sexta-feira, 16 de maio de 2025

Estudando psicanalise de Freud e Melaine (primeira fase de estudo)

 Freud falando sobre a fase psicossexual diz sobre as fases biológicas, aventei em analisar se é possível o indivíduo ficar preso a uma destas fases e assim justificar a sua preferencia sexual, por exemplo a oral, a anal, a fálica e a genital...Este prazer se o levar para a vida seria, por isso, se autodeterminar um outro gênero e não apenas masculino, se no período de infantojuvenil é comum a autodescoberta junto aos seus pares...

Envolvendo assim uma interseção complexa entre psicanálise freudianasexualidade e identidade de gênero:

1. A Teoria Psicosexual de Freud — um resumo

Freud propôs que o desenvolvimento da personalidade passa por cinco fases psicosexuais:

  1. Fase Oral (0–1,5 anos): prazer centrado na boca (mamar, sugar).

  2. Fase Anal (1,5–3 anos): prazer na retenção/expulsão de fezes; surgimento da autonomia e controle.

  3. Fase Fálica (3–6 anos): foco nos genitais; complexo de Édipo/Electra.

  4. Fase de Latência (6–11 anos): sexualidade “adormecida”, energia voltada a relações sociais.

  5. Fase Genital (adolescência em diante): maturidade sexual e afetiva.

Se um conflito não for resolvido adequadamente em alguma dessas fases, pode ocorrer uma fixação. Por exemplo:

  • Fixação na fase oral → comportamento oral excessivo (fumar, comer, falar muito).

  • Fixação na fase anal → rigidez, obsessividade (ou o oposto: desorganização).


🔁 2. A fixação pode determinar orientação sexual ou identidade de gênero?

❌ Freud NÃO afirmou que a fixação em fases psicosexuais determina diretamente a orientação sexual (como homossexualidade, bissexualidade, etc.) ou a identidade de gênero (ser homem, mulher, não-binárie, etc.).

Entretanto, ele teorizou que a sexualidade humana é plástica e inicialmente polimorfa — ou seja, no início da vida, os seres humanos são capazes de sentir prazer em diversas zonas erógenas, sem um objeto sexual fixo.

A partir disso:

  • Freud considerava que a heterossexualidade não é um ponto de partida natural, mas uma conquista do desenvolvimento.

  • Portanto, a homossexualidade, por exemplo, não seria uma "patologia", mas uma possível fixação ou desvio do percurso do desenvolvimento genital normativo.

⚠️ Importante: Hoje, a psicologia moderna rejeita a noção de orientação sexual como “desvio” ou "fixação". Freud viveu numa época anterior às revoluções dos estudos de gênero e sexualidade.


🌈 3. Identidade de Gênero vs. Fixações Freudianas

Identidade de gênero refere-se à vivência interna do ser como homem, mulher, ambos, nenhum, etc.

Freud não tratou diretamente de identidade de gênero nos moldes atuais. A ideia de “se autodeterminar um outro gênero” ultrapassa a teoria freudiana, que via o desenvolvimento psicossexual dentro de uma lógica binária e normativa.

Entretanto, é possível fazer uma leitura contemporânea da psicanálise:

  • forma como o prazer é vivido no corpo, desde a infância, pode influenciar a estruturação psíquica do sujeito.

  • Assim, a forma como o sujeito experiencia prazerinterpreta sua corporeidaderecebe significados culturais e interage com figuras parentais pode sim afetar como ele se vê no mundo, inclusive em termos de gênero.

Portanto, em uma leitura mais pós-freudiana (ex: Lacan, Judith Butler, Paul B. Preciado), pode-se argumentar que:

A sexualidade e o gênero não são totalmente determinados biologicamente, mas construídos a partir de múltiplas experiências, inclusive as psicosexuais infantis.


✅ Conclusão objetiva da primeira fase de estudo

  • Sim, segundo a teoria freudiana, é possível um indivíduo ficar fixado em uma fase psicosexual.

  • Não, essa fixação não explica diretamente a autodeterminação de um outro gênero — mas pode, na ótica psicanalítica contemporânea, ser um elemento simbólico na construção da subjetividade que inclui a identidade de gênero.

  • Freud via o prazer como algo fundamental e constitutivo do psiquismo, o que abre margem para interpretações mais amplas sobre como o corpo e o prazer moldam a identidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PSICÓLOGO AMGO OU AMIGO PSICÓLOGO

  Na delicada dança das relações humanas, um verso inesperado ecoa: "Muitas vezes não se quer um psicólogo, e sim um amigo." Essa...