A análise psicológica das expressões "Tinha que..." e "Tem que..." no contexto dos estudos de Albert Ellis revela um padrão de pensamento ligado às crenças irracionais e ao conceito de "deverizações" (ou "musturbation" no termo original de Ellis). Essas expressões refletem uma autoimposição de regras rígidas e expectativas irreais, frequentemente geradoras de sofrimento emocional.
Ellis, um dos fundadores da Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC), argumenta que as crenças irracionais são a base dos transtornos emocionais. Vamos explorar os impactos psicológicos dessas expressões:
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1. Pressão Interna e Ansiedade
O uso de "tinha que..." e "tem que..." carrega uma obrigação que pode não estar alinhada com a realidade ou as circunstâncias.
Exemplos:
"Eu tinha que ser perfeito no trabalho."
"Eu tenho que agradar a todos."
Essas frases geram ansiedade, pois criam uma meta muitas vezes inatingível.
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2. Baixa Autoestima e Culpa
Quando essas expectativas não são cumpridas, surge um sentimento de falha ou inadequação.
A pessoa pode se julgar severamente, levando a um ciclo de autocrítica e desvalorização.
Exemplo: "Eu tinha que ser um bom pai/mãe; falhei nisso."
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3. Rigidez Cognitiva
A repetição dessas expressões demonstra uma mentalidade fixa e inflexível.
Pessoas que frequentemente usam "tinha que..." e "tem que..." podem ter dificuldade em adaptar-se a novas situações ou aceitar imperfeições.
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4. Desenvolvimento de Transtornos Emocionais
A perpetuação dessas crenças irracionais pode levar a transtornos como:
Depressão: Sentimento de fracasso ao não cumprir expectativas autoimpostas.
Ansiedade generalizada: Preocupação constante com o futuro e a necessidade de atender demandas irreais.
Perfeccionismo disfuncional: Obsessão por atingir padrões excessivamente altos.
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Como Superar?
1. Identificação das Crenças Irracionais:
Analisar criticamente o conteúdo dessas declarações.
Substituir "Eu tinha que ser perfeito" por "Eu prefiro dar o meu melhor, mas ninguém é perfeito."
2. Flexibilização Cognitiva:
Adotar uma visão mais equilibrada e compassiva consigo mesmo.
Reconhecer que o erro e a imperfeição fazem parte da experiência humana.
3. Prática da Aceitação:
Trabalhar a autoaceitação e redefinir expectativas com base na realidade.
4. Psicoterapia:
Terapias como a TREC ajudam na reestruturação dessas crenças.
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Esse fenômeno revela a importância de substituir o "tinha/tem que" por alternativas mais gentis e realistas, promovendo bem-estar emocional e resiliência psicológica.
Abilio Machado Psicoarteterapeuta e Neuropsicopedagogo ICH
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