sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

A rigidez auto imposta pelo tem que... tinha que... por Albert Ellis

 



A análise psicológica das expressões "Tinha que..." e "Tem que..." no contexto dos estudos de Albert Ellis revela um padrão de pensamento ligado às crenças irracionais e ao conceito de "deverizações" (ou "musturbation" no termo original de Ellis). Essas expressões refletem uma autoimposição de regras rígidas e expectativas irreais, frequentemente geradoras de sofrimento emocional.


Ellis, um dos fundadores da Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC), argumenta que as crenças irracionais são a base dos transtornos emocionais. Vamos explorar os impactos psicológicos dessas expressões:


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1. Pressão Interna e Ansiedade


O uso de "tinha que..." e "tem que..." carrega uma obrigação que pode não estar alinhada com a realidade ou as circunstâncias.


Exemplos:


"Eu tinha que ser perfeito no trabalho."


"Eu tenho que agradar a todos."

Essas frases geram ansiedade, pois criam uma meta muitas vezes inatingível.


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2. Baixa Autoestima e Culpa


Quando essas expectativas não são cumpridas, surge um sentimento de falha ou inadequação.


A pessoa pode se julgar severamente, levando a um ciclo de autocrítica e desvalorização.


Exemplo: "Eu tinha que ser um bom pai/mãe; falhei nisso."

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3. Rigidez Cognitiva


A repetição dessas expressões demonstra uma mentalidade fixa e inflexível.


Pessoas que frequentemente usam "tinha que..." e "tem que..." podem ter dificuldade em adaptar-se a novas situações ou aceitar imperfeições.


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4. Desenvolvimento de Transtornos Emocionais


A perpetuação dessas crenças irracionais pode levar a transtornos como:


Depressão: Sentimento de fracasso ao não cumprir expectativas autoimpostas.


Ansiedade generalizada: Preocupação constante com o futuro e a necessidade de atender demandas irreais.


Perfeccionismo disfuncional: Obsessão por atingir padrões excessivamente altos.


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Como Superar?


1. Identificação das Crenças Irracionais:


Analisar criticamente o conteúdo dessas declarações.


Substituir "Eu tinha que ser perfeito" por "Eu prefiro dar o meu melhor, mas ninguém é perfeito."




2. Flexibilização Cognitiva:


Adotar uma visão mais equilibrada e compassiva consigo mesmo.


Reconhecer que o erro e a imperfeição fazem parte da experiência humana.


3. Prática da Aceitação:


Trabalhar a autoaceitação e redefinir expectativas com base na realidade.


4. Psicoterapia:


Terapias como a TREC ajudam na reestruturação dessas crenças.



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Esse fenômeno revela a importância de substituir o "tinha/tem que" por alternativas mais gentis e realistas, promovendo bem-estar emocional e resiliência psicológica.


Abilio Machado Psicoarteterapeuta e Neuropsicopedagogo ICH 

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