codeína: Riscos de Dependência


O tramadol, conhecido comercialmente como Tramal, é um opioide sintético utilizado para tratar dores moderadas a intensas.  Embora considerado menos potente que outros opioides, seu uso prolongado pode levar à dependência  .


A gabapentina, embora não seja um opioide, é frequentemente prescrita para dores neuropáticas.  Estudos recentes sugerem que seu uso pode levar ao desenvolvimento de dependência, especialmente quando combinada com outros depressivos do sistema nervoso central  .


A codeína, um opioide leve, é amplamente utilizada para tratar dores leves a moderadas.  No entanto, seu potencial de abuso é significativo, especialmente quando usada em doses superiores às recomendadas ou por períodos prolongados  .


Consequências do Uso Indevido


O uso inadequado desses medicamentos pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo tolerância, dependência física e psicológica, e síndrome de abstinência.  Estudos mostram que quase 1 em cada 10 pacientes com dor crônica tratados com opioides prescritos acabam se viciando nos analgésicos em algum momento  .


Além disso, o uso prolongado pode resultar em efeitos adversos como constipação, náuseas, sonolência e, em casos graves, depressão respiratória.  A combinação desses medicamentos com outras substâncias depressoras do sistema nervoso central aumenta significativamente o risco de overdose e morte  .


Medidas de Prevenção e Tratamento


Para combater o crescente problema do vício em analgésicos, é essencial adotar medidas preventivas e oferecer opções de tratamento eficazes.  Profissionais de saúde devem seguir diretrizes rigorosas ao prescrever esses medicamentos, considerando alternativas não opioides quando possível. 


O tratamento da dependência pode incluir terapias farmacológicas, como o uso de metadona, buprenorfina e naltrexona, além de abordagens psicoterapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental  . A combinação dessas estratégias aumenta as chances de recuperação e reintegração social dos pacientes. 


Conclusão


O aumento no uso de analgésicos opioides no Brasil é um sinal de alerta para profissionais de saúde e autoridades.  É fundamental promover a conscientização sobre os riscos associados a esses medicamentos e implementar políticas públicas que garantam o uso seguro e eficaz no tratamento da dor. 



---


Referências Bibliográficas:


1. Antoniassi, M. (2021). Uso de opioides no Brasil: uma crise à espreita? Recuperado de https://marcioantoniassi.wordpress.com/2021/12/18/uso-de-opioides-no-brasil-uma-crise-a-espreita/ 

2. Boasaúde. (2025). Uso indevido de analgésicos é comum entre pessoas com dor crônica. Recuperado de https://www.boasaude.com.br/noticias/20480/uso-indevido-de-analgesicos-e-comum-entre-pessoas-com-dor-cronica.html 

3. Wikipedia. (2023). Codeína. Recuperado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Code%C3%ADna 

4. Clinspace. (2025). Transtornos Relacionados ao Uso de Opioides: Entenda os Riscos e Tratamentos Disponíveis. Recuperado de https://blog.clinspace.com.br/transtornos-uso-opioides-riscos-tratamentos-disponiveis/ 


sexta-feira, 25 de abril de 2025

O Que É Ser Edonista ? Entenda o Significado ebSuas Implicações. Na Vida Moderna..

 


O Que é Ser Edonista? Entenda o Significado e as Implicações na Vida Moderna

Por Abilio Machado 

O termo edonista vem do grego hēdonē, que significa prazer. Um edonista é alguém que acredita que o prazer — especialmente o prazer pessoal — é o bem supremo e o principal objetivo da vida. Embora essa ideia possa parecer superficial ou egoísta à primeira vista, ela tem raízes profundas na filosofia e levanta questões legítimas sobre o propósito da existência, o bem-estar e a moralidade.


Origens Filosóficas do Edonismo 


O edonismo como filosofia moral foi formulado por pensadores da Grécia Antiga. Um dos primeiros e mais conhecidos foi Aristipo de Cirene (435–356 a.C.), que defendia que o prazer imediato era o objetivo principal da vida. Mais tarde, Epicuro (341–270 a.C.) desenvolveu uma versão mais equilibrada: para ele, o verdadeiro prazer vinha da ausência de dor (ataraxia) e da moderação.


Para Epicuro, não se tratava de buscar prazeres intensos e constantes, mas de evitar sofrimentos desnecessários e encontrar paz interior. Isso o afastava da imagem comum do “prazer pelo prazer” que muitas vezes é associada ao edonismo.


“Quando dizemos que o prazer é o fim e o objetivo, não nos referimos aos prazeres dos libertinos... mas à ausência de dor no corpo e de perturbação na alma.”

— Epicuro, Carta a Meneceu


Edonismo na Vida Moderna 


Na cultura contemporânea, o edonismo é muitas vezes confundido com hedonismo consumista — o desejo constante por experiências prazerosas, bens materiais, viagens, comida, sexo e entretenimento. A indústria da publicidade explora essa tendência, vendendo estilos de vida com base em recompensas imediatas.


Redes sociais, por exemplo, promovem um tipo de edonismo instantâneo. Likes, cliques, visualizações: tudo é pensado para ativar os circuitos de recompensa do cérebro. Isso cria um ciclo de busca contínua por gratificação, que pode levar à frustração e até dependência.


Críticas ao Edonismo 


Uma crítica comum ao edonismo é que ele pode incentivar o egoísmo e a fuga de responsabilidades. Se o prazer pessoal é o único critério de valor, o que impede alguém de prejudicar os outros se isso o fizer se sentir bem?


Além disso, pesquisas em psicologia positiva indicam que buscar exclusivamente prazer pode levar a um efeito reverso: menos satisfação com a vida. Segundo estudos de Martin Seligman, o bem-estar duradouro depende mais de propósito, engajamento e relações significativas do que de prazer imediato (Seligman, 2011).


Um Edonismo Mais Consciente 


Apesar das críticas, há espaço para uma abordagem mais consciente do edonismo. Cuidar do próprio bem-estar, buscar experiências prazerosas com responsabilidade e entender os próprios limites pode ser uma forma saudável de viver. Nesse sentido, um edonismo equilibrado se aproxima da eudaimonia — conceito aristotélico de felicidade como realização pessoal e virtude.


Conclusão 


Ser edonista não é necessariamente viver de excessos. Tudo depende da forma como se interpreta e aplica a ideia de prazer. Há uma linha tênue entre o prazer que enriquece a vida e o que a esvazia. Reconhecer essa diferença é o que distingue um edonista consciente de alguém apenas movido pelo impulso.


Referências:


Epicuro. Carta a Meneceu. Disponível em domínio público. Seligman, M. (2011). Flourish: A Visionary New Understanding of Happiness and Well-being. Free Press. Irwin, T. (1991). Aristotle's Ethics. Oxford University Press. Crisp, R. (2006). Reasons and the Good. Oxford University Press. 




quinta-feira, 10 de abril de 2025

A responsabilidade de assumir os próprios erros...


 A responsabilidade de assumir os próprios erros


É mais fácil apontar o dedo do que olhar para dentro. Quando algo dá errado, a primeira reação de muitas pessoas é procurar um culpado externo: um colega de trabalho, a família, a sociedade, ou até o destino. No entanto, essa postura apenas nos afasta do crescimento e da evolução.


A verdade é que todos erramos. E errar faz parte da vida. O problema não está na falha em si, mas na incapacidade de reconhecê-la. Quando negamos nossos erros, não aprendemos com eles. Em vez disso, ficamos presos em um ciclo de desculpas e justificativas, transferindo a responsabilidade para os outros. Essa atitude nos impede de crescer e de conquistar mais maturidade emocional.


☑ Assumir os próprios erros exige coragem. É olhar para si mesmo com honestidade e reconhecer que nem sempre tomamos as melhores decisões. Mas é também um ato libertador, porque quando aceitamos nossas falhas, podemos aprender com elas e evoluir. A verdadeira força está em quem tem a humildade de dizer: "Sim, eu errei, mas agora vou fazer diferente."


Quando paramos de caçar culpados e começamos a assumir a responsabilidade por nossas escolhas, nos tornamos donos da nossa própria história. E só assim conseguimos construir um caminho de aprendizado e transformação.


Gratidão


▲Terapeuta @psicoterapeutaabiliomachado


✔ Maravilhosa página psicoterapeutaabiliomachado.blogspot.com


#ENSINAMENTOSDOPAPAINOEL #responsabilidade #erros #autoconhecimento #evolução #despertar

PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...