sábado, 28 de setembro de 2024
A Praça: Amor, Tragédia, Riso e Solidão
Convidado no Corpo que Habito
Convidado no Corpo que Habito
Há dias em que olho para o espelho e não reconheço o reflexo. Não é tanto pela aparência, essas rugas que o tempo traçou com precisão cirúrgica ou os cabelos brancos que se acumulam como neve no cume de uma montanha. O estranho está por dentro. Sinto-me um visitante no corpo que deveria ser meu. Aos 59 anos, parece que alguém trocou a chave da casa que sempre habitei.
A dor chegou há anos, sutil, como uma visita que não planejava ficar muito tempo. No começo, era só um incômodo nas juntas, uma rigidez pela manhã. "Coisas da idade", disseram os médicos, como se isso fosse uma sentença natural, esperada. Mas essa dor não era comum, não era só física. Ela começou a se espalhar, a enraizar-se nas fibras mais profundas de quem eu sou, fibromialgia, a possuidora de corpos, me tomou. E, aos poucos, percebi que não era mais eu quem habitava este corpo; era ela, a dor, que agora ditava as regras.
A depressão não veio como uma tempestade. Não foi uma crise súbita de tristeza. Foi como uma neblina, se acumulando devagar, escondendo o brilho das coisas. Primeiro, apagou o prazer das pequenas rotinas: o cheiro do café pela manhã, o som do jornal dobrando, os risos das crianças no parque, as brincadeiras dos cachorros no quintal, a luz do dia, o acordar, o levantar-se da cama, o de fazer alguma coisa como varrer a casa ou lavar a louça, é isso era a depressão se achegando sorrateiramente e tomando conta junto a aquela dores que revestiam todos os momentos. E assim foram, começaram a me tirar de cena. Eu me via, e me vejo ainda, de longe, como se fosse uma presença vazia, um espectador de minha própria vida.
O que sobrou foi um vazio vasto, um cansaço da alma. Não era apenas o corpo que doía; era a existência. A mente vagava, lenta e pesada, como quem carrega um fardo invisível. E então me dei conta: eu me tornei um estranho para mim mesmo. Como alguém que se perde em uma casa cheia de corredores e portas, sem encontrar a saída. Meu corpo, que sempre foi um abrigo, agora é uma prisão de carne e osso, e minha mente, refém de algo que não consigo nomear completamente.
A esperança, por vezes, vem tímida, como a luz da manhã rompendo entre as cortinas. Há momentos em que penso que pode haver uma saída, uma forma de me reconectar comigo mesmo, de fazer as pazes com esse corpo cansado e essa mente confusa. Mas esses momentos são fugazes, como sonhos que escapam da memória ao despertar.
As mãos, agora trêmulas, já foram firmes. Lembro-me dos dias em que construir algo com elas era um prazer. E hoje, quando olho para os objetos que criei — móveis, desenhos, telas, jóias, pequenos projetos que enchiam minhas tardes de sentido —, me pergunto se aquele homem ainda vive em algum lugar dentro de mim. Ele está lá, escondido, esperando a dor, a do corpo e a da Ama, dissipar para voltar à superfície?
A desesperança, essa sim, é persistente. Ela não se esconde como a esperança. Ela se senta comigo à mesa, me acompanha nas caminhadas lentas pelo quintal, a cada dia que tenho de comparecer ao hospital, ah sim, vou muito ao hospital, meu coração já todo remendado está a cada dia mais fraco, mais propenso a colapsar a qualquer instante . E ela me olha nos olhos quando estou deitado à noite, encarando o teto, esperando o sono que não chega. Dizem que a idade traz sabedoria, mas nunca falaram sobre essa sensação de que o futuro vai encolhendo, de que o tempo agora é mais um peso do que uma promessa.
E, no entanto, ainda há uma fagulha. A ideia de que, talvez, a vida ainda possa me surpreender. Que algum pequeno gesto — um sorriso de um estranho, uma música esquecida no rádio, uma flor que desabrocha no jardim — possa abrir uma fresta no escuro. Mas, por ora, sou apenas um convidado em mim mesmo, esperando, em silêncio, que a porta de casa se abra de novo. Que o corpo, esse corpo tão meu e tão distante, volte a ser abrigo, e que a dor e a solidão aceitem, finalmente, me deixar em paz.
Até lá, sigo sendo esse estranho, caminhando pelos corredores da minha própria vida, buscando, com a paciência que o tempo me ensinou, um lugar para sentar e descansar.
Página de meu diarioterapia de hoje, pois na recepção do SAM 07 do HC o rapaz que se despedia para alçar outros rumos, em estágio de direito, disse que eu era iluminado e que gostara de me conhecer, Dr. Giovane me apresentou a uma residente que não acreditava em Papai Noel e isso sempre me alegra, mostrar minha foto caracterizado e pedir segredo para que não contem a ninguém que estou ali disfarçado para sondar as Almas boas para um abençoado presente de Natal. Porém no ônibus, muitas pessoas e eu me encontrava sozinho, observando pessoas, suas falas, trejeitos, e eu só ali, só com minhas dores.
Abilio Machado
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Um indivíduo diagnosticado com esquizofrenia de 38 anos
Uma mãe entrou em contato em desespero perguntando cono ajudar o filho ...
"Boa tarde , como posso ajudar meu filho 38 anos, diagnóstico de esquizofrenia paranóide a 4 anos, mas não aceita a doença, não quer se tratar , não trabalha não quer tomar banho, só fuma come toma café e vê vídeos no celular 🙂↕️está a 1 ano na minha casa , vivendo na garagem por (escolha ), dormindo dentro do carro que ele tem fazia Uber antes, já está com busca e apreensão por falta de pagamento, e ele não aceita nada que falemos pra ele, já por 3 vz foi agressivo não a ponto de me bater mas foi perto disso😭"
Para ajudar seu filho de 38 anos diagnosticado com esquizofrenia em uma situação de vulnerabilidade como essa, uma abordagem abrangente e multidisciplinar é necessária. Abaixo estão algumas estratégias baseadas em práticas terapêuticas e recomendações de pesquisa:
Pessoas com esquizofrenia muitas vezes enfrentam grandes desafios em manter estabilidade em vários aspectos da vida, como moradia, cuidados com a saúde e relacionamentos familiares. A situação descrita, com isolamento, potencial agressividade e negligência nas necessidades básicas, exige intervenção urgente e coordenada.
Evidências:
1. Acesso a Tratamento Psiquiátrico: É essencial que o indivíduo tenha acesso a acompanhamento psiquiátrico adequado, incluindo medicamentos antipsicóticos. Medicamentos como risperidona e olanzapina são amplamente usados para tratar os sintomas psicóticos, com eficácia comprovada na redução de sintomas de esquizofrenia (Correll, 2020). Caso o indivíduo não esteja recebendo tratamento regular, a busca por uma equipe de saúde mental local é crucial.
2. Intervenções Psicosociais: Terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), têm mostrado eficácia em melhorar a adesão ao tratamento e reduzir sintomas em pessoas com esquizofrenia (Wykes et al., 2008). Além disso, intervenções que visam melhorar habilidades sociais e a capacidade de lidar com situações de estresse podem diminuir os episódios de agressividade.
3. Assistência Social e Moradia Segura: É urgente buscar uma solução de moradia mais adequada. Programas de assistência social podem ajudar a tirar o indivíduo dessa situação de moradia precária. Estudos sugerem que intervenções em moradia, como programas de "Housing First", têm sido eficazes para pessoas com transtornos mentais graves, fornecendo segurança e melhorando a adesão ao tratamento (Tsai et al., 2017).
4. Suporte Familiar e Cuidados: Envolver a mãe em um programa de suporte familiar é essencial. Programas de psicoeducação familiar têm mostrado reduzir a carga dos cuidadores e melhorar o bem-estar tanto do paciente quanto da família (Chien & Norman, 2009). Agressividade pode ser resultado de frustrações não resolvidas e da falta de um ambiente estruturado, sendo necessário mediar essas questões com a ajuda de profissionais.
5. Abordagem para Dependência: O uso excessivo de cigarro, café e isolamento com vídeos no celular pode indicar um problema com dependências. A integração de um tratamento voltado para o manejo do uso de substâncias é importante, pois o consumo de nicotina pode agravar os sintomas da esquizofrenia e interferir nos medicamentos antipsicóticos (McClave et al., 2010).
O apoio para seu filho deve incluir tratamento psiquiátrico, suporte social para a moradia, envolvimento da família em terapias de suporte, e gestão de dependências. A colaboração entre equipes de saúde mental e assistência social é essencial para mudar o quadro atual.
Sou Abilio Machado Psicoarteterapeuta, Arteeducador, Neuropsicopedagogo ICH e Avaliador Psicológico, Docência em Artes Cênicas e Plásticas, Filosofia e Teologia.
domingo, 1 de setembro de 2024
Que tipo de energia você transmite?
QUE TIPO DE ENERGIA VOCÊ TRANSMITE?
Se você tivesse ímãs presos a você em todos os lugares, você poderia esperar que algumas coisas grudassem em você, outras fugissem de você e outras não fossem afetadas.
De certa forma, é isso que acontece na vida. Inconscientemente você transmite sua energia. Algumas de suas qualidades são magnéticas e outras são repelentes. Você atraiu para si tudo e todas as pessoas em sua vida. A vibração que você emite é composta de sua energia consciente e inconsciente, parte repelente, parte magnética e parte neutra. A lei por trás disso é aquela que diz: atraímos o que é semelhante a nós.
Atraímos pessoas e situações para nossas vidas que têm vibrações semelhantes às nossas. Qualidades negativas como dificuldades, desespero, depressão, grosseria ou descuido levam a uma frequência baixa. Se possuímos algum desses elementos em nossa natureza, vamos magnetizar alguém de energia semelhante para nossa vida. Qualidades como amor, bondade, alegria, deleite ou generosidade transmitem energia de alta frequência e também magnetizam pessoas de energia semelhante. O universo nos oferece espelhos para que possamos nos contemplar neles, olhar ao seu redor e observar os personagens que o cercam. Eles estão desempenhando um papel no jogo de sua vida por uma razão. Quanto mais veementemente negamos que somos como ímãs para um certo tipo de pessoa ou situação, mais nosso Eu Superior nos pede para olharmos atentamente para nossa sombra. O desespero é algo que repele.
Quando alguém está desesperado por um parceiro, outros percebem esse desespero em um nível sutil e vão embora. Quando você troca essa energia por uma que é amorosa, aberta e receptiva, você atrai a pessoa certa. A lei da atração funciona em diferentes áreas. Se você não está em harmonia com a vida, pode atrair alimentos que fazem você se sentir mal. Se você tem pensamentos autocríticos, está atacando a si mesmo. Você pode atrair mosquitos que picam você. Eles estão servindo como um espelho para a energia que você está emitindo. Se você está enterrando a raiva, pode atrair um ataque. Se você tem pensamentos negativos, você atrai pessoas e situações negativas.
Se você estiver com problemas de saúde, no momento em que estiver pronto para deixá-la ir, atrairá o curador perfeito para sua vida. Se você deseja que um projeto seja bem-sucedido, mas esconde sentimentos de tédio, ou se está com medo ou cansado, a energia subjacente neutralizará o sucesso do projeto. Sempre que algo não se manifestar como você espera, examine seus sentimentos enterrados e mude-os. Então magnetize o que você quer.
O interior atrai o exterior. Se algo em seu mundo exterior não é como você deseja, olhe para dentro e mude a maneira como você se sente em relação a si mesmo. Então você atrairá automaticamente pessoas e experiências diferentes para você. Se você se colocar para baixo e achar que não é bom o suficiente, atrairá uma pessoa abusiva que fará o mesmo com você.
Lembre-se de suas boas qualidades e magnetize alguém que aprecie você. Não libere energia negativa ou pense em atrair qualquer desastre para si mesmo. Irradie luz positiva e confie que um milagre virá em seu caminho.
Você é como um ímã: você atrai o que é semelhante a você.
Por Despertar o Divino
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Orgulho, Soberba e Autoritarismo: Semelhanças e Diferenças no Dia a Dia!
Orgulho, Soberba e Autoritarismo: Semelhanças e Diferenças no Dia a Dia
Por Abilio Machado
No cotidiano, é comum nos depararmos com comportamentos que refletem diferentes formas de se posicionar diante de si mesmo e dos outros. Entre esses comportamentos, o orgulho, a soberba e o autoritarismo são muitas vezes confundidos ou usados como sinônimos, mas cada um deles possui características e impactos distintos nas relações pessoais e profissionais. Entender suas semelhanças e diferenças é essencial para uma convivência mais harmoniosa e consciente.
Orgulho: Autoconfiança ou Vaidade?
O orgulho pode ser entendido de duas maneiras principais: como uma autoconfiança saudável ou como uma vaidade excessiva. Na primeira acepção, o orgulho é uma qualidade positiva, que se manifesta quando a pessoa se sente satisfeita com suas conquistas e capacidades, sem, no entanto, menosprezar os outros. Esse tipo de orgulho está ligado à autoestima e pode ser um motor importante para o crescimento pessoal e profissional.Por outro lado, quando o orgulho se transforma em vaidade, ele pode se tornar prejudicial. Neste caso, a pessoa tende a exagerar suas qualidades e a se colocar em uma posição de superioridade em relação aos outros, o que pode gerar conflitos e afastamento social. Este orgulho exacerbado muitas vezes abre caminho para a soberba.
Soberba: A Ilusão de Superioridade
A soberba é uma forma distorcida de orgulho, marcada por uma crença excessiva na própria superioridade. Diferente do orgulho saudável, a soberba envolve uma avaliação desproporcional das próprias capacidades e uma desvalorização das qualidades alheias. Pessoas soberbas costumam menosprezar os outros e não aceitam críticas, pois acreditam que estão sempre certas.Este comportamento pode gerar isolamento, já que a soberba tende a afastar as pessoas devido à falta de humildade e à dificuldade em estabelecer relações de troca genuínas. Além disso, a soberba pode ser uma máscara para inseguranças profundas, escondidas atrás de uma fachada de autossuficiência.
Autoritarismo: Controle e Dominação
O autoritarismo, por sua vez, é uma postura que envolve o exercício excessivo de poder e controle sobre os outros. Pessoas autoritárias tendem a impor suas vontades sem considerar as opiniões ou sentimentos alheios, o que pode levar a ambientes de trabalho ou familiares opressivos.Ao contrário do orgulho e da soberba, que estão mais relacionados à percepção individual de si mesmo, o autoritarismo está mais ligado à forma como a pessoa se relaciona com os outros, buscando impor seu ponto de vista ou decisões, muitas vezes de forma inflexível e rígida. Esse comportamento é prejudicial para o desenvolvimento de relações saudáveis, pois inibe a colaboração e o diálogo aberto.
Semelhanças e Diferenças
Apesar de diferentes em suas essências, orgulho, soberba e autoritarismo podem se entrelaçar e coexistir em uma mesma pessoa, principalmente quando o orgulho saudável dá lugar à soberba e esta, por sua vez, se traduz em comportamentos autoritários. No entanto, é importante distinguir que o orgulho, em sua forma positiva, é necessário para a construção da autoestima, enquanto a soberba e o autoritarismo tendem a corroer as relações e a imagem da pessoa perante os outros.O desafio está em reconhecer os limites entre um comportamento saudável e um prejudicial, buscando sempre o equilíbrio entre a autoconfiança e o respeito pelos outros.
O entendimento das nuances entre orgulho, soberba e autoritarismo é crucial para promover relações interpessoais mais saudáveis e equilibradas. Reconhecer os sinais de que um comportamento está ultrapassando os limites do saudável é o primeiro passo para cultivar uma convivência baseada no respeito mútuo e na cooperação, em vez de no conflito e na dominação.
É bastante comum confundir ou misturar orgulho, soberba e autoritarismo ao tentar classificar corretamente o comportamento de uma pessoa. Isso acontece porque esses termos compartilham algumas características e, em certos contextos, podem parecer sobrepostos. Por exemplo, uma pessoa com orgulho excessivo pode facilmente ser percebida como soberba, especialmente se esse orgulho se expressa de maneira exagerada ou desconsidera os sentimentos dos outros.
Além disso, a soberba pode levar a comportamentos autoritários, onde a pessoa tenta impor suas opiniões ou decisões, acreditando estar sempre certa. Essa intersecção entre os termos dificulta a distinção clara entre eles, o que torna a classificação do comportamento mais desafiadora. No entanto, entender as nuances de cada termo pode ajudar a identificar com maior precisão o que está acontecendo em uma situação específica e responder de forma mais adequada.
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
Insuficiência Respiratória Provocada Pela Insuficiência Cardíaca Com Baixa Fração De Ejeção
*Insuficiência Respiratória Provocada pela Insuficiência Cardíaca com Baixa Fração de Ejeção*
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente para atender às necessidades do corpo. Quando a fração de ejeção ventricular está reduzida, o problema se torna ainda mais grave. Essa fração, que indica a porcentagem de sangue ejetada do ventrículo esquerdo a cada batimento, normalmente varia entre 55% e 70% em um coração saudável. Em pacientes com insuficiência cardíaca, essa taxa pode cair drasticamente, comprometendo a perfusão sanguínea e, consequentemente, a oxigenação dos tecidos.
*Relação entre Insuficiência Cardíaca e Insuficiência Respiratória*
A insuficiência cardíaca com baixa fração de ejeção frequentemente leva à insuficiência respiratória. Isso ocorre devido ao acúmulo de líquido nos pulmões, uma condição conhecida como edema pulmonar. Quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente, o sangue se acumula nas veias pulmonares, aumentando a pressão nesses vasos e forçando o líquido a extravasar para os alvéolos pulmonares, onde ocorre a troca gasosa.
Esse acúmulo de líquido nos pulmões prejudica a troca de oxigênio e dióxido de carbono, levando a sintomas de insuficiência respiratória, como falta de ar (dispneia), respiração rápida (taquipneia) e sensação de cansaço extremo. Em casos graves, a hipoxemia (baixo nível de oxigênio no sangue) pode se instalar, representando um risco de vida.
*Mecanismos Fisiopatológicos*
O desenvolvimento da insuficiência respiratória em pacientes com IC de baixa ejeção ventricular pode ser explicado por vários mecanismos fisiopatológicos. Primeiramente, a redução na fração de ejeção diminui o débito cardíaco, ou seja, a quantidade de sangue que o coração consegue bombear por minuto. Como resultado, há uma perfusão inadequada dos tecidos, incluindo os pulmões.
Além disso, a insuficiência do ventrículo esquerdo provoca um aumento na pressão capilar pulmonar. Esse aumento de pressão leva ao extravasamento de líquido dos capilares para os alvéolos, dificultando a troca gasosa e resultando na sensação de falta de ar.
A baixa fração de ejeção também pode levar à ativação do sistema nervoso simpático e do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), mecanismos compensatórios que tentam aumentar o débito cardíaco e a pressão arterial. No entanto, essa ativação exacerba a retenção de líquidos e o edema pulmonar, agravando ainda mais a insuficiência respiratória.
*Sintomas e Diagnóstico*
Os principais sintomas da insuficiência respiratória induzida por IC incluem dispneia, ortopneia (falta de ar ao deitar), respiração ofegante, cansaço extremo e, em casos mais avançados, cianose (coloração azulada da pele devido à falta de oxigênio). O diagnóstico é geralmente baseado na história clínica do paciente, exame físico, e exames complementares como radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma e gasometria arterial.
*Tratamento e Prognóstico*
O manejo da insuficiência respiratória causada pela IC com baixa fração de ejeção envolve tratar a causa subjacente e aliviar os sintomas. Diuréticos são frequentemente usados para reduzir o edema pulmonar, enquanto vasodilatadores e inotrópicos podem ser administrados para melhorar a função cardíaca e aumentar o débito cardíaco.
Além disso, o uso de oxigênio suplementar pode ser necessário para corrigir a hipoxemia. Em casos mais graves, a ventilação não invasiva ou até a ventilação mecânica podem ser requeridas.
O prognóstico para pacientes com IC de baixa fração de ejeção e insuficiência respiratória depende da severidade da condição e da resposta ao tratamento. Geralmente, o controle rigoroso da insuficiência cardíaca e a adoção de medidas para melhorar a fração de ejeção ventricular são essenciais para prevenir complicações respiratórias e melhorar a qualidade de vida do paciente.
A insuficiência respiratória decorrente da insuficiência cardíaca com baixa ejeção ventricular é uma complicação séria que requer atenção médica imediata. A compreensão dos mecanismos subjacentes e a aplicação de terapias adequadas são fundamentais para o manejo eficaz dessa condição. O tratamento precoce e a monitorização contínua podem melhorar significativamente o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Abilio Machado - paciente da Insuficiência Cardíaca, Fibromialgia, Sahos, Insuficiência Respiratória, Uropncologia, Transplante Cardíaco e outros...
sábado, 24 de agosto de 2024
Disfunção de Identidade
Será que esta confusão sobre identidade e gênero é normal ou uma disfunção? Antes tínhamos apenas Masculino, Feminino, Gays, Bissexual e Lésbica e hoje a cada dia uma letra é somada a já tão separatista comunidade hora neutra e hora fluida. Leia o texto...
A discussão de gênero é uma área complexa que envolve múltiplos aspectos sociais, culturais e psicológicos. A psicologia, ao abordar essa temática, oferece uma perspectiva fundamental para entender como as questões de gênero afetam o comportamento, a identidade e as interações sociais das pessoas. A seguir, estão alguns pontos fundamentais sobre a discussão de gênero com base na psicologia:
### 1. **Identidade de Gênero**
- **Definição**: A identidade de gênero refere-se ao senso interno que uma pessoa tem sobre seu próprio gênero, que pode ou não corresponder ao sexo biológico atribuído ao nascimento.
- **Psicologia do Desenvolvimento**: Estudos psicológicos mostram que a identidade de gênero começa a se formar na primeira infância e é influenciada por fatores biológicos, sociais e ambientais.
- **Papel das Normas Sociais**: As normas de gênero impostas pela sociedade desempenham um papel significativo na forma como as pessoas entendem e expressam sua identidade de gênero.
### 2. **Gênero e Socialização**
- **Teoria da Aprendizagem Social**: A psicologia destaca que as pessoas aprendem comportamentos de gênero através de observação, imitação e reforço. Desde cedo, as crianças são expostas a expectativas de gênero através da família, mídia e educação.
- **Influência dos Estereótipos de Gênero**: Estereótipos de gênero podem limitar as opções e experiências disponíveis para indivíduos, contribuindo para desigualdades e preconceitos.
### 3. **Diferenças de Gênero e Comportamento**
- **Pesquisa sobre Diferenças de Gênero**: Embora existam algumas diferenças de comportamento entre os gêneros, muitas dessas diferenças são amplificadas por expectativas culturais e sociais, e não necessariamente por fatores biológicos.
- **Interseção com Outros Fatores**: A psicologia reconhece que gênero não pode ser visto isoladamente; ele interage com outras identidades sociais, como raça, classe e orientação sexual, na construção da experiência individual.
### 4. **Saúde Mental e Gênero**
- **Impacto do Gênero na Saúde Mental**: A pressão para se conformar a normas de gênero pode contribuir para problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtornos alimentares, especialmente em grupos que não se identificam com o gênero binário.
- **Resiliência e Apoio Social**: Estudos indicam que apoio social e aceitação são cruciais para a saúde mental de indivíduos cuja identidade de gênero é marginalizada ou não convencional.
### 5. **Questões de Gênero na Psicoterapia**
- **Aproximação Inclusiva**: A psicoterapia moderna deve ser inclusiva e sensível às questões de gênero, reconhecendo a diversidade de identidades e experiências de gênero.
- **Desafios na Prática Clínica**: Profissionais de saúde mental devem estar cientes de seus próprios preconceitos e estereótipos de gênero para evitar reproduzi-los no contexto terapêutico.
### 6. **Movimentos e Direitos de Gênero**
- **Feminismo e Psicologia de Gênero**: O feminismo e outros movimentos de direitos de gênero têm influenciado a psicologia, levando a uma maior ênfase na igualdade de gênero e na desconstrução das normas tradicionais.
- **Política e Gênero**: A psicologia política examina como as questões de gênero afetam as políticas públicas e os direitos humanos, destacando a necessidade de abordagens mais inclusivas e equitativas.
### 7. **Gênero e Identidade Não-Binária**
- **Reconhecimento da Diversidade de Gênero**: A psicologia contemporânea reconhece que o gênero é um espectro e que identidades não-binárias são legítimas e necessitam de reconhecimento e apoio adequados.
- **Desafios na Definição e Compreensão**: Compreender e apoiar identidades de gênero não-binárias é um desafio contínuo na psicologia, que exige uma abordagem flexível e aberta à diversidade.
Esses pontos fundamentais mostram como a psicologia oferece ferramentas valiosas para entender e abordar as complexas questões envolvidas na discussão de gênero, promovendo um maior reconhecimento da diversidade e uma abordagem mais inclusiva e humanizada na prática psicológica.A questão de se o gênero é algo "natural" ou "condicionado" é central na discussão sobre gênero na psicologia e envolve várias camadas de complexidade. O aprendizado sobre gênero, conforme descrito pela **Teoria da Aprendizagem Social**, sugere que comportamentos e expectativas de gênero são em grande parte condicionados através da **observação**, **imitação** e **reforço**. Isso significa que, desde cedo, as crianças aprendem o que é considerado apropriado para seu gênero observando as pessoas ao seu redor, imitando essas ações e sendo recompensadas ou corrigidas com base em suas escolhas.
### Pontos Importantes a Considerar:
1. **Gênero como uma Construção Social**:
- Muitas teorias psicológicas e sociológicas sugerem que o gênero é uma construção social, o que significa que as normas e expectativas de gênero são criadas e sustentadas pela sociedade. Essas normas variam de cultura para cultura e mudam ao longo do tempo, o que indica que elas não são fixas ou naturais, mas sim moldadas pelo contexto social.
2. **Papel do Condicionamento**:
- O condicionamento acontece quando comportamentos são reforçados positivamente ou negativamente. No contexto de gênero, se uma criança recebe elogios por brincar com brinquedos associados ao seu gênero (ex.: bonecas para meninas, carrinhos para meninos), ela é mais propensa a continuar esses comportamentos. Isso sugere que os comportamentos de gênero podem ser aprendidos e reforçados por influências externas, como pais, professores, e a mídia.
3. **Interação entre Biologia e Cultura**:
- Embora a teoria da aprendizagem social se concentre no papel do ambiente, é importante reconhecer que o comportamento de gênero também pode ser influenciado por fatores biológicos. Algumas pesquisas indicam que diferenças hormonais ou neurológicas podem influenciar preferências e comportamentos. No entanto, esses fatores biológicos interagem com o ambiente cultural, fazendo com que seja difícil separar o que é "natural" do que é "condicionado".
4. **Identidade de Gênero e Autonomia**:
- A identidade de gênero é uma experiência interna que pode ou não alinhar-se com as expectativas sociais de gênero. Mesmo que o comportamento de gênero seja aprendido, a identidade de gênero muitas vezes emerge de uma sensação profunda e pessoal que pode desafiar as normas sociais. Pessoas transgênero, por exemplo, podem expressar uma identidade de gênero diferente daquela esperada com base em seu sexo biológico, sugerindo que a identidade de gênero não é inteiramente condicionada.
### Conclusão:
Portanto, enquanto a aprendizagem social sugere que muitos aspectos do comportamento de gênero são condicionados, não se pode afirmar que todo o conceito de gênero seja puramente artificial ou culturalmente imposto. Há uma complexa interação entre biologia, psicologia e cultura que molda como entendemos e expressamos o gênero. Gênero, como conceito, não é puramente "natural" nem inteiramente "condicionado", mas sim o resultado de uma interação dinâmica entre múltiplos fatores.
PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO
Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...

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"Quando a fantasia deixa de ser abrigo e se torna moradia, talvez estejamos tratando o sintoma como afeto, e o vazio como escolha....
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