quarta-feira, 14 de maio de 2025

Mediação Familiar: Um Caminho para o Reencontro com o Diálogo

 


Mediação Familiar: Um Caminho para o Reencontro com o Diálogo


Por Abilio Machado, psicoterapeuta

Conflitos familiares são parte da vida, mas quando a comunicação se torna disfuncional e as emoções tomam proporções que impedem o entendimento, é preciso buscar alternativas saudáveis para restabelecer o equilíbrio. A mediação familiar tem se destacado como um recurso eficaz na resolução de impasses, promovendo escuta ativa, empatia e construção conjunta de acordos.

O que é Mediação Familiar?

A mediação familiar é um processo voluntário, confidencial e conduzido por um profissional imparcial — o mediador — que atua como facilitador do diálogo entre os envolvidos. O objetivo não é definir culpados ou impor soluções, mas abrir caminhos para que as próprias partes encontrem, juntas, alternativas viáveis e respeitosas para suas demandas.

Segundo Goldschmidt (2018), "a mediação familiar propõe um olhar para além do litígio, priorizando o restabelecimento da comunicação e o reconhecimento das emoções como parte legítima do conflito."

Quando Utilizar a Mediação?

A aplicação da mediação familiar é ampla. Pode ser usada em:

  • Separações e divórcios

  • Definição de guarda, visitas e pensão alimentícia

  • Conflitos entre pais e filhos

  • Questões entre irmãos, avós e demais membros da família

  • Disputas relacionadas a heranças e cuidado de idosos

Esses contextos frequentemente envolvem dores profundas, muitas vezes acumuladas ao longo dos anos, que tornam difícil a tomada de decisões racionais. Nesses momentos, a mediação atua como um canal de reconexão.

Como Funciona o Processo?

O processo é estruturado em etapas:

  1. Pré-mediação: Realiza-se uma avaliação preliminar com cada parte, para compreender a situação e verificar se há disposição e segurança emocional para iniciar o processo.

  2. Sessões de mediação: Podem ser individuais ou em conjunto. O mediador conduz os encontros com escuta ativa e imparcialidade, facilitando a expressão de sentimentos, necessidades e interesses.

  3. Construção de acordos: As partes, com o apoio do mediador, constroem soluções próprias e consensuais.

  4. Formalização (quando necessário): Os acordos podem ser registrados e, em alguns casos, levados à homologação judicial.

Importante destacar que o papel do mediador é ético, neutro e respeitoso. Ele não dá conselhos nem impõe decisões, apenas orienta o processo para que ele ocorra de forma segura e produtiva.

Um Caso Real (com nome fictício)

“Fernanda” e “Carlos” buscavam uma separação litigiosa após anos de desgaste no relacionamento. Tinham dois filhos pequenos e divergências sobre guarda e divisão de bens. A tensão era constante, e os filhos começavam a manifestar sinais de sofrimento emocional. A mediação familiar permitiu que, em poucas sessões, ambos pudessem expressar suas mágoas, reconhecer erros e chegar a acordos que priorizassem o bem-estar das crianças. Ao final, além dos acordos práticos, houve um reconhecimento mútuo da importância de preservar a parentalidade, mesmo com o fim do casamento. (Nomes alterados para preservar a identidade das pessoas envolvidas.)

Benefícios da Mediação Familiar

De acordo com Marina Melillo (2021), especialista em resolução de conflitos, “a mediação oferece um espaço de escuta que não existe no sistema judicial tradicional. É mais humana, menos burocrática e mais efetiva.”

Outros benefícios incluem:

  • Preservação dos vínculos afetivos, especialmente em famílias com filhos

  • Acordos mais duradouros, pois são construídos em comum acordo

  • Custo menor e maior agilidade em relação aos processos judiciais

  • Resgate da autonomia das partes envolvidas

  • Redução dos impactos emocionais gerados por longas disputas

Conclusão

Em um mundo onde tantas famílias se veem imersas em conflitos silenciosos ou barulhentos, a mediação surge como um espaço de reconstrução possível. Não se trata de apagar dores, mas de criar um ambiente onde elas possam ser compreendidas, ressignificadas e transformadas em aprendizados e acordos reais.

Se você está enfrentando dificuldades em sua família e sente que o diálogo se perdeu, considere a mediação como uma alternativa segura, ética e respeitosa. Em muitos casos, ela pode ser o ponto de virada necessário para restabelecer relações ou encerrar ciclos com dignidade.


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Referências:

  • Goldschmidt, R. (2018). Mediação Familiar: Um caminho possível. São Paulo: Saraiva.

  • Melillo, M. (2021). Conflito e Comunicação: mediação como ferramenta de escuta. Revista Brasileira de Mediação e Conciliação, 5(2), 45-59.


Psicopatia: Características, Comportamentos e Exemplos Clinicos

 Este articulo faz parte do estudo pessoal apresentado como trabalho acadêmico...



Psicopatia: Características, Comportamentos e Exemplos Clínicos


Introdução


A psicopatia é um transtorno de personalidade caracterizado por traços emocionais, interpessoais e comportamentais marcadamente desviantes. Embora frequentemente associada à criminalidade, a psicopatia pode se manifestar em diversos contextos sociais e profissionais, muitas vezes passando despercebida.


Como a Psicopatia se Apresenta


A psicopatia é amplamente estudada dentro da psicologia forense, especialmente com base na Psychopathy Checklist – Revised (PCL-R), desenvolvida por Robert Hare. Os principais traços incluem:


Falta de empatia e remorso


Superficialidade emocional


Egocentrismo e manipulação


Comportamento impulsivo e irresponsável


Tendência ao tédio e necessidade de estimulação



Segundo Hare (1991), “psicopatas são predadores sociais que encantam, manipulam e dominam suas vítimas com frieza, obtendo o que querem com charme e violência, deixando um rastro de corações partidos e expectativas destruídas”.


Como Age o Psicopata


Os psicopatas geralmente não se envolvem emocionalmente com os outros, mesmo aparentando o contrário. São especialistas em imitar emoções para obter vantagem. Na prática, isso pode se manifestar de duas formas:


Psicopatas criminais: Envolvidos em crimes violentos, fraudes, assassinatos ou estelionatos, muitas vezes com reincidência.


Psicopatas “bem-sucedidos” ou corporativos: Presentes em cargos de poder, onde manipulam, mentem e exploram os outros sem violar explicitamente a lei.



Cleckley (1988) descreveu o psicopata como alguém com “máscara de sanidade” — aparência normal, mas emocionalmente vazio.


Intenções e Motivação


Ao contrário de transtornos mentais graves como a esquizofrenia, o psicopata tem plena consciência de seus atos. Sua motivação gira em torno de:


Controle e poder


Gratificação pessoal


Ausência de freios morais



Eles não são necessariamente movidos por ódio ou desejo de vingança, mas sim pelo prazer em dominar, explorar ou manipular os outros.


Exemplos Notórios


Diversos casos ilustram comportamentos psicopáticos. Um exemplo histórico é Ted Bundy, serial killer norte-americano que assassinou dezenas de mulheres, mantendo uma fachada de homem carismático e educado. Ele é frequentemente citado como o arquétipo do psicopata clássico.


Já no ambiente corporativo, estudos como o de Babiak e Hare (2006) mostram que entre 3% e 4% dos executivos de alto escalão atendem a critérios clínicos para psicopatia, embora de forma “socialmente adaptada”.


Conclusão


A psicopatia é um transtorno profundo e complexo. Embora frequentemente retratada na mídia como sinônimo de violência extrema, ela também pode se manifestar em formas mais sutis e socialmente aceitas. Entender a psicopatia é essencial não apenas para a psicologia clínica, mas também para a sociedade como um todo.


Referências


Hare, R. D. (1991). Without Conscience: The Disturbing World of the Psychopaths Among Us. New York: The Guilford Press.


Cleckley, H. (1988). The Mask of Sanity. 5th ed. St. Louis: Mosby.


Babiak, P., & Hare, R. D. (2006). Snakes in Suits: When Psychopaths Go to Work. New York: HarperBusiness.


Patrick, C. J. (2006). Handbook of Psychopathy. New York: Guilford Press.



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terça-feira, 13 de maio de 2025

O Berço de Silicone

 "Quando a fantasia deixa de ser abrigo e se torna moradia, talvez estejamos tratando o sintoma como afeto, e o vazio como escolha."

— Abilio Machado, Psicoarteterapeuta



Fiz um comentário ontem sobre os bizarros casos de adoção de bebê  reborn e de um parto filmado em hospital de um bebê reborn, fiz uma piada, porém depois me prestei a analisar e escrevi esta crônica...

O BERÇO DE SILICONE 

Por Abilio Machado, Psicoarteterapeuta. 

Outro dia, no banco da praça, entre o algodão doce e o som cansado do realejo, vi uma cena que me obrigou a piscar duas vezes. Uma mulher, de uns trinta e poucos, empurrava um carrinho de bebê com a ternura de uma mãe recente. Nada de estranho, não fosse o silêncio. O bebê, rosado, quieto demais, com olhos de vidro e cílios colados com precisão quase cirúrgica, não era um bebê. Era um reborn.


Vivemos tempos curiosos, de afetos reinventados e vínculos deslocados. Há quem diga que isso é fuga. Outros, que é doença. E há ainda quem enxergue uma forma legítima de monismo emocional: a tentativa de preencher um vazio com o que se tem à mão — ainda que seja silicone, vinil e um cheirinho artificial de talco.


Disfunção? É possível — em certos casos. Psicólogos relatam que esse tipo de comportamento pode surgir de lutos não elaborados, especialmente após a perda de um filho. Há também situações mais graves, ligadas a transtornos de personalidade ou até quadros psicóticos, onde a linha entre realidade e fantasia se esgarça perigosamente. Algumas pessoas usam os reborns como substitutos simbólicos para traumas antigos, ou como consolo diante de uma maternidade que não aconteceu. Nesses contextos, o boneco não é brinquedo: é sintoma. Mas seria injusto generalizar. Para outras, trata-se de arte, colecionismo afetivo ou mesmo uma forma de autocuidado. Como quem pinta quadros ou fala com plantas, elas sabem que o bebê não vive — mas ainda assim, cuidam.


O problema talvez não esteja apenas na boneca, mas na sociedade que assiste e, sem questionar, normaliza tudo. Em nome da empatia, evitamos qualquer desconforto, mesmo que ele aponte para um declínio mais profundo. A linha entre compreensão e conivência tem se tornado tênue. Em algum momento, deixamos de enxergar que há comportamentos que não pedem aceitação imediata — mas sim análise, cuidado, e até limites. Quando adultos passam a brincar de boneca com total investimento emocional, como se a fantasia pudesse substituir a vida real, será que não estamos assistindo à infantilização progressiva da maturidade?



Normatizar tudo é uma forma elegante de fugir da crítica, mas é também um sintoma — talvez o maior deles. A dificuldade de lidar com a dor, com o fracasso, com o tempo — tudo isso nos empurra para os braços acolchoados de um mundo plástico, onde nada exige, tudo conforta. E se estamos todos nos abrigando em bolhas de fantasia, quem está olhando com lucidez para a realidade?


O shopping virou berçário. O parquinho, maternidade tardia. Enquanto isso, os bancos da praça testemunham, mudos, esse curioso parto sem dor, onde a vida se imita com perfeição assustadora. Talvez estejamos apenas tentando encontrar, em meio ao excesso de realidade, um pouco de ficção para chamar de nossa.

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Abilio Machado 

Psicoarteterapeuta ICH

Neuropsicopedagogo ICH

Docente em Artes, Filosofia e Teologia 

Avaliador Psicológico 

Pós graduando em Psicanálise,  Psicoterapia e Psicopatologia do Adolescente 


quinta-feira, 1 de maio de 2025

O Consumo de Álcool e o Desenvolvimento de Diversos Tipos de Câncer

 



O consumo de álcool está associado a um maior risco de desenvolver diversos tipos de câncer. A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) e outras organizações reconhecem o álcool como um fator carcinogênico. O risco aumenta com a quantidade e frequência do consumo, E NÃO HÁ UM NÍVEL SEGURO DE CONSUMO para prevenção do câncer. Tipos de Câncer Associados ao Álcool:


Câncer de boca, faringe, laringe, esófago:

O álcool é um fator de risco conhecido para esses tipos de câncer devido à irritação e danos diretos às células. 


Câncer de fígado:

O álcool pode causar danos ao fígado, levando a cirrose e, consequentemente, a um aumento do risco de câncer. 


Câncer de mama:

O álcool pode alterar os níveis hormonais e aumentar o risco de câncer de mama. 


Câncer de intestino (cólon e reto):

O álcool pode aumentar o risco de desenvolver câncer colorretal. 


Câncer de estômago:

Estudos indicam que o álcool pode estar relacionado ao aumento do risco de câncer de estômago. 


Câncer de pâncreas:

Alguns estudos sugerem uma associação entre o consumo de álcool e o aumento do risco de câncer de pâncreas. 


Mecanismos de Ação:


Danos ao DNA:

O álcool e seus metabólitos (como o acetaldeído) podem danificar o DNA, aumentando o risco de mutações e desenvolvimento de câncer. 


Inflamação:

O álcool pode induzir a inflamação crônica no organismo, o que pode contribuir para o desenvolvimento de câncer. 


Alterações hormonais:

O álcool pode afetar os níveis hormonais, aumentando o risco de alguns tipos de câncer, como o de mama. 


Danos diretos aos órgãos:

Alguns órgãos, como o fígado, boca e intestino, sofrem danos diretos pelo álcool, aumentando o risco de desenvolver câncer nesses locais. 


Recomendações:


Evitar o consumo de álcool: A melhor forma de prevenir o câncer é não consumir álcool. 


Limitar o consumo: Se for consumir álcool, deve ser em quantidades limitadas e com moderação. 


Buscar orientação médica: Se tiver alguma dúvida sobre o consumo de álcool e o risco de câncer, é importante buscar orientação médica. 


Foto: cancer de boca

terça-feira, 29 de abril de 2025

Vicio em analgésicos para Dor...

 



Vício em Analgésicos para Dor: Um Problema Emergente no Brasil

Abilio Machado - Psicoarteterapeuta ICH, Neuropsicopedagogo ICH,  Avaliador Psicológico 

Introdução


O uso de analgésicos opioides, como Tramal (tramadol), gabapentina e codeína, tem aumentado significativamente no Brasil.  Embora eficazes no tratamento da dor, esses medicamentos apresentam alto potencial de dependência quando utilizados de forma inadequada.  Este artigo aborda os riscos associados ao uso desses fármacos e destaca a necessidade de atenção por parte de profissionais de saúde e pacientes. 


O Crescente Uso de Opioides no Brasil


Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indicam um aumento expressivo na prescrição de analgésicos opioides no país.  Entre 2009 e 2015, houve um crescimento de 465% na venda desses medicamentos, com a codeína representando mais de 90% das prescrições  . Esse aumento levanta preocupações sobre o potencial de abuso e dependência. 


Tramadol, Gabapentina e Codeína: Riscos de Dependência


O tramadol, conhecido comercialmente como Tramal, é um opioide sintético utilizado para tratar dores moderadas a intensas.  Embora considerado menos potente que outros opioides, seu uso prolongado pode levar à dependência  .


A gabapentina, embora não seja um opioide, é frequentemente prescrita para dores neuropáticas.  Estudos recentes sugerem que seu uso pode levar ao desenvolvimento de dependência, especialmente quando combinada com outros depressivos do sistema nervoso central  .


A codeína, um opioide leve, é amplamente utilizada para tratar dores leves a moderadas.  No entanto, seu potencial de abuso é significativo, especialmente quando usada em doses superiores às recomendadas ou por períodos prolongados  .


Consequências do Uso Indevido


O uso inadequado desses medicamentos pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo tolerância, dependência física e psicológica, e síndrome de abstinência.  Estudos mostram que quase 1 em cada 10 pacientes com dor crônica tratados com opioides prescritos acabam se viciando nos analgésicos em algum momento  .


Além disso, o uso prolongado pode resultar em efeitos adversos como constipação, náuseas, sonolência e, em casos graves, depressão respiratória.  A combinação desses medicamentos com outras substâncias depressoras do sistema nervoso central aumenta significativamente o risco de overdose e morte  .


Medidas de Prevenção e Tratamento


Para combater o crescente problema do vício em analgésicos, é essencial adotar medidas preventivas e oferecer opções de tratamento eficazes.  Profissionais de saúde devem seguir diretrizes rigorosas ao prescrever esses medicamentos, considerando alternativas não opioides quando possível. 


O tratamento da dependência pode incluir terapias farmacológicas, como o uso de metadona, buprenorfina e naltrexona, além de abordagens psicoterapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental  . A combinação dessas estratégias aumenta as chances de recuperação e reintegração social dos pacientes. 


Conclusão


O aumento no uso de analgésicos opioides no Brasil é um sinal de alerta para profissionais de saúde e autoridades.  É fundamental promover a conscientização sobre os riscos associados a esses medicamentos e implementar políticas públicas que garantam o uso seguro e eficaz no tratamento da dor. 



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Referências Bibliográficas:


1. Antoniassi, M. (2021). Uso de opioides no Brasil: uma crise à espreita? Recuperado de https://marcioantoniassi.wordpress.com/2021/12/18/uso-de-opioides-no-brasil-uma-crise-a-espreita/ 

2. Boasaúde. (2025). Uso indevido de analgésicos é comum entre pessoas com dor crônica. Recuperado de https://www.boasaude.com.br/noticias/20480/uso-indevido-de-analgesicos-e-comum-entre-pessoas-com-dor-cronica.html 

3. Wikipedia. (2023). Codeína. Recuperado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Code%C3%ADna 

4. Clinspace. (2025). Transtornos Relacionados ao Uso de Opioides: Entenda os Riscos e Tratamentos Disponíveis. Recuperado de https://blog.clinspace.com.br/transtornos-uso-opioides-riscos-tratamentos-disponiveis/ 


sexta-feira, 25 de abril de 2025

O Que É Ser Edonista ? Entenda o Significado ebSuas Implicações. Na Vida Moderna..

 


O Que é Ser Edonista? Entenda o Significado e as Implicações na Vida Moderna

Por Abilio Machado 

O termo edonista vem do grego hēdonē, que significa prazer. Um edonista é alguém que acredita que o prazer — especialmente o prazer pessoal — é o bem supremo e o principal objetivo da vida. Embora essa ideia possa parecer superficial ou egoísta à primeira vista, ela tem raízes profundas na filosofia e levanta questões legítimas sobre o propósito da existência, o bem-estar e a moralidade.


Origens Filosóficas do Edonismo 


O edonismo como filosofia moral foi formulado por pensadores da Grécia Antiga. Um dos primeiros e mais conhecidos foi Aristipo de Cirene (435–356 a.C.), que defendia que o prazer imediato era o objetivo principal da vida. Mais tarde, Epicuro (341–270 a.C.) desenvolveu uma versão mais equilibrada: para ele, o verdadeiro prazer vinha da ausência de dor (ataraxia) e da moderação.


Para Epicuro, não se tratava de buscar prazeres intensos e constantes, mas de evitar sofrimentos desnecessários e encontrar paz interior. Isso o afastava da imagem comum do “prazer pelo prazer” que muitas vezes é associada ao edonismo.


“Quando dizemos que o prazer é o fim e o objetivo, não nos referimos aos prazeres dos libertinos... mas à ausência de dor no corpo e de perturbação na alma.”

— Epicuro, Carta a Meneceu


Edonismo na Vida Moderna 


Na cultura contemporânea, o edonismo é muitas vezes confundido com hedonismo consumista — o desejo constante por experiências prazerosas, bens materiais, viagens, comida, sexo e entretenimento. A indústria da publicidade explora essa tendência, vendendo estilos de vida com base em recompensas imediatas.


Redes sociais, por exemplo, promovem um tipo de edonismo instantâneo. Likes, cliques, visualizações: tudo é pensado para ativar os circuitos de recompensa do cérebro. Isso cria um ciclo de busca contínua por gratificação, que pode levar à frustração e até dependência.


Críticas ao Edonismo 


Uma crítica comum ao edonismo é que ele pode incentivar o egoísmo e a fuga de responsabilidades. Se o prazer pessoal é o único critério de valor, o que impede alguém de prejudicar os outros se isso o fizer se sentir bem?


Além disso, pesquisas em psicologia positiva indicam que buscar exclusivamente prazer pode levar a um efeito reverso: menos satisfação com a vida. Segundo estudos de Martin Seligman, o bem-estar duradouro depende mais de propósito, engajamento e relações significativas do que de prazer imediato (Seligman, 2011).


Um Edonismo Mais Consciente 


Apesar das críticas, há espaço para uma abordagem mais consciente do edonismo. Cuidar do próprio bem-estar, buscar experiências prazerosas com responsabilidade e entender os próprios limites pode ser uma forma saudável de viver. Nesse sentido, um edonismo equilibrado se aproxima da eudaimonia — conceito aristotélico de felicidade como realização pessoal e virtude.


Conclusão 


Ser edonista não é necessariamente viver de excessos. Tudo depende da forma como se interpreta e aplica a ideia de prazer. Há uma linha tênue entre o prazer que enriquece a vida e o que a esvazia. Reconhecer essa diferença é o que distingue um edonista consciente de alguém apenas movido pelo impulso.


Referências:


Epicuro. Carta a Meneceu. Disponível em domínio público. Seligman, M. (2011). Flourish: A Visionary New Understanding of Happiness and Well-being. Free Press. Irwin, T. (1991). Aristotle's Ethics. Oxford University Press. Crisp, R. (2006). Reasons and the Good. Oxford University Press. 




quinta-feira, 10 de abril de 2025

A responsabilidade de assumir os próprios erros...


 A responsabilidade de assumir os próprios erros


É mais fácil apontar o dedo do que olhar para dentro. Quando algo dá errado, a primeira reação de muitas pessoas é procurar um culpado externo: um colega de trabalho, a família, a sociedade, ou até o destino. No entanto, essa postura apenas nos afasta do crescimento e da evolução.


A verdade é que todos erramos. E errar faz parte da vida. O problema não está na falha em si, mas na incapacidade de reconhecê-la. Quando negamos nossos erros, não aprendemos com eles. Em vez disso, ficamos presos em um ciclo de desculpas e justificativas, transferindo a responsabilidade para os outros. Essa atitude nos impede de crescer e de conquistar mais maturidade emocional.


☑ Assumir os próprios erros exige coragem. É olhar para si mesmo com honestidade e reconhecer que nem sempre tomamos as melhores decisões. Mas é também um ato libertador, porque quando aceitamos nossas falhas, podemos aprender com elas e evoluir. A verdadeira força está em quem tem a humildade de dizer: "Sim, eu errei, mas agora vou fazer diferente."


Quando paramos de caçar culpados e começamos a assumir a responsabilidade por nossas escolhas, nos tornamos donos da nossa própria história. E só assim conseguimos construir um caminho de aprendizado e transformação.


Gratidão


▲Terapeuta @psicoterapeutaabiliomachado


✔ Maravilhosa página psicoterapeutaabiliomachado.blogspot.com


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PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...