sábado, 23 de março de 2024

Perdoe-me pelo Medo: Um Caminho para a Autocompaixão e a Transformação



Por Abilio Machado Psicoarteterapeuta

No intricado tecido de nossa jornada pessoal, muitas vezes nos vemos confrontados com a difícil tarefa de confrontar nossos medos e falhas. A autocrítica e a autoacusação podem se tornar pesos pesados, dificultando nosso progresso em direção à cura e ao crescimento pessoal. No entanto, é importante lembrar que o perdão a si mesmo é uma parte essencial desse processo. Pedir perdão por ter vivido uma vida no medo pode ser o primeiro passo rumo à libertação e à renovação.

O Poder da Autocompaixão

Em seu livro "Auto-compaixão: Pare de se Torturar e se Tratar com Gentileza", a psicóloga Kristin Neff destaca a importância da autocompaixão como uma ferramenta para enfrentar o sofrimento humano. Neff define autocompaixão como "ser gentil e compreensivo consigo mesmo quando você está enfrentando sofrimento, falha ou dor pessoal". Em vez de se punir implacavelmente por nossas falhas passadas, a autocompaixão nos permite reconhecer nossa humanidade compartilhada e nos oferecer a mesma bondade e compreensão que ofereceríamos a um amigo querido em tempos difíceis.

O Desafio do Perdão a Si Mesmo

Pedir perdão a si mesmo pode ser uma tarefa assustadora. Muitas vezes, estamos tão acostumados a nos criticar e nos julgar que o próprio conceito de autoperdão parece estranho e desconfortável. No entanto, é importante lembrar que o perdão não é sobre justificar ou esquecer nossas ações passadas, mas sim sobre liberar o fardo do ressentimento e da autocondenação que temos carregado.

A psicoterapia pode desempenhar um papel fundamental nesse processo. Ao trabalhar com um psicoterapeuta qualificado, os indivíduos podem explorar suas emoções, examinar padrões de pensamento negativos e desenvolver estratégias saudáveis ​​para lidar com a autocrítica e o autojulgamento. O psicoterapeuta atua como um guia compassivo e solidário, ajudando os clientes a cultivar autocompaixão e a encontrar perdão por si mesmos.

A Jornada em Direção à Transformação

Pedir perdão a si mesmo pelo medo é mais do que um ato de reconciliação; é um ponto de partida para a transformação pessoal. Ao liberar a carga do passado, abrimos espaço para novas possibilidades e experiências. Em vez de sermos definidos por nossos erros passados, podemos abraçar a oportunidade de nos reinventar e viver de acordo com nossos valores mais profundos.

A jornada em direção à autocompaixão e ao perdão a si mesmo pode ser longa e desafiadora, mas é uma jornada que vale a pena fazer. Ao reconhecer nossa própria humanidade e nos comprometermos a tratar a nós mesmos com bondade e compaixão, podemos criar uma vida mais significativa e gratificante para nós mesmos e para os outros ao nosso redor.

Conclusão: Um Convite à Autocompaixão

Pedir perdão a si mesmo pelo medo é um ato de coragem e autocompaixão. À medida que nos permitimos reconhecer e liberar o peso do passado, abrimos espaço para a transformação e o crescimento pessoal. Como psicoterapeutas, é nossa missão oferecer apoio e orientação a todos que buscam essa jornada de autodescoberta e cura. Estamos aqui para lembrar a você que merece gentileza, compaixão e perdão - especialmente de si mesmo.

Nesta jornada de autocompaixão e perdão, estamos ao seu lado, prontos para oferecer o apoio e a orientação de que você precisa. Não importa quão difícil seja o caminho, lembre-se sempre de que você é digno de amor, perdão e uma vida plena de significado e alegria. Permita-se perdoar e abraçar a beleza da sua humanidade imperfeita.

Referências:

  • Neff, K. (2011). Self-Compassion: Stop Beating Yourself Up and Leave Insecurity Behind. HarperCollins.
  • Gilbert, P. (2010). Compassion Focused Therapy: Distinctive Features. Routledge.

Para mais informações sobre como embarcar nesta jornada de autocompaixão e perdão, não hesite em entrar em contato conosco para agendar uma consulta.

@psicoterapeutaabiliomachado

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sexta-feira, 22 de março de 2024

A voz silenciada pelo trauma

Por Abilio Machado Psicoarteterapeuta 

 Dentro de cada adulto reside uma criança, muitas vezes silenciosa e ferida. Essa criança é a voz dos traumas não resolvidos, das experiências dolorosas que moldaram a pessoa que somos hoje. Ela carrega consigo as marcas das decepções, das perdas e das mágoas, e essas feridas emocionais podem se manifestar de diversas formas em nossas vidas adultas.


Essa criança traumatizada muitas vezes é negligenciada, ignorada ou até mesmo reprimida, em uma tentativa de seguir em frente e deixar o passado para trás. No entanto, ela continua presente, clamando por atenção e cura. Ela se manifesta nos momentos de vulnerabilidade, nas reações desproporcionais a situações aparentemente insignificantes, nas dificuldades de confiar e se relacionar profundamente com os outros.

Os dias do adulto são frequentemente marcados por uma sensação de vazio, de desconexão consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. As feridas da infância continuam a sangrar, mesmo que invisíveis aos olhos dos outros. E, muitas vezes, essa dor se manifesta de maneiras sutis, mas persistentes, afetando a autoestima, os relacionamentos e até mesmo a saúde mental.

Reconhecer e abraçar a criança traumatizada dentro de nós é o primeiro passo em direção à cura. É preciso permitir-se sentir e expressar as emoções reprimidas, buscar ajuda quando necessário e aprender a cuidar de si mesmo com gentileza e compaixão. Somente assim podemos começar a cicatrizar as feridas do passado e encontrar paz e plenitude no presente.

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segunda-feira, 11 de março de 2024

O Perfil de "Salvador" e a Fibromialgia: Uma Conexão Complexa

 



O Perfil de "Salvador" e a Fibromialgia: Uma Conexão Complexa

Por Abilio Machado Psicoarteterapeuta 

A fibromialgia é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada por dor generalizada, fadiga e sensibilidade extrema. Embora as causas exatas da fibromialgia ainda sejam objeto de pesquisa, estudos recentes começaram a explorar a possível ligação entre o perfil psicológico das pessoas e o desenvolvimento dessa condição debilitante.


Uma área de interesse crescente é o perfil de personalidade conhecido como "salvador". Essas são aquelas pessoas que têm uma tendência natural para assumir responsabilidades excessivas, colocando as necessidades dos outros antes das suas próprias. Elas muitas vezes se encontram em papéis de cuidadores, quer seja na família, no trabalho ou em seus círculos sociais mais amplos.


Pesquisas sugerem que essa predisposição para assumir cargas emocionais e físicas pesadas pode estar relacionada ao desenvolvimento da fibromialgia. O estresse crônico, decorrente desse estilo de vida, pode desencadear e exacerbar os sintomas da condição. Além disso, a sobrecarga emocional e a falta de tempo para autocuidado podem levar a um ciclo de dor e estresse crônico, contribuindo assim para a manifestação da fibromialgia.


É importante notar que essa conexão entre o perfil de "salvador" e a fibromialgia ainda está em fase de pesquisa e compreensão. A relação causal não é direta, e outros fatores, como predisposição genética e influências ambientais, também desempenham um papel significativo no desenvolvimento da condição.


No entanto, reconhecer a importância do autocuidado e da gestão do estresse para as pessoas com esse perfil pode ser um passo importante na prevenção e no manejo da fibromialgia. Estratégias que promovem o equilíbrio entre cuidar dos outros e cuidar de si mesmo, como estabelecer limites saudáveis, praticar técnicas de relaxamento e buscar apoio emocional, podem ajudar a reduzir o risco e melhorar a qualidade de vida das pessoas com essa predisposição.


À medida que continuamos a aprender mais sobre os complexos mecanismos por trás da fibromialgia, é fundamental abordar não apenas os aspectos físicos da condição, mas também os fatores psicológicos e emocionais que podem desempenhar um papel importante em sua origem e progressão. A conscientização e o apoio contínuo são essenciais para aqueles que vivenciam essa condição desafiadora, oferecendo esperança e recursos para uma vida mais equilibrada e saudável.


Para o bem de sua saúde,  tome decisões como não asdumirvtudo para si, faça apenas o essencial,  algumas coisas deixe de lado, não se sobrecarregue, divida as tarefas, mesmo que pareça que se você não fizer ninguém irá fazê-lo.  Cuide-se sua saúde mental e física. Coloque-se limites.


Abilio Machado Psicoarteterapeuta 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Diagnóstico na Avaliação Psicológica: Uma Abordagem Essencial

 


Diagnóstico na Avaliação Psicológica: Uma Abordagem Essencial

Por Abilio Machado Psicoarteterapeuta 

O diagnóstico na avaliação psicológica é uma etapa fundamental no processo de compreensão e intervenção nos diferentes contextos da psicologia. Ele envolve a coleta sistemática de informações, a análise criteriosa dos dados e a formulação de hipóteses diagnósticas que visam elucidar as questões apresentadas pelo cliente.


**Importância do Diagnóstico:**


O diagnóstico psicológico é crucial para a compreensão dos problemas emocionais, comportamentais e cognitivos enfrentados pelo cliente. Ele permite uma identificação mais precisa das dificuldades e necessidades do indivíduo, orientando o plano de intervenção terapêutica de forma mais eficaz.


**Processo de Diagnóstico:**


1. **Entrevista Clínica:** A entrevista clínica é uma das principais ferramentas utilizadas na avaliação psicológica. Nela, o psicólogo realiza uma série de questionamentos para obter informações sobre o histórico pessoal, familiar, emocional e comportamental do cliente.


2. **Aplicação de Testes Psicológicos:** Os testes psicológicos são instrumentos padronizados que permitem avaliar diferentes aspectos da personalidade, cognição, emoções e comportamentos. Eles fornecem dados objetivos que auxiliam na formulação do diagnóstico.


3. **Observação Clínica:** A observação do comportamento do cliente em diferentes contextos também é importante para o processo diagnóstico. O psicólogo observa como o cliente se comporta, reage e interage em situações específicas, o que pode fornecer insights adicionais para o diagnóstico.


4. **Análise e Formulação Diagnóstica:** Com base nas informações coletadas durante a entrevista, nos resultados dos testes psicológicos e na observação clínica, o psicólogo analisa os dados e formula hipóteses diagnósticas. Essas hipóteses são discutidas com o cliente e refinadas ao longo do processo terapêutico.


**Desafios no Diagnóstico:**


1. **Comorbidades:** Muitas vezes, os clientes apresentam mais de um problema de saúde mental, o que pode dificultar a identificação e o tratamento adequado.


2. **Fatores Culturais e Contextuais:** Os aspectos culturais, sociais e ambientais influenciam significativamente a expressão dos sintomas e a compreensão dos problemas psicológicos, exigindo uma abordagem sensível e culturalmente competente por parte do psicólogo.


3. **Subjetividade:** O processo de diagnóstico envolve uma certa dose de subjetividade, pois depende da interpretação do psicólogo e das informações fornecidas pelo cliente. Portanto, é importante considerar múltiplas fontes de informação e manter uma postura reflexiva ao formular o diagnóstico.


**Considerações Finais:**


O diagnóstico na avaliação psicológica é uma etapa crucial no processo terapêutico, pois fornece informações essenciais para compreender as dificuldades do cliente e orientar a intervenção clínica. No entanto, é importante ressaltar que o diagnóstico não deve ser encarado como uma etiqueta definitiva, mas sim como um ponto de partida para o desenvolvimento de um plano de tratamento individualizado e centrado no cliente.


*Referências:*


- Conselho Federal de Psicologia (CFP). (2003). **Avaliação psicológica: diretrizes na regulamentação da profissão.** Brasília: Autor.

- Hutz, C. S., & Bandeira, D. R. (2015). **Psicometria.** Artmed Editora.

- Ribeiro, A. P. (2016). **Manual de Avaliação Psicológica: Fundamentos, métodos e práticas.** Hogrefe Editora.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

A Importância da Psicometria na Avaliação Psicológica

 



A Importância da Psicometria na Avaliação Psicológica

Por Abilio Machado Psicoarteterapeuta 

A avaliação psicológica desempenha um papel fundamental na compreensão do funcionamento psicológico humano, fornecendo insights valiosos para uma variedade de contextos, como saúde mental, educação, seleção de pessoal e pesquisa. No cerne dessa prática está a psicometria, uma área da psicologia que se dedica à medição de características psicológicas por meio de métodos científicos.

O que é Psicometria?

A psicometria pode ser definida como a ciência da medição psicológica. Ela envolve o desenvolvimento, a validação e a aplicação de instrumentos psicológicos, como testes e questionários, para avaliar traços como personalidade, inteligência, aptidões específicas, habilidades cognitivas, entre outros. Esses instrumentos são projetados com base em princípios estatísticos sólidos, visando garantir sua confiabilidade e validade.

Confiabilidade e Validade: Pilares da Psicometria

Dois conceitos-chave na psicometria são a confiabilidade e a validade dos instrumentos de medida. A confiabilidade refere-se à consistência dos resultados ao longo do tempo e em diferentes situações. Por exemplo, um teste de personalidade confiável produzirá resultados consistentes quando administrado repetidamente à mesma pessoa. Já a validade está relacionada à precisão com que o instrumento mede o que se propõe a medir. Um teste de inteligência válido deve realmente mensurar as capacidades cognitivas do indivíduo e não outro traço qualquer.

Aplicações da Psicometria na Avaliação Psicológica

A psicometria é amplamente utilizada em diversas áreas da psicologia aplicada. Por exemplo, na psicologia clínica, testes psicométricos ajudam os profissionais a diagnosticar transtornos mentais e a planejar intervenções terapêuticas adequadas. Na área educacional, testes de habilidades cognitivas auxiliam na identificação de necessidades de aprendizagem e no desenvolvimento de programas de ensino individualizados. No contexto organizacional, testes de personalidade e habilidades são empregados na seleção e no desenvolvimento de funcionários.

Desafios e Considerações Éticas

Embora a psicometria seja uma ferramenta poderosa, ela não está isenta de desafios e considerações éticas. A seleção inadequada ou a interpretação incorreta dos instrumentos podem levar a conclusões errôneas e ações prejudiciais. Portanto, é essencial que os profissionais que utilizam testes psicométricos sejam devidamente treinados e sigam diretrizes éticas rigorosas em sua prática.

Conclusão

Em suma, a psicometria desempenha um papel crucial na avaliação psicológica, fornecendo meios objetivos e confiáveis para medir uma variedade de traços e características psicológicas. Por meio da aplicação rigorosa de princípios estatísticos e éticos, os instrumentos psicométricos ajudam os profissionais a compreender melhor o funcionamento humano e a tomar decisões informadas em uma variedade de contextos.

Referências:

  • Anastasi, A., & Urbina, S. (1997). Testagem psicológica. Porto Alegre: Artmed.
  • Pasquali, L. (2010). Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed.
  • Cohen, R. J., & Swerdlik, M. E. (2009). Psychological testing and assessment: An introduction to tests and measurement. Nova York: McGraw-Hill.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Identidade de vítima

 


A identidade de vítima é a crença de que o passado é mais poderoso que o presente, o que é o oposto da verdade. É a crença de que outras pessoas, e o que elas fizeram com você, são responsáveis por quem você é agora, por sua dor emocional ou por sua incapacidade de ser você mesmo.

A verdade é que o único poder que existe está contido neste momento: é o poder da sua presença. Uma vez que você saiba isso, você também perceberá que é responsável pelo seu espaço interior agora – ninguém mais é – e que o passado não pode prevalecer contra o poder do Agora.

Eckhart Tolle****

#ensinamentosdopapainoel #despertardaconsciencia #despertarespiritual #buscador #melhorversao

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Quando Olho, Sou Visto”

 


Quando Olho sou visto (Winnicott).

Ao nos depararmos com um novo texto, um novo conceito e/ou paradigma, uma nova obra de arte ou literatura - mergulhamos em um universo desconhecido, criado a partir das vivências, emoções e perspectivas de alguém, fora do nosso lugar, de nossa visão de homem e de mundo.


INTRODUÇÃO (quando olho)

No entanto, enquanto navegamos por essas águas, muitas vezes nos vemos refletidos nas linhas, nas cores e nas notas. É bem possível, igualmente, que nos encontremos nas linhas e entrelinhas, à semelhança de um espelho, o texto com seu pretexto, se nos revela e nos mostra quem somos.


Em nossa travessia pela vastidão da experiência humana, encontramo-nos constantemente confrontados por universos que não são nossos. Cada pintura, cada melodia, cada palavra impressa carrega o peso de uma alma que não é a nossa, de um mundo que nunca habitamos, de sonhos que nunca sonhamos. É o desafio do desconhecido, do estrangeiro, que nos convida a olhar além das fronteiras de nossa própria existência.


Quando nos deparamos com uma obra de arte, seja ela visual, literária ou musical, somos transportados para o reino da imaginação de outro ser humano. Nessa terra misteriosa, encontramos paisagens desconhecidas, emoções estranhas e pensamentos nunca antes concebidos. Winnicott, em sua máxima "Quando Olho, Sou Visto", revela a dualidade dessa experiência. Pois, ao observarmos, tornamo-nos simultaneamente observados. É uma dança entre o sujeito e o objeto, entre o conhecedor e o conhecido.


Mas o que é mais fascinante é a descoberta de que, mesmo nestas terras estrangeiras da mente de outro, encontramos reflexos de nós mesmos. As linhas de um poema, as pinceladas de um quadro, ou as notas de uma canção podem ressoar com os ecos de nossos próprios corações. E por quê?


Talvez porque, no cerne da experiência humana, há verdades universais. Há emoções que todos sentem, sonhos que todos compartilham e temores que todos enfrentam. E assim, quando mergulhamos na criação de outra pessoa, encontramos, muitas vezes, os mesmos sentimentos que habitam em nosso próprio ser.


O texto, com seu pretexto, é mais do que apenas uma coleção de palavras ou ideias. É uma janela para a alma, tanto do autor quanto do leitor. Entre as linhas, nos vemos refletidos, não apenas como indivíduos, mas como parte de um tecido maior da humanidade. E, à medida que nos reconhecemos no outro, começamos a entender mais profundamente o nosso próprio ser.


Nessa interação, há também um convite à humildade. Pois, ao reconhecermos a nós mesmos em terras estrangeiras, percebemos que, talvez, não sejamos tão diferentes assim. Que as barreiras que erigimos, as distinções que fazemos, são, muitas vezes, ilusórias.


Assim, cada obra de arte, cada texto, torna-se uma ponte. Uma ponte que nos conecta a outras almas, a outros mundos, e, mais profundamente, a nós mesmos. É um lembrete constante de que, mesmo em nossa singularidade, somos todos parte de um todo interconectado, eternamente refletindo e sendo refletido no grande espelho da existência humana.


Como disse Marcel Proust (quando olho)

(...) “A verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.” A arte, de certa forma, nos oferece esses "novos olhos", permitindo que enxerguemos aspectos nossos em contextos que jamais imaginávamos para além de nós próprios.


A experiência que tenho de consumir novas informações, elaborar novos conceitos a partir de obras artísticas não é apenas um ato passivo de recepção.


É um diálogo ativo. Ao interpretarmos uma cena de filme ou uma estrofe de um poema, estamos também interpretando a nós mesmos.


Em um mundo vasto e infinitamente complexo, estamos continuamente procurando significados, tentando entender nosso lugar na tapeçaria da existência. Como Proust tão eloquentemente expressou, a descoberta verdadeira não se baseia na exploração do novo, mas na reinterpretação do familiar através de uma perspectiva renovada. O mundo não muda; somos nós que mudamos nossa forma de vê-lo. E é aqui que a arte assume seu papel transcendental, sendo o veículo que nos proporciona "novos olhos".


A arte não é um mero passatempo ou uma simples distração; ela é uma ferramenta poderosa de introspecção e autoconhecimento. Ao nos apresentar uma obra, seja uma pintura renascentista, um filme contemporâneo, ou um verso de poesia antiga, somos transportados para uma dimensão onde o tempo, o espaço e a identidade fluem e se entrelaçam. Não estamos apenas consumindo a arte; estamos nos fundindo a ela, tornando-nos parte de sua narrativa.


Esse diálogo que estabelecemos com a arte é, em sua essência, uma conversa que temos com nós mesmos. Em cada pincelada que observamos, em cada nota que ouvimos, em cada palavra que lemos, confrontamos nossos próprios sentimentos, memórias, esperanças e temores. A arte é como um espelho que não reflete nossa imagem física, mas nosso eu mais profundo, nossas emoções e pensamentos mais íntimos.


E é essa introspecção que torna a experiência artística tão transformadora. Porque, ao interpretar uma obra, não estamos apenas decodificando a intenção do artista, mas também explorando os cantos mais obscuros e as alturas mais luminosas de nossa própria psique. A arte desafia, provoca e nos instiga a pensar. Ela nos tira da zona de conforto, desafia nossas crenças e nos faz questionar nossa percepção da realidade.


Talvez, a verdadeira magia da arte resida na sua capacidade de ser simultaneamente um espelho e uma janela. Ela nos mostra quem somos e, ao mesmo tempo, nos oferece vislumbres de mundos que nunca conhecemos, de sentimentos que nunca sentimos e de pensamentos que nunca pensamos. E, nesse processo, ao abraçar a arte, abraçamos a nós mesmos, aprendendo, crescendo e evoluindo.


Então, da próxima vez que nos encontrarmos diante de uma obra de arte, lembremo-nos de que ela é mais do que apenas tinta, tela ou palavra. É um convite à introspecção, um chamado para olhar o mundo e a nós mesmos com "novos olhos", e mergulhar nas profundezas inexploradas de nosso próprio ser.


Anaïs Nin pontuou (quando olho)

(...) bem quando disse: “Nós não vemos as coisas como elas são, vemos as coisas como nós somos.” Nesse sentido, cada novo texto, cada melodia, revela um pouco de quem somos e de como percebemos o mundo ao nosso redor, você já se deu conta desse ‘fenômeno”?!


Ao nos aventurarmos em novos territórios literários, artísticos, psicanalíticos - muitas vezes estamos, consciente ou inconscientemente, em busca de respostas ou de compreensão.


E mesmo quando pensamos estar apenas buscando entretenimento ou evasão, encontramos fragmentos de nós mesmos que nem sabíamos estar procurando.


Lembremo-nos daquela máxima - quando não sabemos a direção, corremos o risco de nos encontrarmos, em algum lugar… essa é uma boa provocação ao convite à leitura dos textos no blog da Instituto Brasileiro de Terapia Holística .



A observação profunda de Anaïs Nin nos oferece uma perspectiva desafiadora sobre a natureza da percepção. "Vemos as coisas como nós somos", e não necessariamente como elas existem em sua essência. Esta percepção sugere que toda a experiência é, em grande parte, um reflexo de nosso íntimo. Toda vez que entramos em contato com o externo, estamos, na realidade, projetando o interno. Somos a lente através da qual o universo é observado e interpretado.


No vasto reino da literatura, da música e da psicanálise" data-wpil-keyword-link="linked">psicanálise, navegamos entre palavras e sentimentos, entre acordes e reflexões, e em cada esquina, em cada página virada ou nota tocada, encontramos ecos de nosso ser. Cada texto, cada melodia, não é apenas uma apresentação de ideias ou emoções, mas um espelho que revela nossos próprios anseios, temores, paixões e questionamentos.


Por que somos tão atraídos por certos gêneros literários, certas melodias ou certos campos da psicanálise? Talvez seja porque eles ressoam com partes de nós que estão ocultas, esperando para serem descobertas e compreendidas. Em nossa jornada, frequentemente em busca de conhecimento ou distração, acabamos por descobrir fragmentos de nós mesmos em lugares inesperados.


E esta é a maravilha e o mistério da jornada humana. Muitas vezes, quando pensamos estar em busca de algo externo, estamos, na verdade, nos aventurando em um labirinto interno. Mesmo nos momentos de evasão ou busca de entretenimento, o universo tem uma maneira peculiar de nos mostrar que estamos sempre no caminho do autoconhecimento.


A máxima "quando não sabemos a direção, corremos o risco de nos encontrarmos, em algum lugar" é uma bela e poética forma de lembrar que, mesmo na incerteza, há uma oportunidade de descoberta. Muitas vezes, é no desconhecido que as mais profundas revelações sobre nós mesmos emergem.


O convite à leitura no blog da Instituto Brasileiro de Terapia Holística, ou qualquer outro canal de conhecimento, é mais do que uma simples solicitação para consumir informações. É um chamado para embarcar em uma odisséia de autoexploração, para abraçar a vulnerabilidade e se abrir para a magia de se descobrir.


A cada texto, a cada ideia compartilhada, há uma chance de ver o mundo e a nós mesmos sob uma nova luz, de enriquecer nossa compreensão e de nos conectarmos mais profundamente com nossa essência. Porque, no final, a verdadeira jornada é sempre para dentro.


Rainer Maria Rilke capturou (quando olho)

(...) essa ideia quando escreveu: “A única jornada é aquela dentro de nós.” Portanto - vale a pena o mergulho, em águas profundas… os textos, na modalidade de artigos - são contagiantes. ESCAFRANDE sua vida!


Ao mesmo tempo que um artigo pode parecer extremamente pessoal e único para o seu criador, ela carrega em si uma universalidade que permite que pessoas de diferentes contextos e realidades se vejam refletidas.


Isso porque as emoções humanas, os dilemas e os desejos são compartilhados em diferentes culturas e épocas. Esse fenômeno é o que permite que um “texto transcendente” tenha um apelo tão amplo e duradouro.


Rainer Maria Rilke, em sua sabedoria atemporal, reconheceu que as vastas paisagens que realmente importam não são aquelas que se estendem diante de nossos olhos, mas aquelas que residem nas profundezas de nossa alma. "A única jornada é aquela dentro de nós", ele disse, e essa jornada é tanto um desafio quanto uma dádiva. É a exploração destes territórios internos que nos conecta com a essência de nossa humanidade.


E como é fascinante, essa dialética entre o individual e o universal! Embora cada um de nós trilhe um caminho único, esculpido por experiências pessoais, memórias e sonhos, os artigos, como manifestações literárias, conseguem, de forma quase mágica, construir pontes entre mundos aparentemente distintos.


Eles são como faróis, iluminando os cantos escuros de nossa psique, convidando-nos a "ESCAFRANDAR" nossas vidas, a mergulhar profundamente e a descobrir verdades universais escondidas em nossas experiências singulares.


Este poder dos textos de transcender barreiras temporais e geográficas, de ressoar em corações e mentes através de gerações e culturas, é um testemunho da interconexão da experiência humana. Porque, no final, sob a superfície de nossas diferenças, há emoções comuns, questionamentos semelhantes e um anseio compartilhado por compreensão e conexão.


Cada artigo, com suas palavras cuidadosamente escolhidas e emoções intrincadamente tecidas, é uma tapeçaria de humanidade. Eles nos lembram que, embora a jornada possa ser solitária, nunca estamos realmente sozinhos em nossas buscas e questionamentos. A alegria, a tristeza, a esperança, o desespero - todas estas são emoções que cada ser humano, em algum momento, sente e entende.


Assim, ao nos perdermos em um texto, ao nos permitirmos ser levados por suas palavras e histórias, estamos, na verdade, nos encontrando. Estamos sendo lembrados de que nossos sentimentos, por mais particulares que pareçam, fazem parte de um todo maior. E é essa capacidade de se ver refletido, de reconhecer-se em outra pessoa, de sentir-se conectado a uma experiência ou emoção compartilhada, que torna a leitura tão poderosa e transformadora.


Por isso, permita-se mergulhar, permita-se explorar, permita-se ser tocado pelos textos. Porque, como Rilke tão sabiamente observou, a verdadeira viagem, aquela que realmente importa, não é aquela que fazemos pelo mundo exterior, mas aquela que fazemos pelo universo infinito dentro de nós.


Como T.S. Eliot observou (quando olho)

(...) “O que acontece é uma constante reavaliação do passado, e uma fusão do passado e do presente para formar algo novo.” Sim, é verdade!


A capacidade do artigo de nos revelar a nós mesmos reforça sua importância transcendental na experiência humana.


Não é apenas um veículo de expressão ou entretenimento, mas uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento, para quem escreve e para quem se dirige.


Vamos abrir nossos corações e mentes para o novo, permitindo que o texto, a reflexão, o artigo façam seu trabalho mágico de iluminar as partes escondidas de nosso ser, ajudando-nos a compreender melhor a complexidade do que significa ser humano.


A observação profunda de T.S. Eliot nos remete à fluidez do tempo e à forma como nossa compreensão do passado é moldada e remodelada por nossa experiência presente. O passado, em sua eterna dança com o presente, não é uma entidade estática, mas um tecido vivo que respira, se transforma e, por sua vez, molda o presente. É como um rio, sempre em movimento, sempre em transformação.


Neste cenário de constante reavaliação, o artigo, com sua mágica capacidade de expressão, torna-se uma bússola. Ele não apenas relata e narra, mas também revela, tanto ao escritor quanto ao leitor. A escrita é um ato de coragem, um desvendar de camadas, uma exposição da alma. E, ao fazer isso, torna-se um espelho para o leitor, refletindo e iluminando cantos escondidos do ser.


A magia da literatura e do pensamento reside em sua capacidade de conectar, de criar pontes entre mundos aparentemente distintos. Quando nos deparamos com um texto, uma reflexão ou um artigo, não estamos apenas lendo palavras em uma página, mas sim embarcando em uma jornada de descoberta e introspecção. Estas palavras têm o poder de nos transportar, de nos fazer refletir sobre nossas próprias experiências, emoções e memórias.


E assim, quando olhamos para um texto, ele também nos olha de volta. "Quando olho, sou visto", esta bela noção encapsula a interação simbiótica entre o observador e o observado. Não somos meros espectadores passivos, mas sim participantes ativos, moldando e sendo moldados pela experiência de leitura.


Os espelhos da literatura refletem nossa alma, nossos anseios, nossas esperanças e temores. E, ao fazer isso, eles nos oferecem um vislumbre da vastidão e profundidade de nossa própria humanidade. Em sua reflexão, nos vemos como realmente somos: seres em constante evolução, influenciados pelo passado, moldando o presente e sonhando com o futuro.


Nossa subjetividade, essa essência intangível que nos define, se revela nas palavras, nas entrelinhas, nos sentimentos evocados por um artigo. Ela é uma lembrança de que, por trás das máscaras que usamos e das vidas que vivemos, há um universo inteiro de emoções, pensamentos e sonhos esperando para ser descoberto e compreendido.


Então, ao nos engajarmos ao diálogo com literatura, com a psicanálise e com as diversas terapias - e ao permitirmos que o pensamento se infiltre em nosso ser, estamos não apenas consumindo, mas também contribuindo para a tapeçaria sempre em evolução da experiência humana. E é essa interação, essa troca, essa dança entre o eu e o outro, que faz da leitura e da escrita uma das mais belas e enriquecedoras jornadas que podemos empreender.


Em conclusão (quando olho)

(...) o pensamento, usado como pretexto - Quando olho, sou visto"- encapsula a beleza e o mistério da relação entre o observador e o que lhe é dado aos olhares.


Em nossa busca constante por compreensão e conexão, encontramos, espelhos que refletem nossa alma e nosso ser - nos retrovisores, nossa subjetividade se nos revela - quem somos.



Por - João Barros – Psicanalista

PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...